domingo, 21 de abril de 2019

PlayStation 5, Xbox One SAD e Switch na China


Essa semana teve algumas notícias interessantes, porém com bem menos repercussões do que a maioria esperaria. Ainda assim tenho um pouco a falar sobre. A Sony soltou a configuração técnica do PlayStation 4, a Microsoft anunciou um console sem leitor de discos e a Nintendo licenciou a empresa Tencent para vencer o Nintendo Switch na China. Vamos falar um pouco sobre cada uma dessas notícias.

A revelação do PlayStation 5 foi apenas uma revelação das configurações técnicas, as quais provavelmente a Sony deve dar um up depois. Seria loucura dizer para o público qual é a configuração e permitir que a Microsoft simplesmente jogasse mais dinheiro e superasse esses números com facilidade. Um dos pontos principais que deram vantagem ao PS4 foi a utilização de surpresa de memória RAM GDDR5 no console, por exemplo.

A questão é apenas de botar o nome do videogame na boca das pessoas, dar início ao "buzz". Eu não vou comentar muito sobre o PlayStation 5 até ver de fato o console, porque no momento me falta apenas ver a proposta dele para dar um parecer muito negativo. Atualmente eu acredito que a Sony tem todo o necessário para fazer do PlaySation 5 um fracasso.

Todo o sucesso do PlayStation 4 veio de uma posição de humildade que a Sony estava após apanhar de vara de marmelo com o PlayStation 3. Não só isso, a empresa estava em uma tremenda crise financeira como um todo. Já há alguns anos eu vejo a arrogância da Sony voltando aos poucos, principalmente pela saída de vários dos responsáveis pela criação do PlayStation 4.


A empresa se reestruturou com um plano fantástico, o "One Sony" que inclusive colocou o PlayStation no centro do coração da empresa em uma época que seus celulares, smartphones e laptops iam mal. A Sony percebeu que o PlayStation era uma das melhores coisas que eles faziam e que deveriam fazer direito e dar a atenção devida. Agora que estão estáveis de novo, não acredito que pensem mais assim.

Mas não dá pra dizer ainda "Por que o PlayStation 5 vai falhar" porque a marca ainda é famosa e falta ver o que ela de fato irá apresentar como proposta para o videogame. Se apenas for um console genérico, tem uma grande chance de ser engolido pelo Xbox em uma alternância de poder que o público parece estar pedindo.

É incrível como a memória das pessoas sobre a marca Xbox parece fraca, considerando escândalos muito recentes como o lançamento do Xbox One empurrando conexão 24 horas obrigatória, obrigatoriedade do kinect e bloqueio de jogos usados e emprestados. Isso para não mencionar as três luzes vermelhas da morte no início do Xbox 360 e como eles negaram por muito tempo que fosse um problema.


Sim, vamos falar de Xbox One agora, mais precisamente o Xbox One S All Digital Edition, que já vem com a piada pronta de formar a sigla Xbox One SAD =(. É um modelo de Xbox One S sem disco, que funciona todo digital, uma ideia razoável para cortar custos no final de geração e pegar mais público, porém tem um problema muito sério, ele não é tão mais barato assim.

O novo modelo custa US$ 250 comparado a um modelo com disco por US$ 300 (que muitas vezes sai em promoção) então só de pensar que você poderia economizar mais talvez comprando jogos usados físicos, não vale tanto a pena. É mais como um modelo capado sem um real ganho. O preço ideal para captar um novo público teria sido US$ 200 e a Microsoft simplesmente não conseguiu chegar nele.

Uma questão curiosa é que se ele não tem leitor de disco você provavelmente também não pode utilizar a retrocompatibilidade dos seus jogos do Xbox 360. Apesar de o Xbox One baixar versões digitais compatíveis dos jogos do Xbox 360, ele usa o disco para validar sua "compra". Sem isso você teria que recomprá-los para ter acesso. Não são jogos caros, porém é mais um gasto embutido se os quiser.

Eu vou ter que culpar essa na incompetência da Microsoft. Desde os primeiros anos do Xbox One ela já devia ter percebido que não estava nas graças do público e precisava baratear muito o console. Durante essa geração inteira ela perdeu a oportunidade de lançar um Xbox de baixo custo para pegar mais público. Ok, o Xbox One era um projeto totalmente diferente no início e isso engessou ele por muito tempo, mas depois de cinco anos eles ainda não conseguem fazer uma versão de US$ 200 dele? Não dá pra entender.


