quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Pirateando Minecraft

Algumas semanas atrás, um dos maiores fenômenos independentes do mundo dos jogos foi lançado. Apesar de estar disponível há anos, Minecraft finalmente saiu de sua versão beta e atingiu um status oficial de completo.

A questão é que, como dito, Minecraft esteve disponível durante todos esses anos e eu o achava um jogo interessante, mas eu não o comprei. Apesar de estar bastante inclinado a fazê-lo, algo me segurava, eu pensava: "Falta objetivo", então para mim não valia a pena comprá-lo.

Se eu achava o jogo interessante, será que deveria pirateá-lo para jogá-lo sem pagar? Nessa época, Minecraft era vendido pela metade do seu preço, eu poderia pagar metade do preço dele e ainda tê-lo legalmente. O que me impeliu a não comprá-lo naquela época, porém pagar o dobro do preço satisfeito agora?



O criador de Minecraft, Markus "Notch" Persson uma vez falou sobre sua postura em relação a pirataria: "Pirataria não é roubo. Não existe venda perdida". O que ele queria dizer com isso é que é fácil se acomodar e acusar os outros de roubarem seu trabalho, ele prefere correr atrás e fazer com que os jogadores queiram pagar.

Isso soa como loucura, certo? Por que alguém pagaria por algo que eles já têm de graça? Um jogador com a versão pirata de um jogo, nunca iria comprar a original, iria? Veja este e-mail enviado para o Blog de Sean Malstrom, traduzido:
"Olá Sean, eu não tenho tipo muito tempo para escrever ultimamente, mas vou abrir uma exceção para Minecraft. (...) Eu joguei a versão pirata de Minecraft já que não gosto muito de já ter pago por jogos que mais tarde me desapontam. Eu achei que Minecraft era legal e tudo, mas como você, eu superei o jogo e senti que faltava objetivo, então não senti que deveria comprá-lo".
"(..) Quando [Notch] anunciou o "Adventure Update", ele me pegou, eu senti a expectativa e comprei, por mais do que eu pagaria na beta, porque eu senti que eu receberia o valor que eu não senti que receberia [antes]. Eu não me desapontei".

É realmente assim que eu me sinto. Não só este jogador pagou por um jogo que ele já possuía em versão pirata, como ele pagou o dobro do que precisaria pagar se tivesse comprado antes. Isso só reforça que pirataria nunca foi uma questão de preço, mas sim de valor.

O que por sua vez é mais ou menos o que diz o chefe executivo da Valve, Gabe Newell. Isso mesmo, a empresa por trás do Steam. "Achamos que há um conceito errado fundamental sobre pirataria. Ela é quase sempre um problema de serviço (valor) e não um problema de preço", diz Gabe.


E continua: "Por exemplo, se um pirata oferece um produto da conveniência do seu computador pessoal, e o vendedor legalizado diz que o produto tem travas de região, chegará ao seu país três meses depois do lançamento americano e só pode ser comprado em uma loja física, então o serviço do pirata é de maior valor".

O Steam é o maior serviço de venda de jogos por PC, não enfrentando problema algum para florescer em meio à pirataria. Ele sofre de outros problemas relativos à distribuição digital, mas isso já não é problema nosso.

Outro desenvolvedor, que realmente parece entender um pouco mais de videogames, é Fork Parker, CEO da Devolver, que é responsável por publicar Serious Sam 3, que comentou: "Serious Sam 3 combate a pirataria ao ser um jogo divertido, frenético e oferecendo uma campanha selvagem cooperativa para até 16 pessoas. Os jogadores pagam pelo que é legal".

Jogadores vão pagar pelo que eles gostarem. Independente de todas as concepções que as grandes empresas fazem a maioria acreditar. Recentemente foi divulgado um estudo sobre a Suíça, onde não é ilegal baixar conteúdo para seu uso próprio (como no Brasil), visando saber se deveriam ou não alterar suas leis de copirraite.

O país decidiu mantê-las quando descobriu que a dita "pirataria", não estava diminuindo as vendas, pois as pessoas mantinham a mesma quantia de sua renda destinada ao entretenimento. O mais incrível no entanto, é que além de não diminuir, ela aumentava as vendas, pois as pessoas experimentavam mais o que era desconhecido.


Juntando tudo, temos o seguinte resumo:

1. "Não existe venda perdida" - Markus "Notch" Persson, CEO Mohjang, criador de Minecraft

2. "Pirataria é um problema de serviço (valor) e não um problema de preço" - Gabe Newell, CEO Valve (Steam)

3. "Os jogadores pagam pelo que é legal" - Fork Parker, CEO Devolver, publicadora de Serious Sam 3

Gostaria de encerrar este artigo com um post do blog pessoal de Notch:

"Grandes partes da cultura nos dias de hoje existem em um mundo onde cópias são de graça. Copiar um livro físico custa dinheiro, mas copiar um filme digital é de graça. Na verdade, mesmo mover um arquivo de um HD para o outro, copia o filme primeiro e então apaga o original. Copiar jogos também é de graça. Recursos não são perdidos, ninguém perde dinheiro e mais pessoas se divertem".
"Para pessoas que querem ser pagas pelo seu trabalho digital, como eu, isso é um problema. Toda a economia da sociedade está baseada em um modelo ultrapassado onde dar algo a alguém privaria o dono original de sua cópia, então todos que quisessem uma cópia tinham que comprar uma de alguém que perderia a própria, e a única fonte de novas cópias era você".
"Nós temos uma incrível e eficiente forma de distribuir cultura que é extremamente benéfica para a humanidade, mas que colide com nossos modelos econômicos atuais. A pirataria irá vencer a longo prazo. Ela tem que vencer. A alternativa é assustadora demais".

E caso estejam se perguntando, eu paguei o maior preço possível por Minecraft, €19,95, o equivalente a uns R$ 50 atualmente, pois eu achei que o jogo merecia. Não só isso, eu comprei camisetas, um chaveiro, um bloco de papel e uma picareta.


Eu gastei aproximadamente dez vezes mais do que se eu simplesmente tivesse comprado o jogo no início, pela metade do preço atual, experimentado e não tivesse gostado.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

The Elder Scrolls V: Skyrim e o medo do Tio Zilla

Video feito por mim para aqueles que, como eu, acham que ler é coisa do século passado. XD

Enjoy!

Por que Fóruns de videogame deixam as pessoas mais burras?


Este é um artigo que estava querendo escrever há algum tempo, pois aponta um dos problemas com os jogadores hardcore e sua incapacidade de perceberem as coisas, o fato de que eles se reunem em grupo, em fóruns de videogame, para discutir. Isso os deixa mais burros. Mas por que?

Como é possível ver em outros artigos, sou um grande defensor da inteligência coletiva, que a massa é mais inteligente do que o indivíduo, porém, para isso ocorrer, é necessário que certas condições sejam cumpridas. Esse processo foi explicado melhor em "A Sabedoria das Multidões", de James Surowiecki (não que eu recomende a leitura).

No livro, encontram-se exemplos de inteligência coletiva e como ela funciona. Pega-se um grupo e dele se extrai respostas para uma pergunta. Une-se todas as respostas e tira-se uma média. Esta média será mais inteligente que a resposta do indivíduo mais inteligente do grupo, ela é a inteligência coletiva.

Um dos exemplos do livro é bem simples, contando de uma exposição de gado em 1906. O cientista britânico Francis Galton analisou a resposta de várias pessoas tentando adivinhar o peso de um boi gordo. Os fazendeiros que entendiam do assunto, erraram o peso por uma margem de erro maior do que a média de respostas das pessoas que não faziam a menor idéia do que estavam fazendo lá.

Mas a exposição de gado era um exemplo muito simples e pouco refinado, então Surowiecki cita outro, o desaparecimento do submarino Scorpion. Em maio de 1968 o veículo desapareceu quando voltava para o porto nos Estados Unidos após um último contato pelo rádio e ninguém sabia seu paradeiro.

As muitas possibilidades do que poderia ter acontecido, traçavam uma área de busca de trinta e sete quilômetros de diâmetro, impossivel de se cobrir por completo. A marinha procuraria então alguns especialistas que dariam uns três ou quatro pontos onde eles deveriam procurar e teriam que ficar satisfeitos com isso.


No entanto, um oficial da marinha tinha um plano diferente. Em Blind's Man Bluff (O Blefe do Homem Cego), John Craven comenta como resolveu essa situação. Chamou uma equipe da marinha e ao invés de pedir que ponderassem e chegassem a uma solução, começou um bolão, com uma garrafa de uísque Chivas Regal para aquele que vencesse.

Cada pessoa apostava no que teria acontecido e onde o submarino estaria, visando acertar por interesse próprio. O resultado final é que, a opinião coletiva do grupo, todos individualmente tentando acertar, apontou o campo de busca para pouco mais de 200 metros de onde o Scorpion estava, apesar de estar trabalhando praticamente sem informação.

Essa inteligência coletiva não só existe, como e valorizada, sendo utilizada no que chamamos de Mercados de Decisão, ou Mercados de Previsão, entre outros. No fundo, é também o que gerencia o mercado de ações, com todos individualmente tentando acertar o valor de uma empresa, temos maior chance de determinar qual o valor correto dela. (Não que o mercado de ações seja perfeito, mas isso não é assunto pra esse artigo)

Os sociólogos Jack B. Soll, que dá aula de Tomada de Decisão Gerencial, e Richard Larrick, que ensina várias disciplinas no ramo de liderança e organização, ambos da Fuqua School of Business, dizem que temos esse hábito errado de caçarmos o especialista.

No experimento de Asch (1955), um grupo de pessoas deve olhar para uma sequência de cartões, cada um contendo três linhas de tamanhos diferentes e dizer qual dessas três tem o mesmo tamanho de uma linha de controle designada no início. Começa parecendo um teste de visão.

