Untitled Goose Game é um jogo cômico cujo título traduzido seria algo como "Jogo de Ganso sem Nome", o que já dá bem uma ideia do que esperar. O jogo está sendo desenvolvido pelo estúdio independente House House e sairá em 20 de setembro para Nintendo Switch e PC pela Epic Games Store (urgh), mas deve ser apenas um acordo de exclusividade temporário e mais tarde chegar a outras plataformas e Steam.
A descrição do jogo presente no trailer é basicamente essa: "É uma adorável manhã na vila e você é um ganso horrível". O propósito do jogo é incomodar as pessoas da vila e em geral estragar os seus dias em um mundo meio sandbox no qual você poderá fazer pegadinhas, roubar objetos e assustar os outros com seu grasnado. Qualquer um que já conheceu um ganso sabe como eles podem ser assim mesmo.
Desde a primeira vez que eu vi Untitled Goose Game achei ele muito divertido e na época ainda não havia acordos de exclusividade. No entanto há uma coisa que me preocupa, o fato de que tudo parece muito scriptado nos vídeos. Não quero dizer que os trailers foram ensaiados para parecerem divertidos, mas sim que o jogo em si é scriptado.
Isso significaria que ele não é tão "sandbox" assim, que haveria uma quantidade finita pré-definida de situações engraçadas programadas para acontecerem e depois de realizá-las, o jogo esfriaria. Isso não acontece em jogos como Goat Simulator que são realmente sandbox, pois apesar de haver situações scriptadas, ainda há muito espaço e subsistemas independentes para o jogador criar suas própria diversão.
Que o jogo será engraçado eu não tenho dúvida, mas não sei se será divertido, e há uma boa diferença entre os dois.
Atualização: Infelizmente o Kickstarter de Hancho foi cancelado para focarem mais na campanha Single Player, quando ele retornar eu trago de volta o post com mais detalhes =( HANCHO é um novo jogo independente sobre batalhas de profissões meio que no estilo Pokémon que abriu uma campanha de financiamento coletivo no site Kicksarter recentemente. Para participar e receber o jogo você precisa doar pelo menos US$ 15, o que dá alguns R$ a mais do que o desejado devido a economia, mas há artistas brasileiros envolvidos também, então é uma via de duas mãos. Será lançado para PC, Mac e Switch
Trata-se de um RPG de turnos no qual você recruta uma equipe de integrantes baseados em profissões como Professora, Jornalista, Senador e mais algumas que ainda serão reveladas, personaliza seus status e coloca-os para brigar contra uma AI ou outros jogadores. A ideia do jogo é que HANCHO é um sistema operacional que testa a compatibilidade de equipes.
Cada personagem é também de um certo "tipo", o que parece uma paródia de Pokémon e alguns tipos são mais efetivos contra outros. Dá pra abrir uma janelinha com uma tabela dos tipos, que é algo que todo jogador de Pokémon já fez, mas definitivamente não com um visual do Windows 3.11.
Não é tanto o meu estilo de jogo, mas não resisto a um financiamento coletivo. Então se tiverem gostado e quiserem apoiar também, aqui está o link para o Kickstarter do jogo.
Esses dias bati por acidente no Twitter em um podcast chamado Singing Mountains, o qual é dedicado a, adivinhem só, músicas de jogos. Ele tem alguns trechos narrados, os quais precisa saber inglês para entender, e de vez em quando entram algumas músicas de jogos com uma lista da trilha sonora embaixo se depois você quiser procurá-las.
Eu não comprei We Happy Few assim que ele saiu e talvez tenha sido melhor assim, pois ouvi falar que o jogo estava muito bugado no lançamento e eu não teria sido nada gentil. É um jogo nota 7 com algumas ideias boas, mas execução que deixa muito a desejar em alguns momentos. O conceito do jogo no entanto é bem legal e em alguns momentos eu queria mesmo que ele fosse melhor pra me divertir mais.
Então entram os DLCs do jogo que como os da Ubisoft dão uma sacudida na fórmula para criar uma experiência diferente. Eu até que gostei do primeiro, "They Came From Below" focado nos personagens Roger e James, mas hoje vou falar sobre o segundo DLC "Lightbearer", o qual é bacana mas eu gostei menos que o primeiro. Se você não jogou a campanha base, haverá alguns spoilers a frente.
