sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Feliz Natal
Puxa, nem dá pra acreditar que já se passou um an... peraí, a gente criou o blog há alguns meses... hã, deixa pra lá então, Feliz Natal para todos ^^/
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Jay cobre o lançamento do livro "Calaboca Galvão"
Neste episódio veja minha mãe estragando meu vídeo, histórias em quadrinhos, o coletivo de borboleta e veja sempre o lado bom da vida
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Economia injusta e Jogo Justo
Provavelmente você já sabe, mas o Brasil tem uma das maiores cargas de impostos do mundo e ao importar um videogame ou um jogo não pagamos menos do que 60% sobre o valor do produto mais o frete. O Jogo Justo pretendia mudar isso.
Em meio ao frissôn inicial, qualquer um que levante um ponto contra algo, é automaticamente considerado um traidor do rei e deve ter sua cabeça cortada, mas esse não foi o motivo pelo qual não me meti, apesar de manifestar minha posição contrária ao projeto.
Primeiro porque conheço o idealizador da campanha, Moacyr, e segundo porque sei como é difícil juntar pessoas para um propósito sem ter outras gritando por perto como aquilo vai dar errado.
Não havia necessidade de fazer uma forte oposição ao projeto mesmo sabendo que daria errado. Quando se tem a possibilidade de fazer um forte argumento contra algo e você sabe que tem uma boa força de convencimento, uma boa opção pode ser o de não fazê-lo e deixar que as pessoas tentem chegar à conclusão sozinhas.
O tempo passou e acredito que a campanha já gastou todo o seu gás inicial. Os primeiros descontentes e manifestantes desapontados já surgiram, então pode-se dizer que o encanto já foi quebrado. Não vejo problema em mostrar os defeitos agora que alguns já os viram.
Para entender por que o Jogo Justo deu/dá/dará errado é necessário entender os conceitos básicos por trás do projeto e também da economia brasileira. Para quem baixar os impostos? Por que eles estão lá em primeiro lugar? São perguntas essenciais que passam despercebidas por instintos básicos de querer o que é melhor pra nós mesmos e de que o governo é só um bando de filhos da mãe.
O Brasil é um país rico, todos sabem, temos muitos recursos, mas também temos uma população incrivelmente numerosa. Esses recursos são divididos de forma muito desigual, criando pontos quentes e frios, com contrastes de qualidade de vida abismais. Basta comparar as maiores capitais como Rio de Janeiro e São Paulo com cidades afastadas do Nordeste.
A base da nossa economia está na matéria prima, minérios, agricultura, pecuária, mercados de commodities, além da manufatura e obviamente o turismo. É basicamente com estes que geramos riquezas a partir do "nada". Pedras no chão viram dinheiro, recursos renováveis como plantas, viram dinheiro, animais que se multiplicam viram dinheiro. Coisas que valiam menos antes, passam a valer mais após serem manufaturadas por pessoas, assim como estrangeiros nos visitam por entretenimento.
É curioso quando pensamos o quão essenciais nós somos. O Brasil está na base da matéria prima e ainda assim não é considerado tão importante quanto realmente é. Isso se deve a forma como o Capitalismo funciona.
O Capitalismo é um sistema baseado em escassez. Quanto menos de uma certa coisa houver, mais ela vale. São os conceitos básicos da Oferta e Procura. Trocando em miúdos, seria como se nós tivéssemos muito fubá, mas não tivéssemos nenhum bolo de fubá, então aceitamos comprar o bolo pagando mais do que ganhamos vendendo o fubá. Como há mais fubá que bolo, ele se valoriza e nós ficamos escravos desse ciclo.
É mais ou menos assim que o Brasil funciona. Nós não temos tradição tecnológica para fabricar aparelhos eletrônicos, mas fornecemos grande parte da matéria prima, comprando-os em seguida. O bolo não existe sem o fubá, mas ainda assim, pagamos mais por ele mesmo sendo parte essencial do processo.
Talvez você se pergunte por que isso é importante. Se é o conceito básico do Capitalismo, o que não tem remédio, remediado está. Seria necessário primeiro estabelecer que o Capitalismo está errado, o que definitivamente não é minha intenção aqui. Mas relevante para a nossa economia é necessário perceber que o Capitalismo é um sistema de pirâmide e nós fazemos parte da base.
Toda a função do Capitalismo é criar um ciclo de escravidão do indivíduo menos pensante em função do mais pensante. Estes termos facilmente se traduzem para indivíduos pobres em função dos ricos.
Sempre haverá uma larga base e um limitado topo na pirâmide. Nunca poderá haver mais pessoas no topo ou no centro do que na base, essa é uma ilusão do Capitalismo, de que todos poderiam subir com esforço e trabalho.
Hoje em dia essa ilusão se dá através do câmbio e do débito. Não quero explicar extensamente como dívidas escravizam, então pensem no seguinte resumo: se todo o dinheiro do mundo fosse $100 e você pegasse $10 em um empréstimo com o banco, você teria que pagar $12 por causa dos juros. Mas como isso seria possível se todo o dinheiro do mundo era $100? Como todo o débito do mundo poderia totalizar $102?
Esse é um sistema de escravidão lógico, é o motivo pelo qual todo o dinheiro circulando no mundo nos dias de hoje não pagaria todo o débito que existe no mundo atualmente. É também o motivo da crise financeira, já que os bancos só precisam ter uma ínfima porcentagem do dinheiro que emprestam, todo o resto dele é virtual.
As novas leis nos Estados Unidos dizem que os bancos agora precisam garantir 7% do que emprestam. Isso significa que pra te emprestar $100 eles só precisam ter $7. Não é preciso ser um gênio pra se perguntar: "Se eu não posso fazer isso, por que os bancos podem?", e menos ainda pra ver que é só uma questão de tempo até a próxima crise financeira, eles só colocaram um pavio mais longo na bomba.