Você é colocado em quinto lugar na fila e as pessoas vão fazendo o teste. Você consegue vê-las à sua frente e consegue ver a decisão delas. Todas elas acertam todos os cartões, exceto o último, onde você acha que a segunda linha é a mais semelhante à linha de controle, porém, todos os outros responderam ser a terceira.

O único objeto de estudo ali, é você. Os outros participantes são apenas atores, com ordens para escolher erroneamente a terceira linha. Três de cada quatro pessoas vão contra sua própria opinião para acreditar na opinião do grupo e dizem que a terceira linha é igual, ao invés da resposta correta, que seria a segunda.


Isto é pura evolução humana. Como grupo, somos mais inteligentes para assim garantir a melhor chance de sobrevivência possível. Porém, apenas quando somos individuais, nos tornamos mais inteligentes como grupo, caso contrário, produzimos cascatas de informação errada, como acontece no experimento de Asch e nos fóruns.

Para que um grupo seja realmente inteligente, os indivíduos do grupo não devem estar cientes de que fazem parte de um grupo. Todos dentro deste grupo devem agir individualmente buscando encontrar a melhor solução para que o conjunto de suas idéias seja a resposta mais inteligente para um problema.

Porém, quando um grupo toma ciência de que é um grupo, os indivíduos dentro dele param de buscar soluções e passam a buscar aceitação. Acreditam que é melhor errar com a maioria do que acertar sozinho, fenômeno descrito por John Maynard Keynes em "Teoria Geral do Emprego, do juro e da moeda".

Um indivíduo dentro de um grupo não vai querer impôr uma opinião muito diferente da maioria do grupo, pois será criticado. Por isso em fóruns ao invés de encontrarmos pessoas inteligentes com pontos de vista diferentes, encontramos um inconsciente coletivo do que é considerado o certo, o qual por sua vez é a opinião mais morna que ofenda ao menor número de pessoas possível.

O ser humano é imitador por natureza, e isso pode ser bom, quando aprendemos através dos outros, mas pode também ser ruim, quando somente fazemos o que os outros fazem por aprovação social. Temos medo de ir na direção contrária e sermos ridicularizados ou deduzimos que se ninguém o está fazendo, é porque não vale a pena.

Caso vocês se lembrem do vídeo da Brasil Game Show 2010, talvez tenham reparado em algum momento a fila do evento. Havia duas filas, uma gigantesca que virava a rua e uma com pouco menos de cinquenta pessoas. As pessoas da fila grande, não sabiam por que estavam lá, eu ao invés de entrar nela e esperar, dei a volta e entrei pela outra fila.

Essa imitação é exatamente o mesmo mecanismo de segurança que vemos nas formigas. Quando afastadas da colônia, elas têm uma regra básica de sobrevivência: "Siga a formiga da frente", e isso irá salvar suas vidas na maioria dos casos. Existe porém, um evento onde as formigas se prendem em círculos, cada uma seguindo a outra da frente, em looping, até morrerem de fome. São chamados de Circular Mills.



Fóruns de videogame entram em Circular Mills, onde continuam afirmando a mesma coisa e ridicularizando os pontos opostos, sem nunca considerar o que as pessoas falam. Isso leva a bolhas, como acharem que o Nintendo 3DS será um sucesso. E curiosamente, onde há um grupo de "especialistas", está a pior opinião possível.

Por exemplo, no post "Os primeiros meses do Nintendo 3DS", vemos como as pessoas foram agressivas e irônicas com uma opinião contrária, enquanto afirmavam com certeza que o portátil seria um sucesso, algo que claramente não aconteceu. Na verdade, onde esse artigo foi postado, as pessoas ainda reagem com agressividade e negação.

Em todas as comunidades que eu visitei, por volta de 90% das pessoas discordavam do artigo "Porque o Nintendo 3DS vai falhar", dizendo que ele seria um sucesso. Não precisei ir muito longe porém para achar um grupo mais inteligente.

Aqui mesmo, nos comentários do blog, 50% achavam que ele falharia, sendo que este número nem mesmo é confiável, já que parte dos comentários, vieram das comunidades mencionadas, mas já demonstra uma grande diferença de acerto.

Isso significa que quanto mais longe de um fórum de videogames, mais inteligente era o grupo.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Os primeiros meses do Nintendo 3DS


Não, esse não é um artigo de "Eu avisei!". Também não é um churrasco de línguas, apesar de parecer. Este é um artigo de referência para um outro futuro artigo que estará no Balada em breve. Por ora, a idéia é só demonstrar os fatos e determinar que o Nintendo 3DS não está nada bem, além de questionar uma coisa bastante óbvia que falarei a seguir.

Às vezes as pessoas subestimam a análise que fizemos no ano passado. Não foi fácil. Como um amigo me falou: "O Nintendo 3DS tinha tudo pra dar certo. A Nintendo vinha do sucesso do Nintendo DS e Wii, vários jogos de peso foram anunciados para ele, toda a opinião da mídia era positiva e havia grande expectativa por parte dos jogadores. Como você previu isso?".

Mas a verdadeira pergunta é "Por que ninguém mais previu?".

Agora, o site Eurogamer fez uma análise dos primeiros seis meses do portátil. Eles são um site mais focado no mercado europeu e isso é bom, pois lá havia uma peculiaridade, outro sinal positivo, o Nintendo 3DS quebrou vários recordes de pré-venda, os quais não se reverteram em vendas reais.

Todos os jornalistas que experimentaram o portátil durante a Electronic Entertainment Expo, E3, disseram que o 3D sem óculos era algo incrível e que seria o futuro. Várias empresas de peso anunciaram jogos de renome para ele.

Porém, Johnny Minkley, que escreveu o artigo, comentou algo sobre mostrar o portátil para sua mãe e ela ter dito: "O 3D é irritante. Qual o objetivo? E eu não gosto de nenhum desses jogos", depois dizendo que o portátil parecia um retrocesso quando comparado ao Nintendo DS.

Esta simples senhora estava mais sintonizada com o pensamento do mercado de jogos do que todos os jornalistas especializados e todos os frequentadores de fóruns de videogame. Não são eles que deveriam entender do assunto?


Após um lançamento até bom, as vendas caíram um bocado. No Japão, o Nintendo 3DS era o segundo pior portátil de todos os tempos em matéria de vendas, perdendo apenas para o WonderSwan, um aparelho da Bandai exclusivo do Japão.

Satoru Iwata afirmou em Março que esperava que o Nintendo 3DS vendesse mais que o Nintendo DS. Eles esperavam que ele atingisse 4 milhões mundialmente no final de março, sendo que ele apenas atingiu 5 milhões recentemente, após o corte de preço e mais devagar do que o PlayStation Portátil.

No eBay o aparelho era vendido abaixo do preço do mercado, isso porque pessoas compraram o portátil para revender e não encontraram demanda. O site de leilões é um ótimo termômetro para produtos. O Nintendo Wii, por exemplo, era vendido lá por um preço maior do que nas lojas.

O corte de preço, enorme corte, diga-se de passagem, veio em menos de seis meses de lançamento, o que a própria Nintendo reconheceu ser algo sem precedentes em sua história. Para compensar quem comprou antes, ela deu jogos de Nintendo 8 Bits e GameBoy Advance e os chamou de Embaixadores, ou seja, otários.

O lançamento de novas cores e o corte de preço aumentou um pouco as vendas, mas não é algo que irá durar. Terá pernas longas, pois como dito, foi um corte muito expressivo. Foi como empurrar várias pessoas que estavam à beira de um abismo de indecisão ao mesmo tempo.

Porém, ainda há muito mais pessoas afastadas do Nintendo 3DS, um público que ele não conseguirá conquistar. Então uma vez que esse novo grupo que o preço ajudou a alcançar, comprá-lo, as vendas voltarão a cair vertiginosamente.

Ainda no Japão, o aparelho está tendo uma dificuldade imensa para se manter à frente do PlayStation Portátil, que é da geração passada e já estaria morto, se a Nintendo não tivesse abandonado o Nintendo DS. As pessoas estão tendo dúvidas ao escolher entre o Nintendo 3DS e o PSP, imagine quando chegar o novo portátil da Sony, o PS Vita.

Algo que eu mencionei na recente análise do Wii U, dizendo que ele iria falhar como o Nintendo 3DS, era sobre a falta de diferenciação entre o Wii e o Wii U, da mesma forma que ocorre com o Nintendo DS e 3DS, um ponto que os jogadores não entendem que atrapalha.


No Reino Unido, lojas estão colando adesivos para diferenciar as caixas do 3DS, pois clientes estão comprando os jogos do novo portátil pensando que funcionarão no seu Nintendo DS. Estas pessoas não são idiotas, como a indústria quer que você pense.

Essas mesmas pessoas disseram que não tem interesse no efeito 3D. Em uma recente pesquisa, 51% das pessoas disseram que se sentiriam incomodadas se o efeito se tornasse padrão nos videogames. Já havíamos dito isso há muito tempo. Agora a Nintendo está se esforçando em demonstrar que o 3D pode ser desligado e mudar o foco do portátil, como indicam algumas propagandas europeias, mas isso não é mais possível.

Notem que a maioria dos sinais de fracasso estão vindo da Europa. O que eu reparei recentemente é que a Nintendo da Europa já notou que o Nintendo 3DS e o Wii U não vão dar certo. Eles prepararam uma versão mais barata do Wii para permanecer no mercado e expandiu sua linha de jogos, com Xenoblade Chronicles, The Last Story e Pandora's Tower, pois sabe que terá que apertar o cinto depois.

O repórter da Eurogamer encerra sua análise cometendo o mesmo erro que todos cometeram no lançamento do Nintendo 3DS, achando que basta esperar Super Mario 3D Land e Mario Kart 7 serem lançados. Assim como antes as pessoas achavam que bastava lançar The Legend of Zelda: Ocarina of Time, ou no tempo do PSP, esperavam Grand Theft Auto.