Nick Lightbearer é um astro de rock decadente que se veste parecendo uma mistura de Beatles e Austin Powers. A droga "Alegria" (Joy) causa perdas de memória severas nele, mais do que nas outras pessoas do jogo. Então a surpresa é meio grande quando uma noite ele acorda com roupas ensanguentadas alucinando que seu agente é um rato e sem se lembrar o que aconteceu.
Esse começo dá o tom de um dos principais problemas que eu tenho com esse DLC, ele é bem cliché e exige uma dose de boa vontade pra aguentar. É a típica história de não se lembrar se fez ou não algo horrível, se é ou não um assassino terrível e tudo se desenvolve rápido demais para que o jogador sinta alguma ambiguidade.
A história de Nick acaba cruzando com a de outro personagem que muito se houve falar na campanha mas nunca é visto: Jack Trevoso (Foggy Jack), uma espécie de Jack, o estripador do universo de We Happy Few. Como Nick muitas vezes não se lembra do que fez, surge a possibilidade de que ele seja o procurado assassino e não se lembre, mas a velocidade dos eventos não deixa você absorvê-los devidamente.
Eu poderia ignorar facilmente a história se a jogabilidade fosse tão boa quanto a de "They Came From Below", que também é um pouco rápido e curto mas ao menos tem boa história e é divertido de jogar. No entanto mesmo a jogabilidade de Lightbearer passa rapidamente e sem o impacto que eu esperaria.
Diferente de outros personagens, Nick pode tomar drogas e álcool à vontade, pois enquanto para a maioria das pessoas elas são prejudiciais, para ele recuperam sua energia. Como um astro do rock seus ataques principais envolvem disparar notas musicais com sua guitarra e hipnotizar suas fãs com suas melodias. Não é como Jack Black explodindo cabeças em Master Exploder, mas é prazeroso.
Esses são os inimigos do jogo em geral, fãs ensandecidas e alguns papparazzi que querem tirar fotos de Nick. Apenas as fãs podem ser hipnotizadas e isso poderia criar várias situações interessantes de conflito. No entanto o combate não funciona tão bem quanto deveria e é fácil grupos de inimigos matarem o jogador se relaxar por um instante.
Por ser uma expansão sobre uma figura musical é de se esperar que as músicas sejam boas e realmente o são. Os ataques de guitarra geram sons gostosos de ouvir e a melodia hipnótica é bem bonita. Talvez por isso durante a aventura Nick ganhe a habilidade de jogar discos de ouro como arma, ele mereceu mesmo alguns deles.
Em certos momentos da história o hábito de drogas de Nick os leva em "bad trips" bem interessantes que poderiam ter sido melhor exploradas. Em uma delas particularmente o personagem é encolhido e precisa se mover por uma única sala que vira um cenário inteiro devido ao seu tamanho. Tem até mesmo algo semelhante a uma luta com chefe, mas como todos os outros conceitos, é pouco explorado.
Toda a progressão do DLC é bem direta e sem espaço para explorar, porém mais polida que as três campanhas do jogo por conta disso. Por falar nelas... Para jogar os DLCs é preciso apagar pelo menos uma das três campanhas, algo que não faz muito sentido. O game só tem 3 slots de save quanto tem 3 campanhas, 1 modo arcade, 2 DLCs e mais 1 planejado, cada qual com seu próprio save.
No geral Lightbearer foi uma experiência ok, não tão boa quanto o primeiro, mas também não chata ou mal executada como alguns momentos da campanha de We Happy Few. Eu espero que o próximo DLC seja mais legal porque They Came From Below mostrou um bom potencial para a engine do jogo se usada para algo mais divertido.
É difícil resistir a uma ideia tão maravilhosa quanto Fight Crab que traz caranguejos gigantes lutando com armas tentando se virar de cabeça pra baixo. Me parece que a Nussoft é meio que uma produtora de jogos com conceitos meio de meme, já que Fight Crab parece um misto do meme do "Giant Enemy Crab" e do caranguejo com faca do Brasil. Ele é também parte de uma série da empresa chamada "Neo Aquarium" com jogos bizarríssimos.