Se você acha que isso não te afeta porque você não pega empréstimos, pense de novo. Aí entra a inflação. A inflação nada mais é do que a personificação do monstro dos conceitos básicos do Capitalismo. Lembra-se? Oferta e Procura. Quanto mais dinheiro há no mundo, menos ele vale.
Então temos o câmbio, que diz quanto a moeda de cada país vale em relação a outras bases. Ele se encarrega de manter os pobres e ricos separados. Constantemente o mundo se volta para o ouro e papéis da maior potência do mundo. Quando alguém perceber que o ouro não vale isso tudo nos dias de hoje, será divertido.
A força de cada país e de sua moeda é medida pela sua riqueza e aí revemos o bolo de fubá. Digamos que quem vende o fubá seja um brasileiro e quem vende o bolo seja um americano. Se o brasileiro vende o fubá por $5 e o americano nos revende o bolo por $10. Quem fica com o dinheiro?
Esse é o famoso jogo da economia. Quando exportamos, nos tornamos mais fortes. Quando importamos, nos tornamos mais fracos. A proporção entre exportação e importação basicamente determina a força do país e da moeda.
Isso significa que a menos que as pessoas parem de comprar bolo, não conseguiremos produzir fubá suficiente para pagar nossas dívidas. O bolo são os produtos industrializados e o imposto de 60% é o freio que o governo tenta botar na nossa economia.
Se você não for tão jovem, deve lembrar-se do Plano Real em seu início, onde foi adotatada uma política de igualdade ao dólar americano. Muitos países já tentaram esse tipo de estratégia e sempre acontece o mesmo. Quebram.
Durante essa época, 1 Real equivalia a 1 Dólar e podíamos comprar muitas coisas a preços "justos". Os eletrônicos estavam a preço de banana. Havia uma sensação ilusória de crescimento e melhora de vida.
Mas essa Maria Fumaça consumia carvão desesperadamente e esse carvão era a nossa reserva interna de dólares. Para manter a nossa moeda a todo vapor, nós queimávamos nossas reservas. Não podia dar em outra.
A bolha estourou e tivemos que ser resgatados pelo FMI, o Fundo Monetário Internacional, que nos emprestou 30 bilhões. Lembra-se sobre débitos? Ficamos escravos do FMI por um tempo. Vale lembrar que não há opção senão pagar, já que a Argentina deu um calote e o monstro da economia voltou para morder sua retaguarda. Se na época que estávamos endividados o Brasil estava fraco e a Argentina gozava de bons ventos, hoje o quadro se inverteu cruelmente.
Outras vezes vejo as pessoas compararem o Brasil com o México, que também era um país marginalizado mas que recebia produtos a preços acessíveis. O que talvez nunca tenham percebido é que eles tem uma vantagem geográfica. O México faz fronteira com os Estados Unidos e todos os anos milhares atravessam ilegalmente para lá.
Tentando combater o problema da imigração, ilegal ou não, os Estados Unidos fizeram um acordo com o México para melhorar a qualidade de vida lá, visando assim que seus habitantes não imigrassem para lá.
Enquanto por aqui houve a ALCA, a Área de Livre Comércio das Américas, que era mostrada como algo lindo, praticamente o sonho de Che Guevara, uma América sem fronteiras... de lá pra cá. Derrubando as tarifas alfandegárias, todos os produtos industrializados entrariam aqui sem impostos.
Os brasileiros que querem consumir esses produtos sofisticados, e tem direito de desejarem algo assim, adoravam o conceito da ALCA. Mas adivinhe só? Todas as barreiras dos Estados Unidos continuavam lá para proteger sua própria economia enquanto nos pintavam como os vilões.
Muitos já ouviram falar que os impostos sobre videogames protegem a indústria nacional e questionam como isso é possível se o Brasil não produz videogames, mas não estamos falando só de um setor da indústria, mas de toda ela.
E são necessários dois para dançar o tango. Outros países utilizam-se dessas mesmas barreiras, se não piores. A Argentina constantemente barra a entrada dos produtos brasileiros da "linha branca", como fogões, máquinas de lavar e geladeiras. Para não mencionar os inúmeros processos que temos na OMC, Organização Mundial do Comércio, contra barreiras impostas pelos Estados Unidos sobre o nosso "fubá".
Quando compramos videogames, jogos e eletrôncios em geral, estamos enviando nosso dinheiro em larga escala para o exterior, enfraquecendo nossa economia. Não pense que o Brasil nunca tentou reverter essa situação, pois foi incentivada a instalação de empresas aqui através de isenção de impostos, a famosa Zona Franca de Manaus.
Não pense também que as empresas são coitadinhas, pois por muito tempo elas adoraram essa proposta e viveram muito bem com ela. No entanto, o cinto apertou. Sabemos que Sega e Nintendo estavam no Brasil oficialmente e ambas as empresas estavam tomando uma surra da Sony na época do PlayStation 1 e 2 nos principais mercados, Estados Unidos, Japão e Europa.
De repente, vários problemas que sempre existiram começaram a virar causas para elas irem embora. Não coincidentemente também foi nessa época que produzir na China virou o padrão. Para cada produto eletrônico a um preço acessível que vemos hoje, há sangue de chineses trabalhando por um salário desumano. Não devemos ter vergonha nenhuma da proteção que o governo nos oferece no setor trabalhista.
As empresas visam o lucro a qualquer custo sem se importar conosco. Nunca admitiriam isso e sempre farão parecer que estamos fazendo o melhor pra nós mesmos. Por isso não me surpreende que tantas empresas famosas apoiem o Jogo Justo, é muito fácil pra elas. Assim como há muitas lojas envolvidas com a campanha e o objetivo delas transparece facilmente, como o das empresas citadas.