Mario 64 e Mario Kart 64 não impediram o Nintendo 64 de perder a liderança pro PlayStation, Mario Sunshine e Mario Kart: Double Dash!! não impediram o GameCube de perder a liderança para o PlayStation 2.


O aparelho tem sua própria identidade a qual se reflete nos jogos que serão lançados para ele. E se Super Mario 3D Land e Mario Kart 7 não farão nada por ele, Luigi's Mansion 2 e Kid Icarus também não, nem Tales of the Abyss ou Metal Gear Solid 3D. Nem mesmo Nintendogs+Cats ajudou, pois como vimos, não era para o público expandido.

Eu fui em vários fóruns, comunidades e blogs onde o artigo "Por que o Nintendos 3DS vai falhar" foi postado e colhi os comentários feitos, incluindo aqui no blog. Alterei um pouco e misturei para que as pessoas não pudessem ser identificadas, já que a ideia não é realmente caçoar delas, mas sim demonstrar que a imensa maioria (90%) das pessoas que deveriam ser os "especialistas" apontavam na direção errada.

Aposto que neste exato momento a mãe do repórter está dizendo que o Nintendo 3DS vai falhar, mas ele continua escrevendo coisas positivas sobre ele. Por que a mãe de Johnny parece saber mais sobre o mercado de jogos do que um jornalista de jogos e frequentadores de fóruns de videogame? Isso é assunto para o outro artigo.

Fiquem com a lista de respostas, posts e comentários. A minha preferida é "Vai falhar o sistema de tanto vender".
  • "Mesma declaração da Outerspace sobre o Nintendo DS: "O portátil errado na hora errada""
  • "Nem preciso ler, a Nintendo já fez o nome com o DS, agora vai continuar vendendo"
  • "Sei... lá vamos nós de novo..."
  • "Acredito que o 3DS terá apelo aos jogadores casuais"
  • "Pior coisa que já li nos últimos tempos"
  • "A pessoa tem que se informar antes de falar pra não dizer besteira. Nintendo DS e Wii são os maiores sucessos e 3DS será também"
  • "O achismo não leva a lugar nenhum. Melhor esperar os fatos"
  • "Ah sim! Vai ser um fracasso! Como o Wii e o DS *ironia*"
  • "Só achismo e prepotência"
  • "O cara cria um artigo desses só pra chamar atenção, deve ser Sonysta"
  • "Sou obrigado a ler uma coisas dessas..."
  • "A Nintendo voltará a se focar no público hardcore, sem esquecer o casual! É uma fusão perfeita!"
  • "O preço está um pouco alto, mas será um sucesso"
  • "Argumentos péssimos, o cara é muito mal informado"
  • "A Nintendo não abandonou o público casual"
  • "O preço é alto, mas os jogos estão ótimos!"
  • "Se você é tão bom assim de análise vai ser Presidente da Nintendo"
  • "Ri muito do artigo"
  • "Ah, claro! Vai falhar sim! Espera sentado *ironia*"
  • "Quando o 3DS estourar em vendas vou esfregar esse artigo na sua cara"
  • "Em que mundo você vive?"
  • "Um dos artigos mais idiotas que já li"
  • "Meu Deus, mas quanta bobeira"
  • "Tanta bobagem escrita num texto só..."
  • "Não vai falhar, disseram o mesmo do Wii"
  • "Nem li e já digo que está errado, não vai falhar, só por ser o sucessor do DS"
  • "Nunca houve um portátil da Nintendo que falhou"
  • "Não vai falhar, tem apoio das third parties"
  • "O cara se baseia em teorias universitárias e se esquece da prática. Todos estão apoiando o 3DS, vai ser sucesso"
  • "Às vezes me pergunto se liberdade de expressão é uma coisa boa..."
  • "Nunca li tanta idiotice na minha vida"
  • "O 3DS é a oportunidade perfeita de fundir os públicos hardcore e casual"
  • "Nintendo irá dominar todo o mercado, harcore e casual"
  • "É tão cheio de achismo que chegar a dar vergonha. Você não entende nada de jogos. Guarde sua opinião pra você"
  • "Duvido! No Japão só dá Nintendo!"
  • "O cara lê livro de Oceano Azul ou Oceano Vermelho e acha que é tudo exercício de escola"
  • "Nem preciso ler o texto pra saber que é um lixo"
  • "Nintendo sempre foi e sempre será líder nos portáteis. Agora mais do que nunca"
  • "Em pouco mais de seis meses já vai estar passando até o PSP"
  • "Confio em Shigeru Miyamoto"
  • "Análise prematura, as coisas ainda podem mudar"
  • "3DS será um sucesso! É inovador, tem uma biblioteca para hardcore e casuais e ainda conta com as franquias da Nintendo: Zelda, Mario, Pokémon"
  • "Não vai falhar de jeito nenhum. Não em vendas"
  • "Só falou besteira"
  • "Nintendo continuará expandindo o público. Satoru Iwata já disse isso"
  • "O único problema é o preço"
  • "Se fosse tão ruim não teria apoio de tantas empresas"
  • "3DS não é hardcore, vai ter Nintendogs, Mario Kart, Animal Crossing. Vai fundir hardcore com casual"
  • "O único incômodo do 3DS é a falta de um segundo analógico, só precisam resolver isso"
  • "Quanta besteira, a Nintendo não está abandonando os casuais"
  • "Isso é só medo da novidade, depois passa"
  • "Ah sim, o senhor excelentíssimo dono do blog "Na Balada do Mario Bros" deve saber mais de mercado do que a Nintendo *ironia*"
  • "Tem que ser muito burro pra apostar contra o Nintendo 3DS"
  • "Os jogadores casuais serão atraídos pelo 3D sem óculos"
  • "Viajou muito pra querer pagar de analista"
  • "Já cansei de falar o quanto este artigo está errado. 3DS será o maior lançamento da história dos videogames"
  • "A Nintendo não cometeria um erro desses"
  • "As pessoas diziam a mesma coisa do Nintendo DS"
  • "Não li, não lerei e afirmo que é impossível o 3DS falhar"
  • "Só vai falhar em atender toda a demanda gerada"
  • "3DS faz tudo que o antecessor fazia e ainda tem 3D. Quem escreveu esse artigo deve estar zuando"
  • "o 3DS é disruptivo, venderá muito, assim como o Wii e DS"
  • "Falou a Mãe Dináh"
  • "Claro que não vai falhar. A Nintendo continua no Oceano Azul"
  • "Nintendo domina os portáteis"
  • "Vou rir muito quando o 3DS for um sucesso estrondoso"
  • "Não consigo entender como existem pessoas que apostam contra o 3DS. A Line-Up inicial é uma das melhores que já vi"
  • "Li até a metade e não aguentei de tanta besteira. Em todos meus anos de vida nunca vi tanta aceitação quanto com o 3DS"
  • "Volto pra cobrar depois"
  • "Vai falhar que nem o Nintendo DS... oh wait *ironia*
  • "As mesmas previsões foram feitas contra o Nintendo DS. Não tem como não ser sucesso um aparelho desses"
  • "Vai vender muito mesmo sendo caro, como produtos da Apple"
  • "Só quem vai falhar é você"
  • "Estou muito satisfeito com o que a Nintendo apresentou. Acredito que o portátil será sucesso com o público e ditará tendências"
  • "Só a mãe do cara pra falar bem desse texto"
  • "Essa teoria toda é muito furada"
  • "Besteira, Nintendo não vai abandonar o mercado casual"
  • "Isso é choro de Sonysta"
  • "O DS fez um nome de força, o 3DS explodirá logo no lançamento"
  • "Para de pedir pra sua mãe elogiar o texto"
  • "Nem vou ler. Falavam a mesma coisa do Nintendo DS"
  • "Vai imprimir dinheiro"
  • "HAHAHAHA! Quem escreveu essa baboseira? Claro que o público está doido por 3D sem óculos"
  • "Muito fantasioso e cheio de suposições"
  • "Um portátil que terá The Legend of Zelda: Ocarina of Time não pode falhar"
  • "Só sua família pra dizer que gostou disso"
  • "Muita bobagem, não aguentei ler até o fim. 3DS não vai falhar, tem o nome do DS e tem ótimos jogos"
  • "O cara é vidente *ironia*"
  • "A Nintendo só vai falhar em produzir tanto 3DS. Como o Wii que faltava nas lojas"
  • "Você nem deve ter lido A Estratégia do Oceano Azul, ou se leu, não entendeu. Está muito errada essa análise"
  • "Como diz que um console que nem foi lançado vai falhar ou não?"
  • "Falou bobagem aí, campeão"
  • "Li e digo que o 3DS não vai falhar, tem muitos jogos bons"
  • "Não pode falhar, porque vai ter jogos como The Legend of Zelda, Resident Evil, Star Fox"
  • "Vou lembrar desse artigo quando o 3DS for um sucesso"
  • "Discordo. Não há motivo para se pensar que a Nintendo voltou para o público hardcore"
  • "Vai falhar trazendo uma tecnologia inovadora? Não mesmo"
  • "O cara só quis falar mal de algo que todos falam bem pra ganhar audiência. Depois que o 3DS for um sucesso, ninguém vai mais lembrar dele"
  • "Deviam proibir esse cara de escrever, nunca vi tanta besteira"
  • "Quase me convenceu"
  • "Coisa de Sonysta querendo que o portátil falhe"
  • "Viajou legal hein. O 3D é uma evolução natural"
  • "Analistas nunca acertam nada"
  • "Impossível dar credibilidade pra uma análise dessas. Não vai falhar porque tem The Legend of Zelda: Ocarina of Time"
  • "Diziam o mesmo do Nintendo DS e deu no que deu"
  • "Vai falhar o sistema de tanto vender"

Simples como morder uma maçã


Recentemente a morte de Steve Jobs tomou toda a internet e imprensa. Sabíamos que ele estava muito doente, sofrendo de um câncer no pâncreas, mas como um membro da família, ninguém esperava sua partida tão jovem.