Atualmente o jogo está disponível para PC em acesso antecipado no site Itch.io e custa uma graninha que talvez ainda não valha a pena pagar por ele. Mais tarde vai ter uma versão para Switch, mas diferente de Hamsterdam, não sei quão bem esses controles se adaptariam ao console e talvez possa ser melhor esperar por algum videogame com um joystick tradicional.
O sistema de batalha funciona como em Super Smash Bros., os personagens têm um percentual de dano e quanto mais dano eles já tiverem sofrido, mais fácil é para virá-los de cabeça pra baixo. Para causar dano você pode usar as próprias garras do caranguejo ou uma infinidade de armas e objetos do cenário para acertar seu oponente.
É tudo bem simples, até meio bobo, com muita base no sistema de física. Porém, cá entre nós, parece extremamente divertido. Espero que haja um modo campanha igualmente bobo para que o jogo tenha conteúdo o bastante para justificar o preço que está pedindo. Um jogo desses faz eu pensar como seria um jogo do Godzilla se eles relaxassem um pouco mais com a franquia.
Donkey Kong é um personagem sobre o qual eu gostaria de falar mais a fundo e fazer um estudo um dia, mas na falta de tempo esse vídeo do ano passado encontrou seu caminho até mim. Trata-se de um vídeo criado por um usuário chamado Spacepig22 que imagina como seria Donkey Kong Country se ele tivesse o design original do personagem.
Apesar de ter jogado bastante Donkey Kong Country na minha época, hoje eu vejo mais problemas em como a Rare tomou liberdades com o personagem e sua jogabilidade, mas como muita gente acha a trilogia original incrível há pouco motivo para ficar reclamando. Dito isso, mesmo esse design original estando mais fiel eu não acho que ele caia bem com o mundo criado pela Rare, valendo apenas como curiosidade.
Se alguém tiver alguma curiosidade sobre como esse vídeo foi feito, vou explicar. Meu primeiro palpite seria hackear uma rom original de Donkey Kong Country e apenas trocar os gráficos, mas não foi isso que foi feito. Acredito que seria a forma mais fácil de fazer, mas segundo o criador do vídeo, ele sequer sabe fazer hacks de roms.
Então o que ele fez? Primeiro pegou um gameplay tradicional de DKC, removeu os macacos através de um software de edição de vídeo, o After Effects, e depois colocou seus novos gráficos no vídeo. Em outras palavras, não existe versão jogável disso. Os sprites foram criados com modelos 3D feitos no Maya, um software de modelagem 3D, e animados lá também.
Ele teve o cuidado de usar técnicas que eram comuns em animação 3D dos anos 90 e ao converter as animações limitou as cores no Photoshop para emular a paleta de cores do Super Nintendo. O resultado final ficou realmente bom.
Se você tivesse um jogo sobre um Hamster que distribui pancadas por aí, me diga se não o chamaria de Hamsterdam? É o nome perfeito, como a Muse Games deve ter pensado. Tá, Hamsterdam: Paws of Justice tem toda a cara de jogo Mobile, mas ele tem um bom visual, uma premissa divertida e foi criado através de um Kickstarter, o que significa que alguém botou um pouco de paixão nisso.
Ele está disponível pra Android, iOS, Switch e PC. Não é um jogo que eu recomendaria jogar no PC e sim no Switch pelos controles, porém os preços estão meio complicados. A versão pra Smartphones custa só US$ 1,99, enquanto PC custa US$ 7,99 e Switch US$ 9,99, mas pelo menos não há microtransações em nenhuma das versões.
Por ser um dos poucos videogames que ainda mantém controles de movimento, o Switch se adapta perfeitamente à conversão da jogabilidade de um smartphone. Toques de botão não substituem bem telas de toque, mas sacudidas de controle funcionam que é uma maravilha. O jogo também parece ter muita variedade de situações divertidas, o que também cai bem com esse tipo de controle.