O primeiro grande evento que a campanha tentou foi um "Dia sem Imposto", algo que muitos setores fazem, um dia em que vendem seus produtos amargando o prejuízo do que pagaram de imposto em troca de mostrar para o governo como o aumento de consumo através do preço mais acessível poderia compensar a perda do imposto.
Com nenhuma surpresa as lojas limitaram-se a oferecer alguns jogos encalhados a preços nada impressionantes que foram superados nas semanas seguintes em promoções de final de ano. Quem mais foi prejudicado foram os usuários mais fiéis, que compraram só para demonstrar apoio à campanha.
A forma mais fácil de se descobrir as reais intenções de uma campanha é ver quem a apoia e quem mais vai ganhar com isso. As mesmas empresas que visam o lucro a todo custo. Longe de ser um ataque pessoal ao idealizador, pois com certeza Moacyr partilha o mesmo sonho que nós, um mundo em igualdade, e acredita estar tomando o melhor passo para tal.
Mas o mundo é injusto e não é pelos jogos que temos que começar a mudá-lo.
Quando tudo parou de ser excitante?
Quando tudo parou de ser excitante? Essa é uma pergunta fácil de responder, mas complicada de explicar. É fácil apontar quando paramos de nos animar com as coisas, o difícil é dizer o porquê isso aconteceu.
Há alguns anos atrás, tudo era mágico, tudo era possível, estávamos em uma era de imaginação da raça humana, nosso destino era incerto e imaginá-lo era emocionante. Esses eram os anos 80.
Eu diria que os anos 80 foram tão fortes que até os anos 90 foram anos 80. Foi a época das infâncias de ouro, tudo era novo, desconhecido. Era uma época onde até mesmo um desenho sobre tartarugas era excitante.
Mas os anos 80 acabaram (depois dos anos 90). O mundo não acabou no ano 2000, os carros voadores não chegaram, os alienígenas não invadiram, a guerra nuclear não estourou, o salto tecnológico não aconteceu.
Saímos da fase de achar tudo excitante, amadurecemos como civilização. Talvez esse seja o motivo pra nosso desânimo, é uma desilusão natural da maturidade após termos escolhido um caminho. Não mais imaginamos várias possibilidades sobre o que poderíamos ser, a raça humana parece caminhar em um rumo previsível e monótono.
Estamos no apogeu da nossa civilização, o pico tecnológico. Finalmente nos demos conta de que a tecnologia não vai ter o avanço necessário para chegarmos aos seriados de ficção científica onde o homem desbrava o espaço.
Podemos agradecer ao capitalismo por ter nos mostrado cada vez mais o quanto os recursos são limitados e quanto o poder é centralizado. Nunca veremos combustíveis renováveis e não poluentes enquanto o petróleo for lucrativo e ninguém vai querer um carro voador que cai no meio do caminho.
Qualquer anúncio envolvendo consequências globais, como a possível descoberta de vida alienígena pela NASA, nos deixa na pontinha das poltronas, prontos para pular. Não porque estamos interessados no assunto, mas ficaríamos satisfeitos com qualquer migalha. Gritamos para por favor nos tirarem do tédio da civilização! Nos façam pular da poltrona!
O momento nunca chega. Continuamos plugados em nossas paredes. Parece não haver qualquer esperança. Então falta luz. Por um momento estamos livres, a civilização foi desligada. Não mais sabemos o que está acontecendo do outro lado do mundo, mas finalmente percebemos o que está acontecendo ao nosso lado.
Por um instante temos nossas vidas de volta e tudo é novamente excitante. Mas deixa pra lá, a luz já voltou e estamos hipnotizados novamente.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
TRON e a semântica dos videogames
Mas diferente da maioria, eu saí do sistema, eu vejo de fora. Apesar de gostar de algumas coisas, eu tenho que admitir que elas não fazem bem para a indústria dos jogos como um todo.
Essas mesmas pessoas acreditam que não haja um jeito certo e um errado de fazer jogos, que ambos os estilos podem coexistir. Mas isso não é verdade.
Coincidentemente estamos na época do lançamento do filme TRON: O Legado (TRON Legacy no original), que é baseado em um filme de 1982 sobre um gênio da computação que entra em seu computador e de certa forma joga videogame dentro dele, entre outras coisas.
Caso você esteja por fora ou não conheça o original, aqui uns vídeos pra auxiliar:
Por que TRON me lembra desse assunto? Porque TRON é a vitória de um desses lados. Vamos chamá-lo de Lado da Imersão.
Há uma diferença nas duas formas de fazer jogos, que inicialmente parece apenas uma diferença de semântica, mas que analisada à fundo, vira uma variável determinante, uma ramificação, formando dois caminhos opostos. Em oposição aos jogos imersivos, teremos o Lado da Emersão.
O que podemos notar nos jogos de hoje em dia pelo lado da Sony e Microsoft é que eles desejam imersão. Imergir o jogador dentro de um mundo diferente do dele. Escape da sua vida para vir viver uma aventura em nosso mundo. Quanto mais imersivo for o jogo, mais você acredita naquele mundo.
Já a Nintendo não está nesse caminho, mas muitas pessoas ainda não vêem o caminho em que ela está, porque ele é um pouco menos visível. Jogos como Wii Fit ou Wii Sports não chamam você para um mundo diferente, não chamam você para escapar da sua vida. Eles oferecem um complemento. São experiências que você pode exportar do jogo, para sua vida cotidiana.
Mas os jogadores insistem que ambos os tipos de jogos podem coexistir. Eles estão satisfeitos com seus jogos imersivos. Por que não estariam? Cresceram com eles. O resto do público não concorda. O estigma continua. Dificilmente você achará alguém que não vê filmes ou lê livros, mas é fácil achar alguém que não joga.
Assim como o "Mercado Livre" corrompe o Capitalismo, a liberdade das empresas corrompe as propostas dos consoles. Nada impede que você lance jogos imersivos no Nintendo Wii, nada impede que você lance jogos emersivos no Xbox 360 e PlayStation 3. A questão é que eles não vendem e dissolvem a mensagem por trás desses consoles.