Enquanto isso a Nintendo prepara-se para mergulhar em um possível pote de ouro com a entrada da empresa na China em parceria com a Tencent. A China é um mercado muito volátil mas com muito potencial que todas as empresas querem e as ações da Nintendo já subiram bastante com a possibilidade. Há uma série de discussões éticas também que nem todas as empresas deveriam se submeter, como no caso do Google que lançaria um mecanismo de pesquisas censurado. É um bom ambiente para lucrar, mas um pouco anti-ético às vezes.

A Tencent é uma empresa que tem se mostrado extremamente habilidosa e sagaz para fazer a ponte entre públicos, jogos e agora consoles. Eles prometem se tornar uma potência nos próximos anos só lucrando em cima de sucessos criados por outros. Não dizendo isso para desmerecê-la, ela faz um trabalho de adaptação digno de Tec Toy, PUBG Mobile é um exemplo com uma versão mobile que é melhor que o jogo para PC.

Entrar na China não é automaticamente uma garantia de sucesso. Como dito, é um mercado volátil, no qual a menor das coisas pode afetar muito os seus negócios, a política do governo em si pode ser alterada a qualquer momento e o público não está tão acostumado a pagar por jogos. Não estou dizendo que a entrada da Nintendo na China não vai dar certo, mas que pode não ser o passeio que todos esperam.

A Nintendo já tentou entrar na China anteriormente com umas empreitadas de segunda classe, como o console exclusivo iQue Player que basicamente rodava jogos de Nintendo 64 e foi descontinuado com apenas 14 títulos lançados, entre eles Super Mario 64, Mario Kart 64, Paper Mario, Super Smash Bros., The Legend of Zelda: Ocarina ofTime e Animal Crossing (que nos Estados Unidos apenas foi lançado no GameCube, mas no Japão existiu no Nintendo 64 como Doubutsu no Mori).

Recentemente a China demonstrou várias preocupações sobre os jogos como uma forma de vício e vale lembrar que todos os jogos lá são avaliados pelo governo antes de serem aprovados, um dos poucos pontos do regime do país que ainda lembram o comunismo. Assim como aqui no Brasil, é um governo que do dia para a noite pode decidir proibir certos jogos ou até mesmo parar o processo de aprovação por meses como aconteceu recentemente, o que gera um fator especulativo forte.

Ainda assim todo mundo quer entrar na China porque é um mercado enorme que vem descobrindo as vantagens do consumo nos últimos anos e isso cria explosões de interesse por certos produtos. Há desvantagens em corridas do ouro, mas as vantagens costumam ser maiores.

Essa semana de notícias é muito semelhante aos recentes eventos que tivemos sobre Stadia, jogos da Microsoft no Switch e Apple Arcade. Há muitas tendências e incertezas para o futuro, mas cada vez vemos mais empresas querendo entrar no mercado. O que realmente não tenho visto é um respeito aos jogadores como parte essencial da equação e não apenas como consumidores compulsivos.

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Stadia, Apple Arcade, Game Pass e Cuphead: O novo mercado da atenção

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segunda-feira, 15 de abril de 2019

Desenho de Shantae 5

    

Fiz um pequeno fanart de Shantae 5 (sobre o qual falei um pouco outro dia no blog) com uma grande inspiração do anime Tengen Toppa Gurren Lagann, o qual todos deveriam assistir na Netflix ou comprar o mangá se ainda não o tiverem feito, é provavelmente o meu preferido de todos os tempos.

Nos jogos, Shantae utiliza o cabelo como arma e os personagens de Gurren Lagann usam furadeiras, então transformei o cabelo dela em uma espécie de furadeira, enquanto mantive o número "5" meio escondido ali como na arte de anúncio do jogo.

Fiquei bastante satisfeito com o resultado, especialmente com as cores, mas alguns efeitos do cabelo eu ainda não aprendi a fazer digitalmente como com o lápis.

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sábado, 13 de abril de 2019

Stadia, Apple Arcade, Game Pass e Cuphead: O novo mercado da atenção


Recentemente o mundo dos jogos deu uma sacudida violenta com a entrada de novos competidores e quebras de paradigmas. O Google está entrando no mercado com Stadia, a Apple com seu Apple Arcade, a Epic com a Epic Store, a Microsoft transformando seus jogos em serviços como o Game Pass, além do fato que eles saem também no PC e até no Switch, tudo está meio estranho. E o curioso é que tudo tem o mesmo motivo.