O jogo segue a história do hamster Pimm que vê sua cidade invadida pelo vilão Chinchilla Marlo e seus capangas, além de ter seu avô raptado. É uma história tradicional de filmes de kung-fu e que parece funcionar bem. A jogabilidade tem um sistema de batalha simples com ataques, contra-ataques e um golpe K.O. quando você vai bem. Parece haver um bocado de minigames que mudam a fórmula o tempo todo, algo que dá certo em jogos pequenos e rítmicos.
Knights and Bikes é um jogo com um visual fofinho que me interessa mais pela jogabilidade cooperativa, a qual me lembra um pouco o simples e divertido jogo Cat Quest, que terá modo cooperativo na sequência. O jogo está sendo desenvolvido pela Foam Sword e será publicado pela Double Fine. Ele sai já em 27 de agosto para Playstation 4 e PC.
A história segue duas garotas, Nessa e Demelza em suas bicicletas nos anos 80 conforme exploram a costa de Perfurzy, uma ilha britânica fictícia. Elas são acompanhadas por seu ganso de estimação (Captain Honkers) e guiadas por uma cabeça em um jarro do Perfurzy Rebel Bicycle Club que conta para elas sobre um tesouro no melhor estilo Goonies.
A jogabilidade aparenta trazer combates simplificados, o que sempre é bom para um jogo coop. Cada personagem terá suas próprias habilidades e as bicicletas poderão receber upgrades através do jogo com itens obtidos pelo mapa, transformando-as em parte importante da história como o cavalo de um cavaleiro.
Se o visual parece familiar, é porque o diretor criativo Rex Crowle de Tearaway está envolvido no jogo e os personagens realmente têm aquele toque texturizado quase de papelão e cartolina que Tearaway tinha. Os cenários por sua vez mesclam algo fofo com uma aparência mais sombria, um pouco no estilo do desenho Historietas Assombradas.
Heroland é mais um daqueles jogos indie charmosos com conceito bizarro que eu gosto de falar de vez em quando. Ele é sobre um parque de diversões onde a temática é ser um herói de RPG e você é um guia que leva os visitantes pelas atrações, até que há uma emergência real e todos viram um grupo de heróis de verdade. O jogo foi desenvolvido pela FuRyu e será publicado pela XSeed nos EUA e Marvelous na Europa no final do ano para PlayStation 4 e Nintendo Switch.
No Japão o jogo foi chamado de "WORK x WORK" porque a ideia é mais sobre trabalhar no parque. O jogador controla o guia chamado Lucky e ao lado do príncipe deposto Elric do reino de Knowble, levam os visitantes para explorar dungeons e lutarem com monstros, os quais são também seus companheiros de trabalho.
As coisas começam a mudar conforme o jogador descobre uma história sombria a respeito da origem do parque e Lucky, Elric e um grupo de turistas precisarão virar heróis de verdade para salvarem o mundo. O jogo terá 20 personagens diferentes conta com um visual meio Paper Mario com personagens chapados.
A produção traz alguns nomes famosos como o diretor Takahiro Yamane de Fantasy Life, história escrita por Nobuyuki Inoue de Legend of Mana, cenários criados por Nobuhiro Imagawa de jogos como Mother 3 e Legend of Mana e trilha sonora de Tsukasa Masuko que trabalhou na série Shin Megami Tensei.
Vi um post hoje sobre como seriam as Princesas Disney como treinadoras Pokémon na página do canal Qu4tro Coisas no Facebook e fui atrás da artista, a francesa "Pavlover", para dar uma olhada em mais artes. Há algum tempo não posto artes e o tema "Princesas Disney como..." já está meio gasto, mas gostei bastante dessas. Vocês podem encontrar a artista no Twitter ou DeviantArt dela.
Não gostei só da qualidade da arte em si mas pelo belo exercício de design aplicado. Reimaginar personagens já estabelecidos, que têm personalidades bem conhecidas, como parte de um outro universo exige um bom nível de criatividade que passa perto da mesma forma como game design reinterpreta mundos em jogabilidade e fases.