Nesse caso os jogos não coexistem, eles corrompem as propostas. Quando você compra um Wii você espera jogos emersivos, quando compra o Xbox 360 ou PlayStation 3, espera jogos imersivos. Até agora nada poderia impedir as empresas de fazer isso, já que não há um controle por parte das donas dos consoles e não há um bom senso das produtoras.
Por quanto tempo poderia se sustentar essa situação? Não muito se depender das fabricantes. Porque a ramificação que inicialmente era filosófica e só se estendia ao software, irá eventualmente chegar ao hardware.
Enquanto Sony e Microsoft querem colocar você dentro da tela, dentro do jogo, a Nintendo quer trazer o jogo para fora da tela. Parece uma diferença de semântica simples, puramente jogo de palavras. Até que você pensa bem a respeito.
A evolução do pensamento da Sony e Microsoft seria TRON. Entramos no mundo deles. Realidade Virtual. Ambas já usaram câmeras que nos colocaram na tela. Adicione um visor e veremos o que o personagem vê enquanto ele se move como nos movemos.
Para onde seria a evolução do pensamento da Nintendo? Quem sabe? Hologramas? Efeitos em 3D que fazem objetos saltarem da tela? Interação com esses objetos como se eles fossem reais?
Perceba que nenhuma das tecnologias está tão distante assim que não possa ser imaginada nos hardwares atuais, como o Kinect ou o Nintendo 3DS. A guerra já está começando a tomar uma forma.
Isso significa que eventualmente deixará de ser uma questão de qual tipo de jogo você prefere, mas em qual mundo você vive. O real ou o virtual? E para esta pergunta, haverá uma resposta certa.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
O que mudou do Cartucho pro CD?
Eu acredito em cada micro-decisão alterando tudo de maneira quase quântica e que cada jogo é produto de várias influências muitas vezes invisíveis e imperceptíveis. Isso é, até que você comece a procurar por elas.
Se procurarmos onde realmente a indústria desandou, podemos achar um ponto especifico onde jogar parou de ser tão importante, substituindo-se pelo assistir. Onde o conteúdo do jogo começou a ficar em segundo plano para que o criador do mesmo pudesse contar uma história.
Na época tudo era novidade e muita gente gostou dos jogos com história, mas a evolução desses jogos nos trouxe um grande tédio. Onde estavam os jogos que podíamos jogar e rejogar infinitamente sem perder a graça? De repente tudo que fazíamos era pegar um jogo, terminar sua história e encostá-lo para o resto da vida.
Agora veja que coincidência, quando esse movimento começou? Na época em que trocamos os cartuchos pelos CDs.
O habitat natural do cartucho é espalhado em pequenas pilhas em volta do videogame, pronto para ser trocado rapidamente quando cansamos de jogar um mesmo jogo. Jogávamos dez minutos de Alex Kidd, quinze de California Games e mais vinte de Wonder Boy.
Nenhum jogo era "terminado", simplesmente tínhamos pequenas sessões de jogo incrivelmente prazerosas que nos satisfaziam. Saíamos dali completamente felizes. Em segundos pulávamos de jogo em jogo, com a maior facilidade, surgindo logo de cara uma tela Press Start e começando a jogar.
Já os CDs, qual seria o habitat natural deles? A estante. É onde você guarda seus filmes, por exemplo. Você quer assistir algo? Você o tira dali, o coloca no aparelho e senta por quase duas horas assistindo.
Foi isso que aconteceu com os jogos em mídia ótica. Não podemos rapidamente trocar de um jogo pro outro, há telas de Loading, há longas sequências de abertura, cinco telas diferentes de logos de empresas com as quais não nos importamos.
E o fator mais determinante que altera a forma de se fazer jogos, ficamos com um único jogo por um longo período de tempo até terminá-lo e então encostar na estante. Filmes são assim, você não assiste pequenos trechos de vários filmes. Livros são assim, você não lê vários livros ao mesmo tempo. Jogos não são assim.
É um dos motivos pelo qual muitos portáteis despertam mais interesse que alguns consoles, o motivo pelo qual o PlayStation Portátil não decolou e um dos motivos para jogos em celulares venderem tanto. Às vezes você só quer matar quinze minutos, você não quer entrar em uma aventura épica de duas horas.
Um dos motivos pelo qual a MP3 causou uma ruptura ao mercado de CDs é que ninguém gostava de ficar pegando CDs só para ouvir uma música. Com a MP3 tínhamos uma lista de nossas músicas preferidas ao alcance de um clique. Podíamos fazer uma grande lista e simplesmente ligar a escolha aleatória. Por que você ouviria um CD?
Os jogos perderam valor pois enquanto podiam ser jogados vários vezes em cartuchos, normalmente só eram "jogassistidos" uma vez em CD. Os jogos perderam então grande parte do seu valor e a pirataria devorou vorazmente o mercado.
A falta de valor pelo que se paga é um dos grandes fatores da pirataria. O PlayStation não foi o primeiro videogame com CDs, mas foi sem dúvida o pirateado em maior escala. Quando o produto realmente oferece um valor excepcional, elas compram.
Já os jogos em mídia ótica fizeram o contrário. Trouxeram pra nós os filmes em forma de jogo, nos quais sentamos e assistimos os personagens fazerem tudo e nós somos meros marionetes dos desenvolvedores para contar suas histórias.
Eles presumem que, como filmes, sentaremos lá por duas horas assistindo tudo que eles jogarem em cima de nós. Sendo que os jogos-filme na verdade ocupam de oito a dez horas da nossa vida, quando poderíamos ter um prazer muito maior vendo um filme de verdade.