Se você reparar o mesmo está acontecendo no mercado de Streaming, que antes era dominado unicamente pela Netflix e agora lidará com competição ferrenha de Disney+, além da existência de serviços menores como Amazon Prime, mas vale lembrar que a Amazon também é uma grande jogadora nesse mercado. Estou falando sobre streaming apenas para exemplificar? Não, eles também são parte da questão.

Lembra-se quando a maioria das empresas viam os consumidores como carteiras ambulantes? Sempre foi essa a visão de empresas mais inescrupulosas como EA e Activision, por isso o desafio delas sempre foi sobre como tirar mais dinheiro de cada consumidor com dlcs, edições especiais, lootboxes. Ironicamente, um dia ainda sentiremos saudade dessa visão.


Porque EA e Activision são como adolescentes em um parquinho, parecem grandes perto das outras crianças, mas são pequenas comparadas ao mundo dos adultos. Veja que o desafio dessas empresas é encontrar novas formas de tirar seu dinheiro, fazer você gastar com um produto, mas o que aconteceria se empresas já soubessem como tirar seu dinheiro e agora só precisassem retirá-lo continuamente. Este é o novo paradigma do consumidor no capitalismo moderno. Ele virou o produto.

Empresas gigantes como Microsoft, Disney, Apple, Google, Amazon e algumas menores em comparação a essa escala como Epic, Warner e Netflix estão lutando para ter você no curral delas. Seu dinheiro não é mais o que elas querem... bom, é... mas já é tão garantido que elas conseguirão tirá-lo de você que não é mais uma questão de como elas tirarão e sim de quanto. Você agora está sendo ordenhado e a única limitação é quanto tempo está conectado à máquina e o ideal seria um quarto coberto de telas como no episódio "Quinze milhões de méritos" de Black Mirror.

Isso significa que a moeda não é mais o dinheiro e sim sua atenção, o "Watch Time". Quanto mais atenção você dá, mais dinheiro você gera para essas empresas, seja direta ou indiretamente, como anunciantes que pagam para elas exibirem propaganda pra você ou compram seus dados. Por que a Microsoft está lançado seus produtos em mais plataformas do que antes? Até mesmo em plataformas que seriam rivais? Porque ela é uma empresa gigante e para ela agora importa mais o tempo que você olha para algo dela, do que os produtos que você compra dela. "We're in the Endgame now".


A questão é que para manter seu tempo no site, seu "Watch Time" otimizado, as empresas utilizam algoritmos que tentam prever o que você gostaria de assistir para que então fique mais tempo lá assistindo. Veja que nesse momento estamos falando de plataformas como YouTube ou Facebook, mas como seria o futuro dos games no qual um algoritmo te convence qual jogo experimentar a seguir e isso com base em quanto esse jogo te prenderia no sistema deles e não por suas qualidades.

Para não mencionar que algoritmos podem ser manipulados e já é o que estamos vendo hoje em dia, mesmo além do Facebook e YouTube. Atualmente alguns dos jogos mais baixados que vemos no Google Play e App Store são da empresa Voodoo. Eles não são jogos bons, muitas vezes copiam outros jogos melhores, para não mencionar que quase todos os seus jogos simulam multiplayer com outras pessoas quando na verdade são apenas bots. Mas eles são ótimos em manipular os algoritmos que os colocam no topo. Tão bons que atraíram investimentos do grupo financeiro Goldman Sachs, o que é no mínimo um pouco suspeito.

Mas ok, eu falei bastante de Microsoft, que é uma empresa gigante e fabricante de consoles, mas o que tudo isso significa para empresas menores como Sony e Nintendo? Elas não têm a mesma capacidade das outras empresas citadas, a Sony mal se recuperou de uma crise na empresa que quase a faliu e a Nintendo é uma empresa unicamente de videogames.


A primeira coisa que você deve notar é que nenhum plano dessas empresas inclui a Sony em nada. Se a Microsoft não vê mais a Nintendo como rival porque agora está competindo por atenção, por que ela ainda veria a Sony como tal? Porque a Sony é atualmente a líder do mercado de consoles e isso a torna um inimigo a ser derrubado.