Citizens of Space é um jogo para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC que eu estava esperando bastante, sem nem mesmo saber que estava, pois a Eden Industries em parceria com a Sega revelaram o jogo bem em cima de sua data de lançamento. O motivo para eu esperá-lo tanto? Ele é a sequência do excelente Citizens of Earth que tinha várias inspirações de Earthbound. Então foi bem decepcionante encontrar um jogo que é basicamente uma pilha de bugs. Vamos falar um pouco em uma review bem desapontada.
Primeiro, a sequência é um pouco menos charmosa que Citizens of Earth, não dá pra negar. Espaço em geral é um tema bem mais difícil de se conectar do que simplesmente uma sátira política na Terra. Tirando isso do caminho, no entanto, não seria nenhuma catástrofe o jogo estar um pouco abaixo do original, mas este não é o maior problema do jogo.
Os diálogos ainda são cheios de carisma e humor como no jogo anterior e após algum tempo até dá pra se acostumar com o novo protagonista. A história segue um personagem político meio avoado chamado "Embaixador", assim como o jogo anterior tinha o "Vice-presidente" do mundo. A Terra está para entrar na Galactic Federation que nem mesmo conhece o planeta quando então acontece um pequeno problema... a Terra desaparece. O Embaixador precisa então sair pelo espaço com uma nave improvisada para reunir os pedaços espalhados do planeta por todo o universo e reconstrui-la.
No entanto como um bom político, o Embaixador não luta diretamente, ele recruta cidadãos para lutarem por ele. Isso também acontecia no game original, mas basta entrar em uma batalha para ver algo que realmente mudou. O sistema de batalha de Citizens of Earth era inspirado por Earthbound e era muito bom nisso. O do segundo jogo não.
As batalhas agora são mais tradicionais, algo que visualmente lembraria um Final Fantasy clássico. Porém as ações de fato parecem mais próximas de uma inspiração de Mario & Luigi do Game Boy Advance e Nintendo 3DS. Todos os ataques e defesas exigem que o jogador participe de minigames de apertar botões no ritmo ou coisas do gênero.
Começa muito divertido mas após algumas horas você só quer o doce alívio do abraço da morte. Inicialmente o sistema de combate se apresenta como algo bem profundo e isso aparenta ser uma coisa boa, mas logo as batalhas ficam repetitivas e difíceis demais. Felizmente é possível diminuir bastante a dificuldade e remover totalmente os minigames do jogo e ainda assim não se resolve toda a repetição.
Quando a nave entra as coisas ficam mais interessantes por um instante porque é a primeira vez que o tema espaço gera alguns frutos no jogo. Ha batalhas de naves há um certo ar de Star Trek mas passa rápido porque elas não têm muita profundidade. Explorar diversos planetas fora de ordem parece interessante no começo, até você perceber que os inimigos são mais fortes e há realmente uma ordem para explorá-los, o que é uma pena.
Boa parte das áreas que você precisa visitar no jogo são como dungeons e eles são complexos demais à toa. Já basta que haja tantas batalhas aleatórias pelo caminho, não precisava de diversos quebra-cabeças repletos de vai e vem. Para não mencionar que muitas vezes o jogo esperava que você volte a alguns desses lugares após recrutar certos cidadãos para realizar tarefas especiais ou encontrar pedaços da Terra.
No setor técnico as músicas são boas e a dublagem do jogo é excelente. Os gráficos são simples e haveria pouco a se falar deles, não fosse a questão que o jogo roda muito mal em alguns momentos. Em áreas maiores ou com muitos elementos gráficos grandes o jogo engasga feio, de uma forma que um jogo 2D não deveria engasgar em um console atual.
Até aqui o jogo tem bastante carisma e alguns defeitos como batalhas repetitivas, nada fora do comum, mas então entra meu principal problema com ele: bugs e crashes. Há crashes no jogo o tempo todo e como o sistema de save não é tão constante você vai perder horas de progresso. Incômodo, sim, mas poderia continuar tentando apesar dos problemas. Até porque crashes podem ser consertados em atualizações e a review ficaria datada por reclamar de algo que não está lá.
Porém há um problema seríssimo. Eu não pude terminar o jogo para fazer a review, porque ele simplesmente bugou de uma forma que não me permite mais avançar. Após 35 horas de jogo, toda vez que o jogo entra em uma batalha ele trava. Uma hora de progresso ocasionada por um crash eu posso recuperar, mas 35? Não há o que me devolva esse tempo.