É fácil se derreter em elogios hoje em dia, dizendo que ele era um grande administrador, mas comumente isso o reduz apenas a um gerenciador de sucessos e várias vezes atribui erroneamente suas vitórias apenas ao marketing e à marca. Afinal, o que era especial em Steve Jobs? Ele me lembra um outro grande visionário.

Assim como o Fundador e Presidente da Sony, Akio Morita, o Fundador e Presidente da Apple, Steve Jobs, vinha de uma outra geração de executivos, com grande capacidade de leitura do cliente individual, assim como do mercado como um todo, sagazes e disruptivos.

Pois inovar e ser original, é muito fácil, difícil é fazê-lo na medida certa para o público certo. Steve Jobs acertou strikes suficientes, um atrás do outro, para provar que não contava meramente com a sorte.

O iPod, assim como o Walkman de Akio Morita, atendia algo básico como a vontade de ouvir música a qualquer momento em um mundo onde as pessoas não queriam mais carregar fitas K7, mas sim arquivos MP3.

o iPhone oferecia às pessoas uma alternativa para quem não queria participar da corrida armamentista dos celulares, que a cada semana ficavam ultrapassados por modelos mais "modernos" que não faziam nada de interessante.

o iPad foi um disruptor, oferecendo às pessoas uma tela interativa que elas poderiam levar com elas para fazer qualquer coisa que estivessem acostumadas a fazer em telas, sem mais estarem presos a esses aparelhos.

Todos eles têm algo em comum, que Steve Jobs e Akio Morita percebiam: o público compra um produto para realizar um trabalho.

Eu posso carregar músicas no iPod que antes eu não podia, eu posso manter meu iPhone por mais tempo do que um Nokia e eu posso usar o iPad para fazer coisas que antes eu fazia no meu Netbook ou Laptop.

Por mais que as pessoas pensem que esses produtos vendiam apenas pelas marca da maçã, pois com outros aparelhos era possível fazer tudo que eles faziam e ainda mais, eles eram perfeitos para realizar os trabalhos que lhes eram atribuídos, logo eram a melhor opção para atender a necessidade do seu público. Simples como morder uma maçã.

Infelizmente, poucos executivos hoje em dia têm essa visão e eu duvido que Steve Jobs tenha conseguido explicar isso para seu sucessor na Apple. O mesmo aconteceu na Sony, após a morte de Akio Morita, a empresa nunca mais recuperou seu espírito disruptor.

Hoje em dia, os muitos modelos de iPhone e iPad, como o recentemente anunciado iPhone 4S e o iPad 2, afastam as pessoas, e já são erros que irão alienar a base de usuários da Apple a longo prazo. O mercado de ações será implacável e logo a empresa perderá boa parte de seu valor, enquanto manterá sua forte estrutura tecnológica, como a Sony.

Sem Steve Jobs o destino da Apple é deixar de ser uma grande empresa para se tornar apenas uma empresa grande.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A Indústria de Jogos como uma Praga de Gafanhotos



Muitas vezes eu falo que a indústria de jogos é uma vilã, uma verdadeira praga para os jogadores e muitos acreditam que não há um motivo para toda essa revolta, alguns até simpatizam com ela. Vamos entender um pouco qual a motivação da indústria e por que isso é uma coisa ruim.

Porém, só comparar a indústria a uma praga é muito fácil, o importante é vermos o porquê. E por que não dar alguns nomes aos bois? A indústria nesse caso é representada por algumas das grandes publicadoras de jogos, como Electronic Arts, Ubisoft, Activision e THQ, apesar de vários outros pequenos estúdios participarem também.

Obviamente o objetivo principal de uma empresa é ganhar dinheiro, e isso por si só não é ruim. Pessoas que defendem a parte criativa acreditam que o dinheiro suja a arte, mas não há maior júri da qualidade do seu produto do que o público que paga por ele.

Não adianta uma empresa fazer jogos que a crítica idolatra, e que talvez até você goste, se eles não vendem para o público. Esses jogos se tornam comercialmente inviáveis e você nunca mais verá uma sequência dele e sua empresa favorita pode ir à falência.

O problema está justamente na medida. Ganância e egocentrismo faz com que a indústria veja o jogador apenas como uma carteira a ser ordenhada. A única maneira correta de se fazer um negócio crescer é criando mais clientes, vendendo para mais pessoas.

A indústria se recusa a vender para mais pessoas, pois não quer mudar seu jeito de fazer as coisas. É fácil vender sempre o mesmo jogo de tiro com nova roupagem ou o mesmo jogo de esporte ano após ano, difícil é conquistar novos clientes com qualidade excepcional e fazendo o que o público deseja.

Se eles não pretendem criar mais clientes, como eles querem crescer? A resposta só poderia ser uma, eles querem extrair cada vez mais dos mesmos clientes. Nunca se pagou tanto por um jogo na história da indústria.

Os títulos ficaram mais caros, de US$ 50 para US$ 60, e você ainda tem que pagar por conteúdos por download, que vão desde a itens opcionais até novos capítulos de história. E não adianta comprar usado, pois agora existem os Online Pass, que exigem que para jogar online você pague uma taxa.

O jogador hardcore, com frequência é feito de bobo por essas empresas, pois elas se aproveitam do seu vício. Ele não é como o consumidor casual, ele não pode ficar sem seus videogames, ele é obrigado a pagar esse preço.


Você já pensou por que se referem aos gafanhotos como uma praga? Isso se deve ao fato do apetite voraz do inseto o obrigar a devorar o equivalente a seu próprio peso diariamente. E quanto mais come, maior fica, é insaciável, devastador e ainda por cima anda em grupo. Em grandes quantidades podem consumir toneladas.

Existe essa loucura máxima no capitalismo que é uma busca por eterno crescimento nas empresas. Se sua empresa vale 1 milhão em ações, é bom que ao final do ano ela valha 1 milhão e 250 mil para que os investidores fiquem satisfeitos. O mercado investe em empresas esperando seu crescimento, caso isso não ocorra, eles tiram seu dinheiro de lá.

O que Clayton M. Christensen comenta tanto é que para uma empresa de 1 milhão, crescer 25% não é uma questão tão impossível conseguir 250 mil, mas para uma empresa de 1 bilhão, é bem mais complicado conseguir 250 milhões. Não só isso, é necessário manter um ritmo constante.

Daí a analogia do gafanhoto, as empresas precisam manter seu tamanho e ainda crescer, constantemente, são insaciáveis. Isso significa que não importa quanto você esteja pagando por um jogo, nunca será suficiente para elas.

Quando uma empresa encontra uma nova plantação, uma nova febre do ouro, como jogos musicais, jogos de dança ou coletâneas de minigames, elas avançam em massa para devorá-la rapidamente até que não sobre nada.

A moral da história é que nada pode florescer nesse ambiente.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Morre a ultima esperança


Se havia alguma série que não tinha se entregado ao ciclo da decadência era a série de RPG japonês Dragon Quest. No Super Nintendo enquanto todos clamavam por gráficos 2D impecáveis, Dragon Quest IV e V tinham personagens pixelados um pouco acima do Nes. Mas o jogo compensava com uma trilha sonora sublime, mundos fantásticos, batalhas épicas e muito desafio. O mesmo ocorreu no Play Station 1. Com a Square "monopolizando" o mercado de computação gráfica,a Enix com Dragon Quest VII chegou com gráficos modestos e desbancou Final Fantasy IX. A série só foi ganhar um visual caprichado com o oitavo jogo da série graças a fusão da Square e a Enix. Quando finalmente todos achavam que a série perderia a mão, foi onde nos surpreendemos novamente e nem mesmo os recursos visuais avançados tiraram a simplicidade da série. A mecânica do jogo permaneceu inalterada. Enquanto os críticos de longa da da série xingavam, os fãs ovacionavam a atitude ousada da Square-Enix. O nono foi um passo ainda mais ousado: o primeiro para um portátil. Mais reboliços por parte dos críticos de plantão e foram calados mais uma vez. Dragon Quest provava de uma vez por todas que uma boa mecânica e um excelente conteúdo era suficiente para agradar o publico.

Só que algo mudou...e pra pior. Essa semana foi anunciado Dragon Quest X para o Wii e não foi nada como nós esperávamos. Existe uma mania besta na industria de jogos de que jogos com mecânicas repetidas enjoam e os jogadores tendem a buscar coisas novas. Eles só acertaram a segunda parte. O publico realmente quer novas coisas, mas elas não são mecânicas novas e sim conteúdo novo. Querem novas terras paras explorar, novos monstros pra derrotar, novas armas e itens para coletar. Mudar a mecânica de um jogo significa ter que aprender tudo novamente. Algumas mudanças estratégicas são bem vindas, como em Super Mario Bros 3 onde mudaram a física do pulo de Mario para que os jogadores se adaptarem novamente a dificuldade do jogo. Mas em um RPG não há necessidade de mudanças drásticas.

Dragon Quets X chega com uma missão ousada como os dois antecessores, mas nessa vez da pior forma possível. Transformaram Dragon Quest em MMO, ou seja, um RPG massivo online. Uma clara tentativa de cobrar mensalidade dos japoneses viciados na série e a Square lucrar horrores. Eles não estão errados nisso, é perfeitamente compreensivel e a idéia é boa. O problema é mudar o foco da série principal. Dragon Quest era uma série que mantinha os elementos da velha escola e agora tudo foi pro ralo. Expandir o publico é importante, mas manter o antigo é tão quanto. Se fosse um spin off ninguém estaria reclamando, mas matar a aventura principal para mudar o modelo de negócios é dar um tiro no pé.