Antes dos CDs eles não conseguiam fazer isso, porque os cartuchos eram limitados. Os cartuchos eram pequenas Caixas de Pandora contendo todos os males dos egos dos desenvolvedores.
a Sony abriu essa caixa quando deu a eles os CDs. De repente um grande diferencial dos jogos era ter cenas em computação gráfica para serem assistidas. Por que você está assistindo um jogo e não jogando?
Ninguém sabia responder. O resto... é história.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Jay joga Donkey Kong Country Returns - Primeiras impressões
Neste episódio veja que a Rare não está fazendo falta, ouça as músicas clássicas da série, lute com uma graminha maldita e se surpreenda com a falta de reclamações
Bom pessoal, meu patrocinador removeu o patrocínio sobre a série "Jay joga", ou seja, minha irmã pediu a câmera de volta. Então até eu comprar a minha própria, não teremos mais vídeos por um tempo
sábado, 27 de novembro de 2010
Os Yes Men Consertam o Mundo
Usando muito humor e inteligência, os dois se passam por figuras importantes de grandes empresas, e até o governo dos Estados Unidos, fazendo os anúncios que seriam ética e moralmente corretos por parte desses, criando um grande caos no mercado e na imprensa.
Eles denunciam muitas falhas do Capitalismo, entre elas a centralização do poder na mão dos bancos e sua capacidade de investir livremente, o Mercado Livre (não o site), o qual acaba por não atender a necessidade das pessoas.
Eu baixei o documentário, que é gratuito, através de Torrent, mas vocês podem ver com legendas em português diretamente do YouTube, dividido em partes:
Para saber mais sobre a ilusão do Capitalismo, você pode procurar também o documentário Zeitgeist Addendum.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Jay joga Epic Mickey - Primeiras impressões e mais
Neste episódio veja o poder das escolhas, cheire solvente até ficar doidão, aprenda a mestrar um bom RPG e fique quieto, estou caçando toelhos
Eu jogando Epic Mickey do Nintendo Wii, passando pelas primeiras horas e fazendo comentários sobre o jogo
Neste episódio brigue com a câmera, aperte a mão do primeiro chefe, perturbe uma velhinha inocente e vire o office boy da cidade
Eu jogando Castle of Illusion no Nintendo Wii, passando pelas primeiras fases e fazendo comentários sobre o jogo
Neste episódio aprenda sobre universos externos em franquias, como criar conteúdo relevante e veja que doces fazem mal pra sua saúde
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Primeiras impressões: Donkey Kong Country "4"
Finalmente vou escrever algo para esse blog, quem diria. Depois do Sheridan já bagunçar isso aqui, pra que eu servirei agora? :(
Para escrever as primeiras impressões de Donkey Kong Country 4 \o/... ou Returns como preferirem. Afinal o que seria da balada do Mario sem o Donkey Kong?
Depois de longos 15 anos de espera finalmente a Nintendo criou vergonha na cara e voltou a fazer Donkey Kong Country. Foram muitos anos obscuros com títulos de qualidade duvidosa do gorilão, como Donkey Konga (ok, jogo engraçadinho mas bizarro) Jungle Beat e King of Swing. Sem falar da fraca transição para o 3D, que assim como Mario virou outra coisa completamente diferente. E pior...bem pior.
Mas graças ao sucesso de New Mario no DS, uma força comutativa entre os fãs e os olhos de cifrão de Reggie e sua trupe, deram vida a um novo titulo do Donkey Kong, dessa vez sem bongos(graças a God!).
Assim como o velho guerreiro Super Nintendo a versão do Wii do Macaco Burro não foi feita pela Nintendo e sim por uma produtora ocidental, a mesma que reviveu e levou a série Metroid para o status de grande novamente: Retro Studios.
O palco estava armado, tínhamos uma grande produtora com uma grande série nas mãos, pronta para entregar um novo clássico dos vídeo games. Será que conseguiu? D:
Ao começar meu coração já batia acelerado, poxa sentimento de nostalgia é emocionante, todo mundo já teve e sabe como é lindo *-*. A história de inicio é podre mas bem feita, uma cena em computação gráfica mostrando umas mascaras tribais hipnotizando os animais da floresta, usando-os para roubar as bananas do lugar. Sabe-se la porque Donkey não se deixa hipnotizar, cabe a agora a ele salvar a floresta dessas criaturas misteriosas.
Tá...ninguém liga pra isso, dane-se a história. Vamos ao jogo \o/. Logo de inicio o jogo apresenta uma nova habilidade vinda de Jungle Beat: Batucadas no chão. Chacoalhando o nunchuck+wimote (ou apenas um dos dois...é...bem fail xD) o gorila sai tocando um samba lele aonde estiver. Com isso o jogador consegue interagir com o cenario quebrando pedras, chão ou paredes. É um elemento realmente novo que aumenta a exploração do jogo.
Fora essa novidade, pouca coisa mudou na jogabilidade de Donkey mas muito se alterou no desing das fases. Os inimigos são totalmente novos, entre eles passáros, sapos e etc. O cenario esta maior , no sentido de que há mais coisas para explorar. Há passagens secretas atrás de árvores e pedras que te levam as fases bonus, alem de itens escondidos, como as Coins e peças de quebra cabeça. Tudo é 3D, tudo!! Com muitos detalhes por todos os lados, graficamente impecavel. Arte fantástica, melhor que a dos antigos, perfeição total!
A unica coisa que me desanimou foi a ausencia dos inimigos antigos. Faziam parte do universo do jogo, sem eles nessa nova aventura ficou como se faltasse um pedaço desse mundo. Uma pena :(
Eu só joguei o primeiro mundo, então o jogo até agora foi muito facíl. Apenas para terminar as fases é claro, porque pegar todos os itens vai ser um grande desafio. Muita coisa do primeiro Country esta no jogo, alem de elementos de escalada do segundo, mesmo que bem mais modesto. Arremessos entre barris, montar em um rinoceronte e descer uma mina em um carrinho estão tão divertidos quanto antes.