Claro, assim como os crashes este bug também poderia ser consertado numa atualização futura. No entanto ficaria um eterno ar de medo de que poderia haver outro bug semelhante. Ninguém deveria ter esse tipo de preocupação ao investir dezenas de horas em um RPG e nesse ponto a produtora deixou a peteca cair feio.
Eu tenho certeza que há um jogo nota 7 ou 8 em Citizens of Space por debaixo de seus bugs e crashes, mas a presença deles infelizmente me impossibilita de encontrá-lo. Por mais que me parta o coração ser tão cruel com um jogo que eu esperei tanto e até estava gostando, essa é a nota que um jogo quebrado merece.
Solo: Islands of the Heart é um jogo independente da Team Gotham para PlayStation 4, Xbox One e Switch que tem como objetivo oferecer um pouco de perspectiva sobre amor e relacionamentos com uma roupagem fofa e de quebra-cabeças. Apesar da aparência enganar, este é um jogo que quer ir fundo na sua vida e talvez desenterrar um ou outro trauma se você for mal resolvido, então cuidado com gatilhos.
A ideia é escolher um personagem, uma parceira e aos poucos revelar ao jogo como foi sua relação com essa parceira e como foi a perda dela. São perguntas sobre como era a relação, divisão de tempo, sacrifícios e também quais foram os motivos do término e quais suas perspectivas futuras a partir disso.
Uma coisa legal é que para quem está acostumado com a heteronormatividade nos jogos, Solo oferece uma série de opções. Seu personagem pode ser homem, mulher ou não-binário e ele pode sentir atração por mulheres, homens, não binários ou D) Todas as anteriores. Por ser um jogo tão profundo e íntimo não teria graça se o jogador não pudesse se ver representado ali. Vale avisar, há perguntas sobre relações íntimas.
Toda essa jornada é apresentada através de uma série de ilhas que representam seu subconsciente, todas com um visual bem simpático. Dentro dessas ilhas há pequenas torres de farol que você precisa ativar para então poder falar com Totens, os quais por sua vez fazem perguntas sobre seu relacionamento. Em vários locais da ilha também estão "fantasmas" da sua parceira.
O que dá ritmo ao jogo são quebra-cabeças de blocos que são necessários para chegar às torres de farol e aos Totens. É um sistema também muito simpático que funciona bem. O jogador pode subir em blocos para alcançar locais mais altos e constantemente o jogo introduz novas mecânicas e novos blocos para manter um desafio mínimo.
Perto do final do jogo ele começa a se alongar um pouco demais e os quebra-cabeças ficam um pouco mais chatos, a ponto de segurarem a história de uma maneira que talvez não deveriam. Uma coisa boa é que há quebra-cabeças que são totalmente opcionais, apesar de só isso não valer jogar novamente. É um jogo de terminar uma vez em duas horas e só.
Os gráficos são o que mais me agradam no jogo, sempre muito alegres e vibrantes. Todo o cenário transborda carisma e até as criaturinhas que aparecem por lá são legais. Me faz pensar como eu gostaria de ter visto um jogo de aventura nesse estilo. A música é calma mas não necessariamente muito profunda, acho que poderia ter um tom emocional maior dada a temática do jogo.
A experiência de Solo: Islands of the Heart foi divertida, apenas um pouco cansativa perto do final. Imagino que para algumas pessoas ele pode ser uma montanha russa de emoções e é interessante a ideia de um jogo que possa ter uma história muito diferente de acordo com quem o jogue e ainda assim muito pessoal. Vale a pena dar uma olhada se quiser mexer nesta parte da sua vida.
Tetsumo Party é um jogo bem simples que eu queria ter gostado mais, porém seus controles complicados acabaram impedindo que ele se tornasse mais divertido aqui em casa. O conceito do jogo é meio como o quadro "De Cara no Muro" do Domingão do Faustão, o qual por sua vez era baseado em um game-show japonês chamado Nokabe do Canal Fuji.