Ainda acredito que a aventura principal single player possa ser tão divertida quanto os anteriores mas acho difícil. Da pra notar pelos vídeos que o sistema de batalha foi desenvolvido todo no foco online e não há mais como controlar NPCs nas batalhas. Os cenários estão gigantescos porém vazios, típico de MMOs.

Uma pena que a ultima chama esteja prestes a se apagar.

sábado, 27 de agosto de 2011

Qual o segredo de Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion?



Ou título alternativo: "Por que há tantos jogos de mundo aberto ultimamente?"

Qualquer um acompanhando a indústria ultimamente vai reparar uma nova moda, jogos "sandbox", que ocorrem em um mundo aberto, mas eles não são o tipo de "sandbox" de Grand Theft Auto, então vamos chamá-los de Open World ou mundo aberto mesmo.

Quem liderou o movimento foi a Bethesda Softworks, com Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion, jogos que após publicados criaram um efeito cascata. Agora temos, The Elder Scrolls V: Skyrim, Dragon's Dogma, RAGE, Red Dead Redemption, entre vários outros jogos que deixam você em um mundo aberto para se aventurar.



Mas eu não preciso dizer que tem algo errado aqui, não? Sempre que a indústria se encaminhar em massa em uma direção, desconfie. Este é mais um caso de uma empresa tropeçando em ouro e outras cavando em volta. Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion fizeram algo certo, mas não o suficiente.

Sabemos que os jogos de hoje em dia perderam os valores de antigamente, os que nos faziam nos divertir por longas horas. Um jogo de aventura antigamente realmente nos prendia por muito tempo e não apenas seguindo uma história.

Pense em The Legend of Zelda do NES. Não há objetivo no jogo, eles te dão uma espada e deixam você vagar pelo mundo. Eventualmente você descobrirá os dungeons e todos os seus segredos, cada vez ficando mais poderoso.

Nos dias atuais ninguém consegue mais fazer um jogo como o primeiro The Legend of Zelda, mas títulos de mundo aberto são uma simulação dessas antigas sensações. Por isso estão vendendo feito água no deserto, os jogadores estão sedentos por algo assim.

Eles ainda não são "The Real Thing", eles são apenas uma simulação. Isso porque os jogos de antigamente eram feitos com um extremo cuidado que já não existe mais.

Não basta ter um mundo aberto, ele tem que ser convincente e relevante. Não basta ter escolhas, elas tem que ser interessantes. Jogos como Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion raspam a superfície desses elementos, como no ditado, "em terra de cego, quem tem um olho é rei". Não existe mais algo como os jogos de antigamente nos dias de hoje, eles não tem competição.

The Legend of Zelda seria o exemplo ideal de mundo aberto. Nada está lá deliberadamente, você não pode retirar parte alguma de Zelda e ao mesmo tempo não precisa passar por parte nenhuma específica para se divertir. Há algo maior ali do que explorar aquele mundo.

Nos jogos da Bethesda você tem um grande mundo para explorar e evoluir, mas é tudo muito artificial, não natural como antigamente. Você pode retirar um pedaço inteiro do jogo e ele ainda pareceria o mesmo. Você consegue apontar um momento que diz: "esta foi a melhor parte do jogo".


Você não consegue fazer isso no primeiro The Legend of Zelda porque há uma experiência, maior do que o mundo a ser explorado, maior do que a evolução do seu personagem, há algo acontecendo do lado de fora da tela, um sentimento de aventura.

Atualmente os jogos só conseguem reproduzir um ou outro elemento dessas grandes jornadas de outrora. Jogos como Minecraft nos dão medo e sensação de aventura pois não é seguro sair à noite. Mundos abertos nos dão a impressão de que pode haver qualquer coisa lá fora e nos permitem usar nossa imaginação.

Mas no fundo, só existem as mesmas coisas que estamos cansados de ver no mundo dos jogos, pois só mudou-se a forma que elas são dosadas. A atitude na criação de conteúdo ainda é a mesma. Eles não respeitam a nossa imaginação, eles não querem que façamos parte do jogo, apenas nos deixam percorrê-lo.

O verdadeiro segredo por trás dos jogos da Bethesda é que eles não brilham com a mesma intensidade das aventuras de antigamente, mas para quem está na escuridão por muito tempo, até mesmo uma fraca luz pode ser confundida com o sol.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

NÃO

DEFINITIVAMENTE NÃO!


Mas que merda é essa meu deus?!!! Não é uma satira, é verdadeiro. Isso daí é um jogo pro Wii. A Nintendo permite um lixo desses, mas trazer Xenoblade nada. Na boa... chega!

domingo, 14 de agosto de 2011

Nintendo vai falir... Sério!




Quantas vezes já não ouvimos isso antes? "Nintendo vai falir", se tornou uma piada interna entre fóruns. Oras, era impossível a Nintendo falir, eles sempre ganharam muito dinheiro com seus jogos, consoles, portáteis.

Era fácil discernir um noob por essa frase, um cara que não manjava nada de videogames de vez em quando soltaria essa pérola "Nintendo vai falir" pois ele e as pessoas que conhecia, não ligavam muito pros jogos da empresa. Obviamente a Nintendo continuava faturando horrores e essa afirmação não tinha nenhuma base.

O problema é que agora não é mais um noob que está dizendo isso, o risco é real. Recentemente a Nintendo tem feito escolhas estúpidas e inexplicáveis. Não dá pra colocar de qualquer outra forma, são erros grosseiros que a tem levado para um caminho terrível.

No entanto, só isso não faria a empresa correr um risco. Eu cheguei a pensar como seria impossível a Nintendo falir e eu não tinha por que me preocupar. Eles são uma empresa japonesa inteligente, não abocanham mais do que podem engolir, não colocam a cabeça pra fora da terra antes de ter certeza que está seguro.

Não importava se havia um grande concorrente chegando, eles não seriam varridos do mapa. Mas aí eles simplesmente perderam toda a noção. A Nintendo fez tudo que você não espera que a Nintendo faça.

Aliás, eu ainda não falei quem é o grande concorrente. A Apple. Claro que agora a maioria das pessoas não acha que a Apple é um problema, não acha que jogos de celular são um problema e que o iPad ou o iPhone sejam plataformas de verdade, mas não é o agora que importa, é o amanhã. E o amanhã da Nintendo não promete um passeio na praia.

Dessa vez eu farei algo diferente. Normalmente eu me foco no livro "A Estratégia do Oceano Azul", o qual Satoru Iwata anunciou publicamente ter lido para conceber o Nintendo DS e o Nintendo Wii.

No entanto, ele também disse ter lido "The Innovator's Dilemma", e é nesse que vamos nos focar para mostrar como a Nintendo está seguindo um script completamente previsível que a levaria para sua própria destruição. E o mais irônico é que ela já leu esse script antes.



A Queda

Satoru Iwata, presidente da Nintendo, cortou seu próprio salário em 50% do valor (supostos US$ 2 milhões), com outros executivos cortando 30% e um terceiro grupo, 20%. Hiroshi Yamauchi, ex-presidente da Nintendo, tecnicamente perdeu por volta de US$ 300 milhões em desvalorização dos seus 10% de ações da empresa.

Se você tem acompanhado as notícias a respeito da Nintendo e do Nintendo 3DS, sabe que as coisas andam bem mal para a companhia. Mas quão mal? A queda das ações e os cortes de salário são um sinal nível laranja. A empresa ainda não está em risco, mas está com medo. E ainda vai piorar.

No momento eles estão em extrema confusão. Eles não sabem por que as pessoas não estão comprando o Nintendo 3DS, não sabem que a filosofia dele está completamente errada, então gastarão todas as suas forças (dinheiro) nadando contra a correnteza.

Mas a Nintendo é (era) inteligente. Eles sempre conseguiram lucrar muito, até mesmo na época do Nintendo 64 e GameCube quando as pessoas erroneamente pensavam que ela estava falindo, pois sua popularidade estava em baixa. Na verdade, muitas vezes a Nintendo faturou mais do que a Sony, que era líder de mercado.

Como vencedora da geração com o Nintendo Wii, a empresa fez mais dinheiro do que jamais se imaginou ser possível na indústria. Custos de produção baixos e lucros altíssimos. Fotos com os consoles dizendo "It Prints Money" (Imprime dinheiro), eram uma onda na internet. As reservas deles estão em alta, como eles poderiam falir?

Erros custam caro, mas custam especialmente mais quando você não se prepara para eles. E pra piorar, o que come dinheiro de verdade é você persistir no erro. O fato do Nintendo 3DS ter falhado não custará tanto para a Nintendo quanto continuar tentando torná-lo um sucesso.

E é aí que a Nintendo está se arriscando demais. Ela abaixou o preço do Nintendo 3DS de US$ 250 para US$ 170. Até aí, um erro de A Estratégia do Oceano Azul, pois como sabemos, cortes de preço só demonstram desvalorização, o que não é nada bom para seu produto.

Porém, segundo a Bloomberg Japan, a Nintendo está subsidiando o portátil. Isso significa que ela tem prejuízo para cada unidade vendida. Esse é o tipo de estratégia que veríamos Sony ou Microsoft usando.

Esse é o grande erro da Nintendo. A Sony conseguiu queimar todo o seu lucro com o PlayStation 2 tentando alavancar o PlayStation 3, e o que ganhou com isso? Ele não liderou, fica lutando ferrenhamente por um segundo lugar e está muito mal das pernas. Não fosse o console um cavalo de Tróia para o Blu-Ray, seria um fracasso.