O chefe do primeiro mundo que foi meio brochante, achei meio monótono, seila. Só que a mudança mais radical do jogo se deu por conta da troca de personagens. Como todos sabem, nos primeiros jogos o jogador podia alterar entre dois macacos, e caso um morria o outro assumia o lugar, tendo que encontrar novamente o ajudante mais a frente preso em um barril. Só em Returns no modo single player o jogador apenas controla Donkey, tendo o Diddy como um upgrade no pulo, ja que o macaquinho possui um jet pack nas costas e ao subir no gorilão ajuda a mante-lo no ar por mais um tempo, como Yoshi por exemplo. Não sei se vai agradar a todos, é uma mudança sutil mas parece bem radical. Ao meu ver não ficou melhor nem pior, ficou diferente.
Outro detalhe bem legal do jogo é o Cranky Kong. O velhinho rabugento também voltou. Vendendo seus itens como vidas extras e chaves. Ao trocar pelas Coins que o jogador coletou durante as fases, é possível destrancar caminhos alternativos e acessar fases novas, entre elas a Sunset, a fase toda em silhueta com um pelo por do sol. É uma bela recompensa.
Por fim, é isso aí mesmo, o jogo ta excelente, atingindo as expectativas criadas. Podem comprar de olhos fechados, porque o negócio ta bom demais! Ágil, envolvente, desafiador, Donkey Kong esta de volta como sempre deveria ser. Difícil dizer que está melhor, mas impossível dizer que está pior. Posso até usar a velha frase: "É igual só que diferente".
sábado, 20 de novembro de 2010
Jay cobre a Brasil Game Show
Neste episódio veja filas, controles fails, filas, o elenco dos sonhos, mais filas, dancinhas vergonha alheia, outra fila e um churrasco do balacobaco
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Jay joga Sonic Colors - Primeiras impressões e mais
Neste episódio veja que ainda tem alguém raciocinando na Sega, combata o racismo, busque conhecimento e cuidado com o degrau
Eu jogando Sonic Colors do Nintendo Wii, passando por três fases de mundos diferentes fazendo comentários
Neste episódio um pouco de Metroid em Sonic, panqueca de ouriço, ande pelas águas feito o Lagarto Jesus ou Dani Bolina e algumas diferenças criativas com os controles
Eu jogando Sonic 4 do Nintendo Wii, comparando com Sonic Colors e fazendo comentários
Neste episódio veja porque Sonic 4 é mais 3D do que Colors, não veja um pacote de Skiny, respire embaixo d'água com bolhas e...
Kinect e o Lobbismo
Atitudes como o PlayStation Move e o Kinect mostram que chegamos ao fim do processo de luto da indústria, a aceitação. Finalmente desistiram de lutar contra o Nintendo Wii e decidiram se unir a ele. Mas nós sabemos que isso não vai dar certo.
Basta sabermos um pouco do que tem por trás da estratégia da Nintendo para saber que Microsoft e Sony não estão apoiadas nos mesmos valores. Eles não entendem os princípios da aerodinâmica, querem voar colando penas nos braços e batendo-os rápido.
Apesar de ser um assunto até bastante interessante, já foi muito bem comentado na época dos anúncios dos controles de movimento das duas empresas. O PlayStation Move não precisa ser comentando, é uma cópia tão mal feita que já foi lançado e mal se ouve falar do mesmo. A tecnologia é péssima, o software é inadequado, será esquecido rapidamente.
No entanto, a tentativa da Microsoft trouxe uma idéia melhor, o Kinect, antigo Projeto Natal. Melhor no sentido de que ao menos foi original, porque no fundo ela falha em mais conceitos do que o Move, mas permite-se ao menos ser uma falha original, enquanto tudo que há de certo no controle da Sony foi copiado.
Digo... ao menos era isso que eu pensava antes. A Microsoft é uma compania basicamente de marketing, ela acredita no lucro através da dominação (alguém gritou do fundo: "monopólio", quem foi?) do mercado pela opinião pública. Windows? Todos falam mal e ainda assim todos usam.
Não é por coincidência que a série Halo é o maior fenômeno de marketing do mundo dos videogames, é só ver quem está por trás dela. Vale lembrar que vários jogos como Call of Duty: Modern Warfare ou mesmo New Super Mario Bros tiveram um apelo muito maior que Halo, mas não tiveram impacto equivalente em matéria de propaganda.
Através de propaganda a Microsoft consegue fazer um evento menor parecer maior que outros. Provavelmente é essa a função da propaganda mesmo, valorizar seu produto. Mas como nos ensina a nossa querida TV Pirata (comprem o DVD), outras formas de marketing passam por nós despercebidas constantemente.
Se por um lado a Microsoft quis criar uma empreitada original para combater o Wii, por outro ela o está copiando de maneira ainda mais sem vergonha que a Sony. Os marketeiros virais já estão espalhados por aí. As propagandas e conceitos parecidos são só a camada superficial que você pode enxergar.
O Nintendo Wii já é um fenômeno, todos querem um, é assunto no boca a boca, esse é o tipo de propaganda pela qual não se pode pagar. É essa a propaganda que a Microsoft quer para o produto dela.
Aí entra a parte Sony da Microsoft. Como ela pretende criar seu próprio fenômeno? Copiando o da Nintendo. Preste bastante atenção e você verá. A Microsoft sabe que o Kinect não é como o Wii, não acredite que ela se fazer de boba significa que ela é boba.
Desde seu anúncio até o lançamento, o Kinect não parava na mão dos consumidores, pois a Microsoft sabe que a única coisa que pode desmantelar uma imagem criada pelo marketing é a opinião pública contrária.