Neste game show um parede vem em direção ao competidor com um buraco no formato de uma pose específica e ele precisa tentar caber ali para não cair na água. Em Tetsumo Party quando você falha em passar pelo buraco no entanto, seu personagem é arremessado pela tela com um grande cofrinho de lutador de sumô colado nela.
A ideia parece divertida, mas os controles escolhidos não são dos melhores. As poses são controladas ao mover braços e pernas do lutador de sumô em posições predeterminadas. Para alterar a posição pressiona-se L1, R1, L2 e R2 para respectivamente mover braço esquerdo, braço direito, perna esquerda e perna direita. Braços têm 4 posições enquanto pernas têm 3 e os botões circulam entre as posições em apenas uma direção.
Na prática, quando surge uma parede, você começa a apertar esses botões até os braços ou pernas do personagem pararem em uma determinada posição que permita que ele passe pela parede. Porém como as posições só são mudadas em uma certa ordem, normalmente você acaba passando pela que precisa. O desespero de ficar mudando poses rápido e errando mais é a jogabilidade tradicional que se encontraria em um jogo divertido, mas algo meio que não funciona.
Talvez se o movimento dos braços fosse nos analógicos e apenas as pernas fossem no L2 e R2 pareceria mais justo, porque ao falhar passa-se a impressão de que é culpa da jogabilidade e isso automaticamente faz o jogo ficar menos interessante e levar pessoas a desistirem ao perderem ao invés de se sentirem motivadas a tentar de novo.
O jogo tem multiplayer para enfrentar outro jogador, cenários variados e até personagens extras para desbloquear ao usar os braços para pegar sushis ocasionais que passem pela tela. Mas no geral não é um jogo que empolgue para continuar jogando. Poderia-se imaginar que essa percepção é apenas por ser um minigame mais simples, mas eu já vi minigames simples como Shred It! que cativavam bem mais.
Nesta última quinta-feira a Sony esteve no evento China Joy 2019 no qual demonstrou jogos de PlayStation 4 que financia ou ajuda a desenvolver em parceria com pequenas produtoras chinesas. Não é um evento muito grande, mas ocasionalmente saem coisas interessantes de lá e especialmente jogos que são visualmente estimulantes. Um dos maiores casos de sucesso seria o jogo de terror White Day: A Labyrinth Named School do PlayStation 4. Vamos dar uma olhada nos projetos que foram apresentados.
Monkey King: Hero is Back
A história do rei macaco é uma das mais clássicas da China e faz sentido visitá-la com um jogo. Eu gostei de alguns detalhes nas lutas, como o fato de elas acontecerem no ar, porém a jogabilidade parece limitada, aquém de jogos igualmente simples como Malicious do PlayStation 3 e PS Vita. O estilo da arte também não me agradou muito.
ANNO: Mutantionem
Me lembro de ter visto esse no ANNO passado! Hah! Muito boa essa. Em 2018, Anno apareceu um pouco mais tímido, mas já tinha charme e agora esse ano parece ainda mais legal, é um jogo que gostaria de ver no ocidente. A jogabilidade parece promissora, mas acredito que não seja tudo isso já que parece ter muitos momentos de exploração e diálogo para cortar o ritmo.
Undying
Aparentemente, Undying utiliza o tema de zumbis para contar sua tradicional história triste de jogo indie. Acho uma pena, porque o visual do jogo e os sistemas parecem bons para um jogo de sobrevivência, mas não quero jogá-lo como uma história de mãe e filho. Curioso que apesar de o tema ser emoção tenham escolhido não dar rostos aos personagens, causa um certo desconforto.
F.I.S.T.
Em um mundo tomado por robôs, o jogador controlará um coelho humanoide que conta com seu próprio braço mecânico para enfrentar os exércitos inimigos. Apesar dos gráficos em 3D a jogabilidade será toda em 2D com exploração no estilo "metroidvania". A jogabilidade parece interessante, com boas opções de combate, o que me lembra um pouco o reboot de Strider de 2014. A escolha do coelho como protagonista não me agrada muito.