Quando a Microsoft tentou barrar jogos usados bastou um vídeo da Sony dizendo que o PlayStation 4 não teria essa limitação para destruir completamente a geração para a Microsoft. Imagine se a Sony resolvesse apontar as falhas de conceito do Stadia, da ideia de pagar por uso de jogo e não pela posse de jogo como no Game Pass. Com as estratégias certas ela poderia matar algumas dessas empreitadas, virar a opinião do público, se tornar uma pedra no sapato. Por esse ponto de vista ela tem que ser eliminada.

E a Nintendo simplesmente corre por fora, ela não faz parte desse mundo das megacorporações e sempre existe o risco de ser engolida se não for forte o suficiente. Um CEO como Satoru Iwata jamais deixaria isso acontecer, mas eu não tenho tanta fé no CEO atual. Ainda assim sempre existe aquela mágica única da Nintendo capaz de protegê-la e de até fazê-la despontar no meio de megacorporações.


Agora falando sobre algo até um pouco ridículo que talvez devesse ser o foco disso tudo. Esse modelo de caça ao Watch Time sequer é sustentável? Muito provavelmente não, pode ser uma bolha como as da Netflix ou Uber. Seria um alívio para o futuro já que veríamos várias dessas empresas quebrarem a cara enquanto alguma novata desconhecida causaria uma disrupção e ditaria os novos rumos do mercado.

Mesmo nesse mundo tão controlado por empresas gigantes ainda existe a possibilidade de uma disrupção vir de uma empresa pequena, como veio da Netflix há pouco tempo. O que vemos atualmente é o período de benchmarking, no qual todas as empresas estão correndo atrás das líderes com medo de ficarem para trás. Nessa febre do ouro em nenhum momento se questiona se as líderes de fato estão na frente ou se o seu modelo de negócios é bom.

Como presumo que saibam, a Netflix amarga prejuízos gigantescos atualmente, na casa de dezenas de bilhões, enquanto recebe centenas de milhões de lucro. A ideia é que ela crescerá exponencialmente e seus lucros um dia superarão seus prejuízos, porém trata-se de uma bolha especulativa, pode estourar antes do esperado... e ainda assim a Disney segue logo atrás dela.


A questão é que durante um tempo muitos terão Netflix, durante um tempo muitos terão Disney+ e durante um tempo muitos terão Game Pass e durante esse tempo ideias como um PlayStation ou um Nintendo podem começar a parecer ultrapassadas e talvez deixem de existir a longo prazo mesmo que no fundo sejam opções melhores. As pessoas simplesmente vão se acostumando com novos modelos de consumo independente de serem sustentáveis ou não.

A tecnologia algorítmica de big data e a inteligência artificial têm alterado profundamente a forma como nos relacionamos com a tecnologia, até caindo no cliché clássico do homem como escravo da máquina. Megacorporações não parecem se incomodar de usar isso para lucrar e o limite disso será um dos grandes desafios que enfrentaremos nos próximos dez anos. Quando menos notarmos, a forma como jogamos videogame pode mudar para sempre.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Earth Defense Force: Iron Rain - Nova esperança ou novo Armageddon


Mas pera aí Rafael, você não acabou de falar sobre Earth Defense Force 5? O combinado não é que só temos que aturar você falando sobre essa série uma vez por ano? Bom caro leitor, normalmente sim, mas tivemos aqui uma reviravolta que me leva a falar de um novo jogo na franquia: Earth Defense Force: Iron Rain, que será lançado essa semana, apenas 4 meses após o lançamento de EDF 5.

Começa pelo seguinte ponto: Earth Defense Force 5 e praticamente todos os outros jogos da série são desenvolvidos pela Sandlot, uma empresinha japonesa genial que eu quero apertar as bochechas sempre. Porém Earth Defense Force: Iron Rain foi desenvolvido por outra empresa, a também nipônica Yuke, com um objetivo totalmente diferente.


A intenção é tornar a série mais atraente para o ocidente, porém da última vez que isso foi tentado acabamos com o terrível Earth Defense Force: Insect Armageddon da Vicious Cycle Software que simplesmente não entendia nada do que fazia a série interessante. A Yuke olha para a Sandlot como um senpai e parece respeitar mais o que o jogo simboliza, então nesse ponto pelo menos eu tenho um pouco mais de esperança.

Um ponto que eu acho inevitável é que provavelmente o jogo não terá o sistema de danos aos membros de EDF 5 e Zangeki no Reginleiv. Por ser outra produtora que praticamente desenvolveu outro jogo ao mesmo tempo que a Sandlot, então não devem ter ido pela mesma direção que ela foi com o quinto jogo.