Isso não acontecia com o Wii, o qual a Nintendo fazia turnês para colocar o controle nas mãos das pessoas. "Jogar é Acreditar" ("Playing is Believing") era o lema da empresa, semelhante ao que ela já havia feito com o Nintendo DS.
Enquanto qualquer um podia experimentar um Nintendo Wii, só os jornalistas tinham acesso ao Kinect, opinião controlada. No início até houve rumores de que a Microsoft estava barrando análises negativas do produto. Afinal, o resultado atingido foi o desejado, a imagem do Kinect está muito boa.
Mesmo que o produto tenha sido tecnologicamente capado várias vezes, de forma que a versão final não é exatamente o que nos foi demonstrado esse tempo todo. Mesmo que um dos principais softwares mostrados, Milo, o garoto de inteligência artificial, sequer se tem informações se é um jogo de verdade ou uma demonstração, com informações desencontradas vindo de dentro dos próprios estúdios internos da empresa.
A própria política de preço é confusa para fazer as pessoas acreditarem que não estão pagando o preço que estão. O público em geral sequer sabe que para utilizar o Kinect é necessário um Xbox 360, pois não é assim que ele está sendo difundido. É uma pegadinha do malandro que eles descobrem no final da compra. Se o periférico se chamasse Xbox EYE ou Xbox Camera, não teria a menor chance no mercado.
O preço do console, digo, periférico, é de US$ 150, com o modelo mais básico de Xbox 360 disponível para utilizá-lo saindo por US$ 200. Há ainda um pacote de venda econômico com os dois produtos por US$300. Na melhor das hipóteses, custa US$100 a mais que o Wii. Nem se você comprasse Wii Fit junto atingiria esse preço.
Então, o produto e os conceitos por trás dele são completamente diferentes, certo? Mas a Microsoft parece acreditar que todos que peregrinarem pelo deserto se tornarão Moisés. Seria como tentar reproduzir um fenômeno da internet seguindo minuciosamente seus passos. Se algum de vocês gravasse agora um vídeo seu chapado com a anestesia do dentista, será que faria tanto sucesso quanto o pequeno David?
Mas a Microsoft acredita que pode reproduzir o sucesso do Wii se fizer você pensar que já está reproduzindo. Por exemplo, durante uma apresentação no Talk Show de Ellen DeGeneres, a platéia recebeu de surpresa consoles e o jogo Wii Fit. Foi um grande acontecimento. Então subitamente, vemos a mesma ação no Talk Show de Oprah Winfrey. Que coincidência.
Tivemos um caso engraçado de um cara filmando sua namorada jogando Wii Fit, episódio o qual se entitulou "Por que todos os caras deveriam comprar Wii Fit para suas namoradas", mostrando uma moça com pouca roupa rebolando no jogo de bambolês. Adivinhe só? "Por que todos os caras deveriam comprar Kinect para suas namoradas".
Tão logo o Nintendo Wii foi lançado, tivemos vídeos engraçados de pessoas quebrando suas caríssimas telas de LCD arremessando os controles sobre elas. Independente da repercussão negativa, ajudou a tornar o videogame conhecido. No entanto, o Wii tinha um controle para escapar das mãos e ser arremessado.
Como alguém conseguiria quebrar sua TV com o Kinect? Mas no dia do lançamento já havia uma história a respeito. Vale lembrar que o Kinect não funciona até você estar a uma distância bem considerável, entre três e quatro metros de distância do televisor. Que coisa, não?
O Nintendo Wii já vendeu 75 milhões de unidades no mundo todo. Poderíamos presumir então que há 75 milhões de pessoas interessadas em "controles de movimento", então não seria difícil o Xbox 360 vender mais 30 milhões, baseado nesses números, certo? Mas apesar de ter uma certa lógica, duvido que alguém acharia essa uma comparação justa.
Acredito então que a melhor unidade de medida seria também um periférico, também considerado caro, o Wii Fit. A famosa "balança de banheiro" que vendeu 20 milhões. Vamos ver como o Kinect se sai, pois eu não acredito que atinja esses números.
Esse se torna um jogo muito mais divertido agora que você percebe que ele está sendo jogado. Fique de olho nos próximos movimentos do Kinect, observe o mimetismo para com o Nintendo Wii.
Divirta-se vendo as tentativas deles enganarem você depois de já estar com os olhos abertos.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Jay joga Goldeneye 007 - Primeiras impressões e mais
Neste episódio aprenda porque tutoriais são um saco, como resolver todos seus problemas na vida através da violência excessiva, como passar por uma blitz russa, conheça a namorada do Jay e mais...
Eu jogando Goldeneye 007 do Nintendo Wii, passando por pequenos trechos de fases fazendo comentários sobre o jogo
Neste episódio, vergonha alheia, dancinhas ridículas e Guilherme Briggs (@TeatroBonecos)
Eu jogando Goldeneye 007 do Nintendo 64, passando pela primeira fase fazendo comentários sobre o jogo
Neste episódio veja como é um Design aberto, como os jogos tinham mais cores antigamente, destrua todos os alarmes e impeça a Segunda Guerra Mundial
Porque o Nintendo 3DS vai falhar
O assunto é incrivelmente longo, então ao tocar no assunto com alguns amigos fez-se necessário escrever um post, já que é uma análise de muitas informações e não dava pra explicar tudo "on the fly". A preguiça vinha me impedindo de fazê-lo até agora, mas não mais... eu acho.
Vamos começar entendendo por que o Nintendo DS e o Nintendo Wii deram certo em primeiro lugar. O Nintendo DS, um portátil mais fraco, competiu contra um portátil mais forte da Sony, o PlayStation Portátil (PSP), mas ainda assim, o fez comer poeira como nunca antes.
Isso significa que depois do GameBoy, do GameBoy Color, do GameBoy Advance, portáteis que praticamente ficaram sozinhos no mercado, o Nintendo DS, sem o nome da marca, ainda vendeu mais do que todos eles com concorrência pesada. Como isso é possível?