A Nintendo pode acabar queimando todo o seu lucro do Nintendo Wii e Nintendo DS tentando fazer o Wii U e o Nintendo 3DS ganharem alguma projeção. É uma possibilidade real e é simplesmente assustadora.


A Disrupção

Imagine que você pudesse usar uma peça de teatro para reger sua vida e escolhesse então a tragédia romântica Romeu & Julieta de Shakespeare. Você leu todo o script, leu a parte em que os jovens morrem e ainda assim decide interpretar o papel de Romeu. Então você diz: "Mas quando eu beber o veneno, não vou morrer". Parece uma idéia lógica?

Em The Innovator's Dilemma, livro que Satoru Iwata disse ter lido, então eu espero que ele não esteja mentindo, há todo um script que conta da morte da Nintendo, só não com o nome dela. A empresa tomou o veneno e acredita que não vai morrer. Você começa a se perguntar se eles realmente leram o script.

Este script no livro de Clayton M. Christensen fala sobre um fenômeno chamado Disrupção (Disruption), que é quando uma empresa cria uma ruptura no modelo de negócios de outra empresa, nem sempre concorrente direta, seja tecnológica ou culturalmente.

A concorrente da Nintendo hoje em dia não é a Sony ou a Microsoft, mas empresas que estão criando uma disrupção em seu modelo de negócios, como Apple com os Apps nos iPhones e iPads e empresas como a Zynga com seus jogos sociais para o Facebook. Elas estão mudando o mercado de baixo para cima.

Hoje elas não parecem uma ameaça, não parecem um modelo de negócios interessante, não parecem algo que os jogadores de videogames queiram e esse é o real problema. São todas características clássicas de disrupção.

Eles não parecem competidores diretos. As margens de lucro não parecem atraentes no início. Seus clientes de mais alto nível não podem utilizá-las. Imagine que agora o script é de Davi e Golias. Você sabe como a história acaba e ainda assim você aposta em Golias, só porque ele é maior.

Tanto em The Innovator's Dilemma, quanto na continuação, The Innovator's Solution, Christensen descreve em detalhes o que acontece com empresas quando enfrentam uma disrupção. A maioria delas é completamente destruída, enquanto outras se tornam apenas uma sombra do que já foram.

Você se lembra quem eram os líderes de mercado na produção de televisões à válvula antes da tecnologia dos transistores popularizada pela Sony? Provavelmente não. O script coloca a Nintendo no papel de uma dessas companhias.

Quando a disrupção surgiu, as companhias que produziam TVs à válvula encararam assim: Não parecia uma ameaça, os lucros não eram atraentes pois não podiam fazer televisores melhores com eles, logo seus clientes exigentes não iriam querer um produto inferior.

Por um tempo essas companhias tiveram grandes lucros, bateram seus recordes de rentabilidade e foram às alturas. Antes de serem completamente esmagadas pelo mesmo elemento que eles descartaram como sendo desinteressante.

Um exemplo semelhante e mais obscuro que Christensen cita, que eu já vou explicar por que é relevante, é sobre escavadeiras hidráulicas contra escavadeiras de cabo de aço. A história se repete, a versão hidráulica foi descartada por não ser uma ameaça, não aguentava tanto peso quanto as de cabo de aço e os clientes não as queriam.

A relevância desses dados é que nessa época, quarenta empresas produziam escavadeiras de cabo de aço. Uma empresa introduziu escavadeiras hidráulicas. Dessas quarenta, quatro empresas conseguiram sobreviver. É contra esta força que a Nintendo está lutando.



O Veneno

De tudo isso dito, o mais impressionante é que Satoru Iwata leu The Innovator's Dilemma e ainda assim está seguindo tudo que diz no script para acabar morto ao lado de sua amada Julieta.

A Nintendo olhou para o modelo da Apple e disse: "Não é uma ameaça, os lucros não são atraentes para nós e nossos usuários não estão interessados nesse tipo de experiência".

O que todas as empresas que apresentam uma disrupção tem em comum é que elas começam de baixo para cima. Elas realizam um movimento chamado "upmarket", onde vão subindo até se tornarem uma concorrente e vencerem. Quando as companhias percebem, é tarde demais.

É quase impossível sobreviver à uma disrupção, é uma reviravolta de mercado muito agressiva. Se você se preparar extremamente bem para tal, pode conseguir. Ao invés disso, o que a Nintendo irá fazer? Gastar muito em dois consoles que não deram/darão certo.

O Nintendo Wii e o Nintendo DS foram disrupções de sua própria maneira, mas agora a Nintendo acredita estar fazendo um movimento upmarket, quando não está, e isso irá deixá-la fragilizada, pois está cega para a disrupção que os Apps e jogos sociais estão trazendo.

Pessoalmente eu acredito que a Nintendo vá falir? Não. Mas eu sou um fã. Eu não quero acreditar em um mundo dos jogos sem a Nintendo. Quero acreditar que em algum momento eles despertarão e conseguirão se salvar. Acredito na capacidade de recuperação deles.

Mas como analista, o risco existe. Depende apenas de qual caminho ela vai decidir tomar daqui pra frente.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Tudo sobre o novo video game da Nintendo

Recentemente na E3 a Nintendo revelou seu video game de nova geração. Surpreendendo grande parte dos jogadores do mundo, seu novo console terá um controle totalmente reformulado e gráficos de ultima geração.

Foram apresentados poucos jogos, mas uma coisa é certa, não faltarão títulos nos próximos anos. Uma fantástica apresentação gráfica foi mostrada juntamente com um excitante video da série Legend of Zelda com super gráficos.

A principal critica recebida por seu antecessor foi a falta de apoio das thirds. Mas dessa vez a Nintendo não cometerá o mesmo erro e logo de inicio anunciou parceria com empresas grandes como Eletronic Arts para lançamentos de títulos multiplataform.

Muitas empresas já estão gritando aos berros que a Nintendo voltou a ser grande denovo, e que terão uma grande plataforma de jogos para desenvolver.

A midia também será de ultima geração. Nada de cartuchos ou CDs, agora temos uma midia muito parecida com o da rival Sony, espaço não será problema.

O controle é outro ponto de destaque. Com uma forma única e criada para todo tipo de jogador, o seu designer Shigeru Miyamoto disse em entrevista a jornalistas "É o melhor controle já feito".

Podemos dizer que a Nintendo finalmente está nos trilhos denovo. Com gráficos incríveis para as suas franquias e apoio massivo das thirds, nada vai impedir de seu novo console ser um grande sucesso.

Abaixo segue a foto do novo console e seu incrível controle:




















Neste post estamos em 2001.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Porque o Wii U vai falhar

Oi pessoal, voltando da ressaca da E3 2011, eu não acompanhei tanto quanto queria pois fiquei doente, mas estive presente nas conferências de imprensa principalmente e tive a oportunidade de ver o novo console da Nintendo, o Wii U.


E assim como avisei sobre o Nintendo 3DS antes, não será diferente com o Wii U, o caminho que a Nintendo está tomando a levará a inevitavelmente falhar em atingir seus objetivos. Objetivos de expansão e de dominação de mercado.

O Wii U venderá menos que o Nintendo Wii. Talvez não muito menos pois o próprio Nintendo Wii foi abandonado no meio da vida pela Nintendo e não realizou tanto do seu potencial quanto foi com o Nintendo DS, mas ainda assim, não atingirá o mesmo nível.


Enquanto o teto de vendas do Nintendo Wii atingiria fácil os 150 milhões, sendo que ele parou por volta dos 85 milhões, veja quanto potencial desperdiçado, o teto do Wii U será basicamente o mesmo do Xbox 360 e PlayStation 3, consoles que ele está tentando mimetizar, por volta de 60 milhões.

A diferença pode parecer pequena pelo potencial realizado, mas é bem impactante quanto comparamos os tetos de vendas. O Nintendo DS chegou mais perto do seu teto que o Nintendo Wii pois a Nintendo demorou mais a abandoná-lo.

Desde o anúncio do Nintendo Wii U, na E3 2011, as ações da Nintendo já caíram 10%, 5,7% em um dia e 5,2% em outro, levando-a aos níveis pré-Wii (era do GameCube). Mas vamos ser sinceros, parte disse se deve também ao fracasso do Nintendo 3DS.

A falta de uma resposta à altura para o novo portátil da Sony, o PS Vita, foi uma grande falha. Seu concorrente anuncia um produto mais parrudo, no mesmo preço, com jogos de peso e você anuncia Luigi's Mansion 2? Acabou de chamar seu produto de GameCube 2.

Mas voltando ao novo elefante branco... Vamos analisar por que o Nintendo Wii U irá falhar.



O novo controle tablet. Não importa que mantenha-se o Wii Remote e ele seja só uma adição, como diziam do 3D, como se você não gostasse pudesse apenas não usar. Ele é o "valor excepcional", ele é o que passa como destaque do novo console. Mesmo sendo opcional, ele se mistura e cria uma mensagem não clara.

A Nintendo afirmou que não irá utilizá-lo como um Tablet, o que eu acredito pois ele não é multi-touch, o que o tornará bem desconfortável de usar para outras coisas além de jogar.

A filosofia. Minha namorada olhou para o Wii U e soltou uma frase que resume bem: "Nintendo voltou com a filosofia do 'sentar o traseiro no sofá'", e é isso que qualquer um vendo esse vídeo vai sentir. Não é o vídeo de divulgação do produto oficial, mas é a aura impregnada nele.

Após cinco anos com o Nintendo Wii vencendo a sala de estar, levando videogames para o centro do entretenimento da família, o Wii U simplesmente pede licença e sai de fininho de volta pro cantinho dos jogos.

O nome. Note uma coisa curiosa, as pessoas estão com tanta vergonha alheia do Wii U, que enquanto muitas chamam o Wii de Nintendo Wii, ninguém quer atribuir o nome Nintendo ao novo console. Ninguém está falando Nintendo Wii U. Essa vergonha se estenderá ao Wii original a ponto de parar suas vendas por completo. Wii U é um nome bem parecido com Wii, o que causará confusão, assim como todo o resto das semelhanças.