Aparentemente Iron Rain só terá umas cinquenta missões, o que é muito pouco para o padrão da série, mas pode trazer uma experiência diferente da campanha de cem missões tradicionais de EDF. O jogo utilizará um sistema estranho de créditos nos quais você junta dinheiro pra comprar suas armas novas e melhorar seu personagem. É um pouco estranho, mas não posso julgar no momento se melhor ou pior que o atual.

Don't stop me now! Cause I'm having a good time!

O visual do jogo é bem diferente pois Iron Rain tenta ser mais realista à primeira vista. Isso se reflete em vários conceitos. Nada é apresentado apenas como algo natural sem explicação. Por exemplo, os personagens só são super resistentes porque usam exoesqueletos, se suas armas fizerem coisas impressionantes o jogo vai detalhar qual a fonte de energia delas e assim por diante.

No entanto logo depois o realismo vai pra casa do... pelos ares, com a introdução de novidades totalmente loucas e aparentemente muito divertidas. Uma delas é a nova classe Prowl Rider que é basicamente uma cópia dos caçadores de Ataque dos Titãs. Outra loucura é a capacidade de montar um dos insetos de alguma forma bizarra que não consigo entender. Todas as classes agora têm variantes masculinas e femininas.

Um ponto que me divide é que os personagens genéricos de EDF são substituídos por personagens de verdade com nomes e histórias que você poderá seguir. Alguns são promissores, mas não sei se isso é uma boa coisa. O multiplayer também parece ter sido ampliado pra um total de seis pessoas segundo as imagens, ao contrário dos grupos com quatro de EDF 5.


No início eu fiquei bem empolgado com as novidades de Iron Rain, não com todas, mas com as grandes mudanças na jogabilidade já que EDF 5 já tinha sido um passo tão impressionante pra franquia. Por outro lado o fato de que não é o mesmo estúdio desenvolvendo e que algumas mudanças parecem estranhas me preocupa.

Infelizmente a menos que eu consiga mexer uns contatinhos para conseguir uma cópia de review de EDF: Iron Rain, eu não vou ter como falar sobre o jogo por um bom tempo, até que ele seja vendido em uma promoção já que a cotação do dólar está valendo quase 4 formigas gigantes.

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Cat Quest 2, agora com coop


Cat Quest foi um jogo independente realmente fantástico em sua simplicidade, um exemplo de uma grande aventura traduzida de forma simples em um único mapa que parecia épico. Não vou dizer que o jogo não tinha defeitos, ele era um pouco amarrado e o final ficava repetitivo pra caramba, mas por isso mesmo estou ainda mais animado pela possibilidade de Cat Quest 2, agora com multiplayer cooperativo.

Não dá pra esperar grandes mudanças, é bem mais do mesmo, o que não é necessariamente ruim. O primeiro jogo era muito bom, mas precisava de um pouco mais de jogo de cintura, o que o cooperativo pode trazer. Caso o jogador prefira o modo single player ainda poderá jogar normalmente ao trocar ambos os personagens.

O segundo personagem é um cachorro, o que no mundo de Cat Quest é uma raça de inimigos, mas aparentemente eles vão se unir por algum motivo aqui. Jogadores dividirão todos os seus equipamentos, mas haverá armas e armaduras que só podem ser usados por gatos ou cachorros. Além disso cada um deles receberá magias específicas, então abre espaço para estratégias.


O jogo sai ainda esse ano no PC e não sei se um lançamento para consoles irá demorar. O anterior demorou um pouco e em compensação veio com uns três DLCs junto, como Hollow Knight. Até tenho ressalvas que talvez ele não conserte os erros do antigo, mas só o modo cooperativo já significa que vou jogá-lo de uma forma diferente do original.

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Neptunia Shooter não é uma piada de 1º de Abril


No dia 1º de Abril, o dia da mentira, muitas empresas fizeram anúncios absurdos de jogos. Alguns deles foram divertidos e outros nem pareciam tão impossíveis assim, como foi o caso de Neptunia Shooter, um jogo de tiro 8 Bits da Idea Factory International baseado na franquia Hyperdimension Neptunia. Acontece que ele é de verdade e sairá ainda em 2019, inicialmente apenas para PC.

