Lenora é uma história em quadrinhos que apoiei há algum tempo por financiamento coletivo e agora que foi lançada pensei em falar um pouco pra ver se vocês se interessam também. Por enquanto ainda não está à venda para o público, mas quando estiver será possível comprá-la na loja digital da própria autora Juliana Fiorese neste link.
Talvez o termo "história em quadrinhos" nem seja um rótulo adequado já que "Lenora" não necessariamente conta uma história, é uma representação visual que acompanha o poema homônimo de Edgar Allan Poe. Como tal ela não é para se "ler" tanto quanto é para se apreciar, acompanhar o fluxo do texto agora com imagens.
Belas imagens, vale dizer. O estilo da artista é muito gostoso e traz uma inocência visual que contrasta bem com os temas mais mórbidos de Poe. É uma mistura de pastel goth com algo que me lembra Tim Burton extremamente agradável aos olhos e que ela utiliza também em outras obras.
Em Lenora, o personagem lamenta através da poesia sobre a morte de uma mulher que morreu muito jovem, tema recorrente na obra de Poe que parece refletir sua própria dor pela perda de sua esposa. Há até mesmo algumas ideias que parecem ter conexão com um de seus mais famosos poemas: "O Corvo".
Partiu-se a taça de ouro! - o espírito escoa sem vestígio!
O sino canta - uma alma santa cruza o rio Estígio: -
E, Guy De Vere, Tu vais sorrir? Pois chora, e chora agora
Ou nunca mais! No esquife jaz teu grande amor, Lenora!
Permite que se leia o rito - um último hino se ouça -
Um hino à morta mais formosa e que se foi tão moça -
A ela, duas vezes morta, pois se foi tão moça...
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