A mensagem. O novo console passa uma mensagem tão confusa que as pessoas não viram que o console do vídeo era o Wii U até que foi mostrado separado. Isso porque ele não só é parecido com o Wii original, como ainda utiliza o Wii Remote como controle também, além do seu tablet.


Os jogos. O analista Michael Pachter, conhecido por só dar dicas erradas pra Nintendo durante anos, disse antes da conferência da empresa que ela tinha que conseguir as grandes Thirds Parties no barco, com títulos como Darksiders, Assassin's Creed, Batman: Arkham Asylum, Ninja Gaiden, etc., todos que foram anunciados na conferência da Nintendo.

Vamos analisar por um instante, o Nintendo Wii precisou da ajuda das Thirds Parties pra vencer no mercado? Claro que não, e era justamente isso que as irritava tanto sobre o console, elas o boicotavam com seus melhores jogos enquanto não se incomodavam de ganhar dinheiro com títulos de tranqueiras, era a garota feia que pegavam mas não apresentavam pros amigos.

Agora vamos analisar as vendas desses títulos: Darksiders: 1,7 Milhões; Assassin's Creed: 9,7 Milhões; Ninja Gaiden: 1,63 milhões; Batman: Arkham Asylum: 2,9 milhões.

Comparemos então com estes títulos: wii Sports Resort: 26,7 milhões; Mario Kart Wii: 27 milhões, New Super Mario Bros. Wii: 21,8 milhões, Wii Fit: 22,7 Milhões.

O Wii U conseguirá vender mais se focando no primeiro tipo de título ao invés do segundo? Ele não pode misturar os dois, como sabemos, o Oceano Roxo é um mito, se ele tentar captar os dois tipos de público, ele automaticamente perde o segundo, pois ele deixa de transmitir uma mensagem clara e direta.

Mas os jogos do primeiro grupo são considerados "melhores", não é mesmo? Acontece que este primeiro grupo continua não gostando da Nintendo.

A Nintendo é como aquele garoto gordinho que não sabe dizer quem são seus amigos de verdade, que quando tem dinheiro para comprar sorvete aparecem os garotos legais para acompanhá-lo e a largam assim que a vantagem pra eles acaba. A Nintendo ainda não percebeu que não tem amigos neste mercado.

Por que o segundo grupo de jogos é na verdade o melhor? Porque aumenta a penetração do seu videogame, faz com que mais pessoas o tenham em casa para a partir dali aproveitar qualquer outro jogo que sair para ele. O princípio do First Party, software desenvolvido pela fabricante do videogame, é vender o hardware, para que então as Third Parties possam vender mais de seus jogos nele.

No entanto, como rapidamente a indústria classificou todos que compraram o Wii de idiotas, ficou bem difícil pra que eles produzissem jogos que o público dele também gostasse.

Isso porque todos esses jogos do primeiro grupo, não tinham como atrativo nada que o Nintendo Wii não pudesse dar, mas ainda assim, boicotavam o console da Nintendo, pelo simples fato que não gostavam dele. Todos os estúdios colocaram seus piores times para trabalhar com o console e ainda culpavam elementos externos para seu jogos não venderem, como o público ser casual.


Yoshinori Kitase, produtor de Final Fantasy XIII, de longe o pior capítulo da série até hoje, afirmou que o que o público espera de Final Fantasy, são gráficos top de linha, apesar da performance recorde de Dragon Quest IX no Nintendo DS, ele vai insistir no mesmo esquema para Final Fantasy Xv, linear e com bons gráficos. Venderá mal em qualquer plataforma que for, inclusive o Wii ou o Wii U.

A iminente morte. Atualmente o Wii U tem um hardware mais potente que o Xbox 360 e PlayStation 3, permitindo que ele ganhe versões superiores de jogos dos dois consoles já estabelecidos no mercado há anos. Ou seja, o Wii U é o Dreamcast 2.

Reginald Fils-Aime, presidente da Nintendo of America, disse que as Third Parties queriam mais potência no Wii, para assim poderem preguiçosamente converter seus jogos das outras plataformas para ele.

Ele receberá suporte por algum tempo, sem decolar nas vendas, mesmo com versões superiores dos jogos, porque obviamente ter os mesmos jogos de outros consoles com gráficos superiores não é o que faz o público escolher um videogame.

Reggie parece ter esquecido do GameCube, onde havia a potência e as Third Parties abandonaram a Nintendo do mesmo jeito, só porque não gostavam dela. Acontecerá novamente, e acontecerá depois como no Wii, quando os próximos PlayStation 4 e Xbox 720 forem mais potentes que o Wii U.

O abandono dos casuais. O público que comprou o Wii e simplesmente foi largado pela Nintendo desde 2009, nunca mais confiará na empresa, pois se antes ela não sabia que estava deixando público para trás, como foi com a evolução do NES -> Super NES -> Nintendo 64 -> GameCube, com a retomada do Nintendo Wii e evolução para o Wii U, a empresa olhou nos olhos deles e deu as costas. Agora a Nintendo pensa que eles são tão idiotas quanto as produtoras.

A impossível recuperação. Quando falei do Nintendo 3DS cheguei a dizer que haveria solução para o portátil se ele oferecesse outro valor excepcional além do 3D e lançasse os jogos certos, mas eu estava errado nessa época pois ainda não tinha percebido que os produtos tem uma identidade por si só.

Não são os jogos que fazem o videogame, é a filosofia dele, os jogos só fortalecem ou enfraquecem essa filosofia. Jogos como Wii Sports e God of War estão de acordo com a filosofia de seu videogame e repelem o consumidor que não esteja de acordo com ela.

Isso significa que não há salvação para o Nintendo 3DS ou para o Wii U. A Nintendo está numa sinuca de bico maior do que em sua época pré-Wii, pois dessa vez não há um novo público para ela conquistar, pois ele se sente traído.

O mercado de jogos ficará bem menos interessante nos próximos anos.

Pixel Clip: We Come Together



Tamo junto ^^\/

A Filosofia Hacker e a Indústria de Jogos

Recentemente a indústria de jogos iniciou uma guerra contra os hackers e eles tem respondido à altura. Se por um lado temos processos contra alguns hackers individualmente, por outros temos ataques como os que tiraram a PlayStation Network do ar por tanto tempo. Sabemos por quais motivos as empresas se defendem, mas por que os hackers as atacam?


Hacker é a classificação dada a qualquer pessoa que tenta subverter os processos dos computadores, fazendo com que eles realizem funções que não deveriam. No entanto, isso não significa necessariamente fazer algo errado, um hacker pode até melhorar a performance de um computador "enganando-o" para fazer coisas de maneira diferente.

A palavra hacker já tem um peso negativo pois normalmente só é ouvida quando se fala de algum crime cometido por um hacker. Ter o conhecimento não significa usá-lo de forma errada. A palavra hacker seria como a palavra "armado". Bandidos armados cometem crimes, mas forças de ordem e até cidadãos também andam armados. Hackers são pessoas armadas de conhecimento.

Quando todos andam armados na Internet, ela torna-se um velho-oeste, e é daí que vem as classificações dos hackers. Como nos filmes antigos de bang-bang em preto e branco, você tem os mocinhos de chapéu branco, os White Hats, e os bandidos de chapéu preto, os Black Hats.

Black Hats são hackers considerados criminosos, que utilizam seus conhecimentos para roubo de dados, fraudes, invasões e todo tipo de atividade danosa à terceiros. White Hats no entanto, poderiam ser divididos em outras duas categorias.

Há hackers que visam estar sempre dentro da lei e da ética, estes normalmente trabalham em firmas de segurança para combater hackers Black Hats. Estes estão completamente dentro do sistema e de suas regras.

No entanto, questionavelmente dentro dos White Hats, há hackers que quebram a lei, desde que acreditem estar agindo com uma moral por trás. Enquanto os Black Hats claramente são criminosos e os White Hats dentro da lei são obviamente pessoas de bem, este terceiro grupo fica numa área cinzenta.

O terceiro grupo segue princípios da filosofia hacker, como liberdade de pensamento e programação, obtenção de conhecimento gratuitamente, defesa de direitos constitucionais, entre outros.

Enquanto fora da lei, muitas das ações desses grupos nos fazem questionar se a lei está com a razão. Sempre podemos nos lembrar da história de Robin Hood como um exemplo de desobediência civil, quando as leis páram de estar de acordo com as necessidades da população.

Por exemplo, enquanto estão errados por violarem a lei, poderíamos considerar hackers anti-éticos quando derrubam os sistemas de governos ditatoriais?

Grupos desse terceiro tipo, como o grupo hacker Annonymous, costumam alegar ataques para chamar a atenção para questões importantes, como protestos ou brechas de segurança das quais Black Hats possam se aproveitar.

Eles foram os primeiros a tirar a PlayStation Network do ar por quarenta e oito horas, apenas para depois alegarem que não prosseguiriam com o ataque pois viram que os maiores prejudicados por isso eram os usuários da rede.

Mais tarde a PSN foi atacada por hackers Black Hats que roubaram dados de usuários. O grupo Annonymous negou autoria desse ataque, dizendo que não era condizente com sua filosofia.

Muitas alegações desses grupos são realmente válidas, como quando a Sony removeu a função Other OS do PlayStation 3 deliberadamente, ação pela qual ela sofre processos hoje em dia, já que uma empresa não pode remover a função de um produto, ou como quando a empresa teve acesso à milhares de endereços de IP em um processo civil contra o hacker George "Geohot" Hotz, direito concedido pela corte da Califórnia, ação que pode ter violado dezenas de leis sobre privacidades e tratados internacionais.