Você começa o jogo com a protagonista Neptune, enfrenta hordas de inimigos por seis mundos e ao final de cada fase liberta uma das outras deusas do mundo dos videogames como Noire, Blanc e Vert. Outras personagens como Iffy e Compa também aparecem. Após vencê-las você pode trocar de personagem para aproveitar tiros diferentes. Não parece haver muito mais além disso, então presumo que seja um jogo de baixo preço.

O jogo está sendo desenvolvido pela própria Idea Factory International, sem a Compile Heart por trás, então não sei o quanto posso atestar sobre ele. Digamos que os spin-offs da série Neptunia variam bastante na qualidade dependendo de quem os desenvolve. O spin-off de estratégia Hyperdevotion Noire é ótimo, o de ação Action Unleashed é um pouco repetitivo e MegaTagmension Blanc e Producing Perfection não são tão legais assim.


Eles sempre contam com um grande charme e fanservice, então isso pode ser esperado. O que dá pra notar pelas imagens é que ele não parece particularmente um jogo fantástico de tiro, equiparável a alguns dos shooters de desenvolvedores especializadas do Steam, porque provavelmente não é. Os spin-offs da série Neptunia não tentam em nenhum momento ser jogos de destaque em seu próprio gênero, mas oferecer novas formas de experienciar suas carismáticas personagens.

Eu gosto bastante da série Hyperdimension Neptunia e é sempre bom rever suas personagens, mas é também preciso que haja um jogo bom para empolgar além do charme.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Reviews de filmes


Olá pessoal, adicionei duas reviews de filmes aqui no blog: Capitã Marvel e Shazam, que foram os dois últimos filmes que vi no cinema. Estava dividido sobre colocar reviews de filmes aqui já que é um blog de games, então achei melhor deixar vocês decidirem se querem que eu poste esse tipo de conteúdo ou não.

Não seria algo frequente, pois eu não costumo ir muito ao cinema, é preciso algo meio excepcional pra me tirar de casa e os únicos filmes futuros que eu tenho certeza que vou ver na tela grande são Vingadores: Ultimato e Star Wars IX, então não faria sentido tipo abrir um segundo blog só pra isso, mas às vezes eu sinto que tem muito que eu gostaria de falar sobre um filme e não tenho onde.

Também não tiraria meu foco de videogames porque são coceiras diferentes. Quando dá vontade de escrever sobre uma coisa não dá pra pegar aquela mesma energia e escrever sobre outra, o que significa que um tipo de conteúdo não subtrai do outro.

Diferente de videogames eu não sou um especialista em cinema, mas entendo o suficiente de cultura pop para dizer se um filme entretém ou não. Dificilmente faria review de algum filme mais profundo, só os blockbusters mesmo. Deem uma olhada no que foi postado e me digam o que acham.

Review sem spoilers de Shazam!


Shazam! é o mais recente filme da DC com promessas de ser um redentor da empresa de quadrinhos que vem tendo uma trajetória meio difícil nas mãos da Warner Bros. com filmes sombrios e que não representam bem seus personagens. Shazam! é um incrível passo a frente nesse sentido com uma aventura divertida e um pouco diferente do tradicional. Tem seus altos e baixos mas fecha com saldo positivo e se equipara em qualidade às produções de sucesso da Marvel sem copiá-las.

Para quem não conhece o personagem, Shazam! conta de um garoto órfão chamado Billy Batson que é escolhido como o campeão de um antigo mago para receber seus poderes. Ao dizer a palavra Shazam ele se transforma no herói, o que me deixou um pouco confuso sobre como ele diz pros outros qual seu nome sem acabar se destransformando por acidente. Antigamente o personagem se chamava Capitão Marvel, mas acabou mudando de nome.

A primeira coisa que se percebe no filme é que ele é um ponto fora da curva nesse universo de filmes de heróis. Não é formulaico como os da Marvel e nem segue o estilo de outros da DC (Nolan/Snyder), ele tem uma identidade própria que seria mais próxima de um Deadpool para toda a família, bem colorido e com grande foco em piadas.


O filme é muito familiar, um pouco mais maduro em certos momentos que alguns da Marvel. Me parece que é um filme para o qual você poderia levar seus pais com tranquilidade. Enquanto eles talvez não se interessassem por um Vingadores ou mesmo pela ação em Shazam, há toda uma história sobre amadurecimento e valores familiares com a qual eles poderiam se conectar.