Genshin Impact
Inicialmente seu tradicional RPG de waifus, não dá pra não perceber uma certa inspiração de The Legend of Zelda: Breath of the Wild nos visuais e também algo que aparenta ser próximo dos capítulos recentes da série Tales Of. Sem dúvida um dos jogos mais promissores e ambiciosos exibidos, ele sairá em 2020 no PS4.
Evotinction
Focado em oferecer uma experiência de "stealth", Evotinction é uma junção das palavras "evolução" e "extinção". O jogo se passa em um futuro próximo que questiona o relacionamento da tecnologia com o futuro do ser humano, se o levará a novas alturas ou se irá extingui-lo. Parece se inspirar bastante nas obras de Hideo Kojima mas sem a estrutura pra isso, como Left Alive.
Biped
Aqui temos um jogo até com personagens fofinhos, mas genérico demais para se destacar no meio dos outros. Biped parece ter alguns elementos interessantes de puzzle em dupla, mas seus cenários parecem ter saídos de uns 10 jogos diferentes, poderiam até mesmo ser um protótio de um novo Knack e não daria pra notar a diferença até os protagonistas entrarem em cena.
Romance of the Three Kingdoms XIV
Uma clássica série que acredito que pouca gente já jogou irá receber uma versão ocidental no PS4 em 2020. Há muitos, mas muitos mesmo, jogos da série Romance of the Three Kingdoms, porém a barreira de entrada deles sempre foi muito alta e acredito que nem todos cruzaram os mares para ganharem um lançamento por aqui.
In Nightmare
Este é um game de terror que mistura um visual fofinho com terríveis perigos. Trata-se de um conto de fadas sombrio sobre crescer e sobreviver. O jogador controla uma criança com a cabeça toda enfaixada em um mundo de sonhos enquanto atravessa cenários cheios de ameaças, com um porém. Algumas dessas ameaças são reais, enquanto outras são apenas fruto de sua imaginação. Me lembra bastante os games da série Yomawari só que em 3D.
AI-Limit
Um RPG de ação em terceira pessoa com uma atmosfera que lembra a de Nier: Automata. AI-Limite traz a guerreira Arrisa contra criaturas robóticas com uma jogabilidade de ação bem tradicional. Além da espada mostrada no trailer o jogo promete mais armas e equipamentos que além de alterar atributos mudam também o visua da personagem. Parece ok, talvez falte aquele algo mais para se destacar.
Convallaria
Minha primeira impressão ao ver o mapa do jogo é que ele parecia demais com o de Apex Legends. Convallaria é um jogo de tiro multiplayer online que sofre do mesmo mal de visuais genéricos que Biped. Até não ligaria para isso se a jogabilidade fosse frenética o bastante, mas parece ter elementos de RPG que deixam a ação bem mais tática e monótona.
Apocalypse
Este foi um jogo que apareceu muito pouco e não deu pra entender muito bem como será porque não foi mostrado seu gameplay. A história se passa após um grande terremoto e incluirá tomar escolhas a respeito dos sobreviventes. Não dá pra comentar muito além apenas com esse trailer, mas não parece algo na mesma direção de séries como Disaster Report, talvez algo mais próximo de I Am Alive.
The Oriental Exorcist
Há alguma confusão a respeito do nome desse jogo, com relatos que apontam para "The Eastern Exorcist" e "The East Exorcist", mas vamos ficar com esse por enquanto. Ele é um jogo de ação 2D com gráficos em alta resolução que parece inspirado por games como os da Vanillaware, como Muramasa: The Demon Blade, e isso pode ser uma coisa muito boa.
Broken Dellusion
Por último, da mesma produtora de The Oriental Exorcista, temos Broken Dellusion, um jogo de aventura que apesar de ser chinês está focado em um estilo de arte japonês. Há pouco liberado pela produtora, apenas algumas imagens, mas dá pra notar um estilo de arte que realmente lembra alguns RPGs famosos como Persona ou a série Digimon.
No geral o evento China Joy mostrou uma boa evolução dos jogos em relação ao Anno passado e poderia muito bem significar a entrada da China com estúdios de jogos AAA no ocidente no futuro. No entanto sempre que se fala de China se fala também de grande atrito internacional e cultural, então fatores de política externa podem mudar facilmente qualquer previsão desse tipo.