Muitas vezes os hackers tem como alvo essas grandes empresas, quando afirmam que elas praticam "Feudalismo Corporativo", pois devido ao seu tamanho e recursos acabam conseguindo escapar com atitudes que prejudicam o consumidor, o qual fica preso sem opção, pois todas as empresas praticam isso em algum nível, não apenas a Sony.

Independente de concordar ou não com os motivos desse terceiro grupo, é necessário saber que não são eles, nem os outros White Hats, que prejudicam os jogadores e roubam seus dados, mas sim os Black Hats, os quais são realmente criminosos e nem mesmo partilham dos ideais da filosofia hacker.

domingo, 5 de junho de 2011

As vesperas da E3 - Veja o que esperar.

Falta pouco tempo para o grande evento dos vídeo games, a E3. Todo ano a mesma coisa: empresas divulgarão suas estratégias para o ano, jogos, consoles, mulheres semi nuas. Esse ano vamos ter de novo tudo isso. Então que tal brincarmos de adivinhação?

Procure por E3 no google imagens e você entendera essa foto.


Sony

O que a Sony deve mostrar? NGP é claro. o PSP2 deve ser o grande destaque da conferencia. Vão mostrar os futuros jogos, as caracteristicas do portátil , funcionalidades e acredito muito que vai estar disponivel para teste. Sobre o aparelho vai ser o mesmo que ja foi apresentado. Touch Screen vai estar la e espere por jogos de uso intenso desse artificio, mais precisamente "mini-jogos" com o intuito de mostrar superioridade ao Nintendo DS e Iphone. Também teremos jogos com super gráficos e vídeos duvidosos. Muito provável que anunciem uma total compatibilidade com o PSP1 e com a PSN.


Para o Play Station 3 não vamos ter muito o que esperar de diferente. Continuações de jogos já manjados como God of War e talvez um Final Fantasy ou até Kingdom Hearts. Anúncios para o Move também serão feitos, duvido que algum será impactante.

Playstation Network? Se falarem sobre ela vai ser muito pouco, depois dos vexames recentes vão preferir ficar bem quietinhos.

Por fim, acredito muito no anuncio de um Play Station 4. Não vão mostrar todos os detalhes, muito menos jogos de verdade. Esperem por videos teasers, ou seja, pequenas amostras do que estará por vir. Por que penso nisso? A Sony não vai deixar a feira inteira falando só do novo console da Nintendo, ela vai querer distrair a imprensa antes.

Microsoft

Kinect. Jogos de tiro. X-box 3. Mais ou menos isso. Não tem muito o que ver de novo no X-box que não tenha no PS3 alem do Kinect. Talvez o jogo de Star Wars que controla o jogador seja revelado, ou não. Jogos da Rare também vão aprecer. Projeto Milo? Não me faça rir!

Se tem algo que eu arriscaria é a possível entrada da Microsoft na luta pelos portáteis, é difícil de acreditar nisso mas com a crescendo da Apple no mercado eu não duvidaria. Talvez um super tablet ou algo do tipo.

Os jogos pro Xbox 360 vão ser o que já estamos acostumados. Jogos exclusivos como Halo devem dar as caras. Aposto em mais super gráficos e jogos multi plataformas mostrados como exclusivos.

Sobre o Xbox 3 devem mostrar alguns detalhes básicos, o visual e o alguns jogos que poderão vir. Algo mais concreto que o Play Station 4.

Nintendo

Como todos ja sabem, a Nintendo vai revelar o Projeto Café, sucessor do Wii (ou quae isso). Já rolaram muitos rumores sobre ele e o que acredito estar mais perto da verdade é o aquele mesmo do controle touch screen com botões, e uso de stream para jogos.

A Nintendo ja vem mostrando uma preocupação com o crescimentos dos smartphones e tablets, alem de uma palestra em que o Iwata reclamava da concorrencia da TV com os Video Games. A idéia do streaming vem justamente para combater isso. Jogue na TV ou no proprio controle. Mas e os sensores de movimento? Aposto na retrocompatibilidade com o Wii e principalmente do wiiremote. Isso mesmo, o projeto café deve ter jogos com sensores que usem wiiremote. Outro grande foco sera o online. Espere por novidades bem interessantes. Sobre os jogos eu aposto em algum Zelda (talvez um MMORPG!) e Super Smash Bross. Jogos que mostrem os graficos HD do console e o uso do controle com touch screen.

3DS tera um grande espaço também, principalmente pela constante queda nas vendas. Jogos e mais jogos, os de praxe é claro: Mario Kart, Animal Crossing, Super Mario 3D. Mais suporte com futilidades como netflix e jogos de realidade aumentada.

O pobre Wii ficará de lado pra variar. Surgiram rumores sobre um New Super Mario Bros 2. Eu adoraria e faria muito sentido, mas duvido muito, muito mesmo, se anunciarem serei pego com as calças arriadas. Mais sobre Zelda e alguns jogos que usem o Motion Plus . Além de Kirby e algum titulo sem graça de uma third party.

Enfim, vai ser uma E3 de muita frustração de minha parte. Se algo nela me fizer realmente feliz será algum jogo que pareça divertido para o Wii. Algum jogo que reacenda o espirito dos video games novamente. Ou seja...not!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A falacia do 3D


Não, não vim falar do 3DS denovo, apesar dele estar inserido na discussão. A minha intenção é falar de toda a piração 3D que vem ocorrendo a mais de um ano. Após a euforia causada por Avatar e o lançamento dos televisores 3D, a poeira vem baixando e sinais de que essa tecnologia vai ser logo esquecida ficam mais evidentes.

Primeiro vamos analisar o inicio do 3D. Os primeiros filmes com essa tecnologia surgiram em 1920, mas só começaram a ser utilizados em maior escala na década de 50. O segredo do truque era bem simples, duas posições diferentes de uma mesma imagem eram exibidas ao mesmo tempo, uma na cor vermelha e outra na cor azul. Ao utilizar um óculos com lentes vermelha em um olho e azul em outro, elas filtravam as respectivas cores. No fim, você tinha duas posições diferentes de uma mesma imagem, sem uma sobrepor a outra.

Isso foi feito, vejam bem, em 1950. Lindo não? Curiosamente nessa mesma década, Hollywood enfrentava sua primeira grande crise após o crash de 29. A ideia era atrair o publico com tecnologias e experiências imprecionistas "Veja que lindo o nosso efeito 3D! As imagens saem da tela!". Não preciso nem dizer que não deu certo né? Imagine ver duas cores diferentes em cada olho, não é uma experiência agradável. Problemas de posicionamento angular e de distancia dos olhos causavam fadiga. Era muito comum as pessoas saírem com dores de cabeça. Logo a tecnologia 3D foi enterrada e de nada adiantou o esforço da industria para salva-la. Apenas no fim da década de 60 e inicio de 70 que o cinema se recuperou sem 3D e sim com novos conteúdos.



Agora vamos para 2009 e tcharam! Temos Hollywood novamente em crise e o nosso amigo 3D. Coincidencia? Não, não. Hollywood apenas aprimorou a tecnologia. Agora não precisamos mais das cores azul e vermelha, o filtro ocorre por gamas diferentes de cada imagem. Novamente temos um filtro, mas sem mudança de cores, apenas de iluminação. Saí Avatar com essa "nova" tecnologia 3D e vira um sucesso enorme. Maior arrecadação de todos os tempos (Afinal, o ingresso ser mais caro e a correção monetária não interferem em nada nisso). Ora o motivo do sucesso de Avatar só se deve a um fato: o 3D! É o novo passo do entretenimento. Uma revolução. Um caminho sem volta.

Isso é o que a industria quer que você pense. Não é conspiração, eles só estão vendendo o seu peixe, é bem provável que eles também acreditem nisso. Mas não é a verdade. Primeiro a tecnologia não é realmente nova. Ela surgiu na década de 90 ainda, e eram experimentais em parques temáticos. É a mesma coisa de hoje, filtro por diferença de gama. Outro detalhe curioso, lembram do filme Pequenos Espiões 3D? Saiu bem antes de Avatar e utilizava essa mesma tecnologia, só que sem tando alarde. Segundo ponto, o sucesso de Avatar não se deve ao 3D.

"Mas como assim?!!! É óbvio que foi por causa do 3D"- Grita o menino chato ao fundo.

Ora cara amigo, me explique as altas vendas dos DVDs e Blu-Ray. Me explique o grande numero de pessoas que foram aos cinemas ver em 2D mesmo. É óbvio que não foi o 3D. O filme é bom e divertido. É isso o que as pessoas buscam nos filmes, entretenimento. O publico se apaixonou pelo mundo de Pandora, pelo modo como os Navi's viviam, o romance impossível de dois seres diferentes e a luta pela sobrevivência. São todos elementos muito humanos e que nós nos identificamos.

O que Hollywood quer é novamente empurrar goela abaixo o 3D para atrair novamente o publico com tecnologia e não com entretenimento. A sensação do 3D é bacana, mas ela sozinha é como olhar para a fotografia de uma pedra. Não nos emociona em nada. Não é diferente da busca por efeitos visuais em filmes e esquecer toda o resto. O que os diretores querem é gozar dos milhões dados pelos executivos em seus fetiches tecnológicos.

Não estou dizendo que devemos parar no tempo e nunca buscar nada de novo em tecnologia. Mas toda vez que damos um novo passo nesse sentido temos que fazer a pergunta "As pessoas realmente querem isso?". O 3D atual não é bom, não faz muita diferença no conteúdo e nas sensações. Talvez futuramente vamos ter uma nova tecnologia pro 3D, melhor que a atual, que não de dor de cabeça nem fadiga visual. Que seja muito mais real. Mas no fim vamos voltar a discutir o que realmente importa para um bom entretenimento, onde estão os sentimentos?