O filme tem uma grande vibe de Sessão da Tarde, dizendo isso de forma positiva. Enquanto assistia parecia que estava vivendo um momento histórico ao ver o filme que será o mais famoso do bloco da tarde da Globo daqui a uns 10 anos, ao lado de "Curtindo a Vida Adoidado". Ele tem todo o necessário pra isso, uma premissa curiosa, piadas, valores familiares, uma receita de sucesso bem administrada.

Não quer dizer que o filme é fantástico o tempo todo, ele tem altos e baixos, mas é aí que ele se beneficia de não ser formulaico. A fórmula da Marvel às vezes cria filmes mais insossos, mornos, sempre se mantendo em um nível de qualidade esperado, sem pontos baixos mas também sem pontos altos. Como diria Maurílio no Choque de Cultura: "se todo filme fosse genial a sétima arte seria medíocre, porque a média seria a genialidade".


Em comparação com Capitã Marvel, acredito que em seus pontos mais baixos, Shazam vai mais baixo do que o filme da Marvel, porém em seus pontos mais altos é excepcional de uma forma que Capitã Marvel não é em momento nenhum. O vilão é carismático, apesar de sobrar um pouco na história, e a resolução de todo o conflito no final surpreende, mesmo que se estenda um pouco demais.

Zachary Levi está ótimo no papel, mas não parecem ter explicado bem pra ele quantos anos o Billy tinha. Na maioria das histórias, Billy tem 10 anos, mas no filme ele tem 14. Quando transformado em Shazam, ele parece mais uma criança de 10 anos que de 14, o que é bem esquisito porque ele parece mais infantil como Shazam do que como Billy.

A trilha sonora é fantástica, algumas ótimas músicas e sempre bem inseridas no contexto do filme. Gostei muito dos efeitos especiais, dá pra ver que tem uma mistura equilibrada entre computação gráfica e efeitos práticos, o que cria uma sensação muito melhor ao assistir do que quando é tudo CG. A ação não é tão exagerada a ponto de destruir cidades e por isso parece muito mais acreditável.


Como filme em si no período que estamos, eu diria que ele é tão bom quanto Capitã Marvel, que por sua vez é tão bom quanto a média dos filmes da Marvel, mas Shazam te empolga muito mais. É muito melhor do que o recente Aquaman, não supera alguns dos projetos mais ambiciosos da Marvel como Soldado Invernal e Guerra Civil, mas atinge um público mais velho que a Marvel não pega.

Por mais que o cenário de filmes de heróis atualmente se baseie muito na comparação, qual filme é melhor que o outro, especialmente entre Marvel e DC, Shazam corre por fora como Deadpool. É claramente um filme atemporal que independente da sua recepção atual vai ser lembrado de uma forma impressionante no futuro.

Tem duas cenas pós-créditos e uma animaçãozinha iradíssima no final. A primeira cena pode esperar pra ver, a segunda é só uma piadinha, pode ver em casa se quiser porque os créditos são meio longos.

Atenção: os comentários podem conter spoilers

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Review sem spoilers de Capitã Marvel


Capitã Marvel é um filme que eu tinha algumas ressalvas por estar sanduichado entre Vingadores 3 e 4, mas resolvi ir assistir justamente para conhecer bem a personagem que estará no quarto filme. É um filme de origem, segue muito da fórmula da Marvel e não fala tanto sobre questões feministas quanto se esperava por ser o primeiro filme de uma heroína da empresa, diferente de Mulher Maravilha. Confiram uma pequena review sem spoilers.

Por ser um filme de origem, Capitã Marvel tem um aspecto meio datado e formulaico da Marvel. É semelhante em estrutura a filmes como Homem de Ferro, Thor, Homem-Formiga, a conhecida primeira fase que introduziu os personagens principais de Vingadores. Era um filme que deveria já ter saído bem antes, pois parece muito mais velho do que Doutor Estranho, por exemplo. Prova que a Marvel tem alguns desafios futuros pra sacudir sua fórmula e introduzir novos personagens após Ultimato.

O primeiro ato, aproximadamente a primeira hora do filme, começa um pouco devagar com a origem alienígena da personagem e entedia um pouco com essa parte completamente desconectada do mundo comum. As coisas começam a melhorar quando ela vem pra Terra e surgem algumas boas cenas de ação que empolgam. O filme também gera uma boa atmosfera de suspense com toda a ideia de que qualquer pessoa pode ser um Skrull, os vilões do filme.


