quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Sua TV será mais inteligente no futuro




Para quem não sabe o que é disruptivo ou disrupção, recomendo que deem uma lida neste livro escrito por Clayton M. Christensen . Mas é claro, se quiserem saber uma simples definição, vamos entendê-lo como: uma ação que provoca uma interrupção do curso normal dos acontecimentos. No caso vamos falar de disrupção na tecnologia. Exemplo do iPod e iTunes. Extremamente disruptivos, alteraram a forma como se escutava e comercializava músicas. Ou seja, mudanças na forma como as tecnologias são utilizadas (sejam elas novas ou apenas usadas de forma diferente).



O próximo passo de disrupção que ando observando é a das SmartTVs. Assim como SmartPhones o adjetivo Smart significa um dispositivo inteligente, com processadores e memorias avançadas capazes de rodar aplicativos em um sistema operacional robusto.

As TVs atuais nada mais são do que telas de cristal liquido ou plasma, que em determinada temperatura, essa substancia, exibe formas distintas de luzes em pequenas partes chamadas de pixels. Elas possuem apenas menus de configuração e nada além disso. As fontes de conteúdo são limitadas apenas a periféricos, incluindo o sinal digital aberto que é gerado fora e a TV apenas se limita a reproduzir os sinais em luz.

Ok, parece normal até aqui. As TVs servem apenas como um reprodutor de conteúdo, como sempre foi. Quer ver um filme? Conecte um DVD Player. Quer jogar? Conecte um video Game. Quer ver noticias? Ligue na CNN. O papel da TV é de uma central de reprodução. Mas esse papel pode mudar. Os celulares de apenas ligações viraram dispositivos para multi-utilidades, de Câmeras Fotográficas até GPS. As TVs estão a um passo (e um passo muito atrasado) de se tornarem não mais uma central reprodutiva mas uma central de gerenciamento.



Menino Chato:"Tá, mas qual a novidade? Elas já existem e estão aí no mercado, e daí?"

A ideia desse artigo não é dar um anúncio e sim uma analise. O potencial real das SmartTVs não estão sendo discutidas ainda e muito menos exploradas. Das gigantes do mercado só as que atiram para todo lado estão participando (Samsung e LG). E pior, estão sendo usadas da forma errada (por exemplo aplicativos como facebook e twitter instalados... por que alguém vai querer ver algo pessoal em uma tela enorme que todos podem assistir?).

A disrupção não vai ocorrer através de melhor qualidade de imagem, nem de visual 3D (tecnologia nenhum pouco disruptiva e altamente ignorável). A beleza e a facilidade no transporte são os maiores fatores para alguem querer uma TV LCD/Led. Exatamente isso. A maioria das pessoas nem se importam ou nem percebe a mudança de resolução das TVs. Assim como no Wii ninguém se importava com isso, com as TVs também não se importam. A maioria ainda assiste filmes por DVD ou vídeos em baixa resolução na internet.

O principal fator disruptivo se deve ao conteúdo. As atuais TVs apenas reproduzem mas não geram. As SmartTVs vão proporcionar novas entradas de conteúdos antes não acessíveis.

A possibilidade de se conectar com a internet é a tecnologia mais disruptiva (nada de imagem em alta definição como muitos pensam). No Brasil o sinal de TV é uma concessão governamental, apenas com um aval do governo você poderá usufruir do sinal aberto. Isso é extremamente restritivo e impede que alguma empresa menor possa entrar no mercado. Com a internet, qualquer um pode iniciar um canal gratuito via Streaming e produzir seu próprio conteúdo. O mesmo pode garantir a entrada de grandes empresas na luta por maior espaço na TV. Quem sabe ver um canal da BBC direto da Inglaterra gratuitamente? Esses canais ganhariam muito mais com publicidade. As empresas que pagam por publicidade obviamente adorariam, visto que assim não ficam reféns do alto custo da exposição em intervalos comerciais de apenas poucos canais monopolistas.

E como é um blog de jogos eu não poderia deixar de citar o potencial de se tornar um Video Game. Assim como a AppStore , jogos poderiam ser comercializados digitalmente. Joysticks de diversas empresas poderiam brigar por atenção. Produtoras menores teriam mais espaço.



O cenário disruptivo esta criado, basta apenas que alguem de a largada. As atuais SmartTVs são um tiro no escuro e estão longe do ideal. Seus conteúdos são copias de celulares e tablets, esses sendo pessoais , não podem ser reproduzidos em uma tela no meio da sala. O foco deve ser no entretenimento coletivo.

Ainda não sei porque empresas como Apple ou Google não entraram de vez na disputa. Talvez estejam analisando o mercado ainda. Mas o futuro das TVs está sendo definido e podem por fim a modelos mais datados (blu-ray player quem?). A empresa que melhor entender e criar esse novo modelo de TV terá um grande mercado para lucrar.

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