Os Skrulls são apresentados de uma forma bem diferente dos quadrinhos da Marvel, mas suas principais características ainda estão lá. Eles são polimorfos, podem virar qualquer coisa, mas no filme apenas exploram sua capacidade de virar outras pessoas. Isso cria uma atmosfera de "não confie em ninguém" bem legal, mas sem reviravoltas muito grandes como "Oh meu Deus, ele era um Skrull esse tempo todo?".

No começo Capitã Marvel empolga muito, por isso é meio decepcionante quando o filme desacelera no segundo ato. Foi quase como se a Marvel estivesse com medo de o filme dar errado por ter uma protagonista mulher e fez meio que dois filmes em um pra cobrir suas bases. Além da Capitã Marvel ele é praticamente um filme de origem do Nick Fury.

Como já devem saber, o filme se passa nos anos 90 e Samuel L. Jackson que interpreta Nick Fury teve um rejuvenescimento digital pra atuar o filme inteiro com carinha de bebê, uma tecnologia impressionante. A ambientação do filme nos anos 90 no entanto entra pouco em questão. Com exceção de uma ou outra piada, a história que está sendo contada não depende em nada desse período específico na Terra.


O segundo ato do filme se segura praticamente só no alívio cômico com Nick Fury e o fofo gato Goose. O carisma de Samuel L. Jackson praticamente interpretando ele mesmo ajuda, pois a personagem da Capitã Marvel é um pouco dura. Não acho que Brie Larson a interpretou mal, mas que a personagem foi escrita para ser distante, alienígena, excessivamente poderosa e isso a torna pouco relacionável. Ela me lembra um pouco como seria um Superman da Marvel e em mais de um momento eu senti os mesmos problemas que em histórias do Homem de Aço.

Nick Fury talvez esteja leve e engraçado demais nesse filme, de forma que é difícil entender como ele vira aquele líder turrão em Os Vingadores. Não parece que deu tempo de acontecer tanta coisa ferrada assim com ele. Vale lembrar que Nick Fury se soltou nos filmes mais recentes, mas é como se estivéssemos vendo o Nick Fury atual em um filme que se passa anos antes.

Devido a esse segundo ato mais parado e engraçado o filme desacelera um pouco e com certeza poderia ser uma meia hora mais curto para não ser cansativo. As piadas ainda são boas, obviamente, mas destoa bastante do que é apresentado na primeira hora. Então vem o ato final e encerra tudo meio mais ou menos, com umas músicas bem fora do lugar.


Durante todo o filme a Capitã Marvel não tem um antagonista realmente forte, ela tem um ou outro inimigo, mas não um vilão digno de uma cena final e isso fica aparente. Acaba que cria-se uma ameaça imediata para ela enfrentar e o final do filme parece insosso. Se a primeira metade do filme fosse muito boa, a segunda meio parada e engraçada e o final empolgante, Capitã Marvel não teria problemas em se enturmar com os grandes da Marvel, mas ao escorregar também no final, cria-se um efeito ladeira.

Não que Capitã Marvel seja ruim, mas ele também não impressiona. É muito como os filmes da Marvel pareciam antes de Vingadores, quando ainda tinham que apresentar Homem de Ferro, Thor e Capitão América antes de reuni-los em algo maior. Estamos falando de um universo Marvel pós Soldado Invernal, pós Guerra Civil, pós Doutor Estranho, filmes que já sacudiram muito bem a fórmula muito antes de Capitã Marvel sair.

Talvez a Marvel não tenha arriscado muito por todas as polêmicas de ser o primeiro filme com uma protagonista mulher. Há momentos em que até mesmo a direção do trailer mostra um filme melhor do que o que foi apresentado, então talvez eles tenham se segurado bastante ao medir a reação do público aos trailers e toda a controvérsia que o precedeu.


Ainda assim, vale lembrar que Capitã Marvel ainda está melhor que outros filmes de herói que saíram na mesma época, como Aquaman. Porém, não acho que será um filme muito lembrado daqui pra frente, como o primeiro Thor que hoje quase ninguém assiste. A personagem tem potencial para um Capitã Marvel 2 e Guerra Civil 2. Assim como o Superman funciona muito melhor como parte da Liga da Justiça, a trajetória de Capitã Marvel pode acabar vindo a ser bem mais interessante que seu começo.

Atenção: os comentários podem conter spoilers

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