Vou citar um pedaço da Wikipedia para se ter idéia do fenômeno Nintendo DS:
Com apenas 4 anos e poucos meses o Nintendo DS vendeu mais de 130,000 milhões no mundo inteiro, quase ultrapassando o playstation 2 que está no mercado há mais de 10 anos e vendeu 150 milhões.
Vários analistas disseram que o Nintendo DS pode ultrapassar o playstation 2 se tornando o videogame mais vendido do mundo, em menos tempo que o playstation 2, o Nintendo DS só teve 4 anos e pouco de vida, enquanto o playstation 2 teve 10 anos e pouco de vida.
Nintendo anunciou em 15 de Fevereiro de 2006, que no Japão o Nintendo DS atingiu 10 milhões de unidades vendidas em menos de 10 meses de seu lançamento, o que marca um recorde para um video-game no Japão.
E acredito que vocês tenham experienciado o fenômeno também. Suas irmãs que nunca ligaram pra videogame pedindo Nintendo DS, suas mães passando pela sala e olhando você jogar Wii Sports com interesse até se juntar a você, sua tia impressionada com Wii Fit e como era divertido fazer exercícios.
Na minha sala de aula de música eu via o Nintendo DS ser assunto entre pessoas que nunca antes tocariam em um videogame. Isso porque o Nintendo DS não vendeu simplesmente para o mesmo público de sempre. Pessoas que nunca tiveram um videogame antes, compraram o Nintendo DS e o Nintendo Wii.
Brain Training fez idosos comprarem videogames. Note como o Nintendo DS tem software não convencional para todos os públicos. Brain Training, Picross, Sudoku, 100 Classic Book Collection, My Japanese Coach, Flash Focus: Train your Vision, etc. No Nintendo DS você encontra softwares de culinária, como treinar seu cachorro, guias de viagem, um mercado inteiro novo e interessado.
E então o que você faz depois que isso tudo faz sucesso? Você o joga fora. É isso que o Nintendo 3DS representa, todo o fim dessa idéia de expansão. Todos os jogos de lançamento e que estão sendo desenvolvidos pra ele são jogos extremamente complexos, como Resident Evil, Metal Gear Solid, franquias que os jogadores hardcore gostam, mas que não oferecem valor para o público expandido.
Às vezes é necessário se perguntar se a Nintendo foi Oceano Azul realmente. Como o Oceano Azul atinge uma nova curva de valor?
Mas em algum momento, sabe-se Deus por que, ela resolveu parar. As vendas do Wii caíram e ela agora está numa bela sinuca de bico. A situação é bem parecida com a do Nintendo DS.
Ninguém sabe bem quais os motivos da Nintendo. É uma vingança pessoal contra a Sony? É um medo de sofrer uma ruptura pela Apple? É um plano suicida onde talvez ela nunca quis salvar o mercado, só queria ser a rainha desse reino destruído? São muitas possibilidades, mas o fato é que a Nintendo cedeu. Cedeu pra quem? Para a indústria. Quem é a indústria?
Há muitos anos atrás, no tempo do NES / Nintendo 8 Bits, a Nintendo tinha uma mão de ferro com a qual controlava as empresas que faziam jogos para ela. Eventualmente a Sega entrou no mercado e questionou esse monopólio. Ainda assim, Nintendo e Sega controlavam o que entrava em seus videogames.
Nessa época a Nintendo era considerada uma carrasca, cortando muita coisa e não permitindo que fossem vendidos vários jogos no Super NES / Super Nintendo por exemplo. Todos devem se lembrar como foi difícil para Mortal Kombat.
No entanto, Sega e Nintendo mantinham acorrentado um perigoso monstro, a indústria. Todas as empresas estavam sob seu domínio e precisavam passar pelo seu aval para lançarem jogos. Então chegou a Sony.
A Sony literalmente fez um pacto com o demônio, abrindo a caixa de Pandora. Com a ajuda da indústria, a Sony foi levada aos céus. O problema de se fazer acordos com um monstro é que assim que você não for mais útil, ele te descarta.
O monstro foi se alimentando na época do PlayStation 1 e 2, até estar forte o bastante para se livrar da mão que o alimentava. A indústria boicotou o PlayStation 3 em favor do Xbox 360, só para depois voltar atrás e manter o equilíbrio de poder. Sony e Microsoft agora são como dois servos se degladiando para ver quem lambe melhor os pés do mestre.
Quem é esse monstro? Como ele afeta sua vida? Bom, o monstro da indústria é um monstro que você não vê, mas as ações dele afetam muito você. Foi ele que aumentou o preço dos jogos, de $50 para $60. Foi ele que inventou a distribuição digital para diminuir os próprios custos, tirando direitos seus como revenda. É ele que quer tirar o seu direito de vender e comprar jogos usados. Ele que inventou o DLC, (Downloadable Content, conteúdo para Download), que tem deixado os jogos incompletos para serem vendidas partes extras depois, algumas até já presentes no disco, sendo só desbloqueadas.
Se você já comprou um jogo mais caro, já teve que comprar um jogo online que gostaria de ter em disco, já comprou um jogo usado, já comprou uma roupa alternativa de Street Fighter IV, então você olhou o monstro nos olhos e pagou o pedágio para atravessar a ponte.
O Nintendo 3DS não segue a mesma linha do Nintendo DS e Nintendo Wii, ele cede à indústria. O que esperar? Jogos mais caros, DLC, quem sabe até uma trava para que o jogo só possa ser jogado em um sistema? Todos os modernismos da indústria que vem destruindo os jogos.
Não se pode descartar o fato que talvez a Nintendo queira fazer parte do clubinho da indústria, ser aceita. Este é o Oceano Vermelho, e a Nintendo está caminhando diretamente para ele.
A Estratégia do Oceano Azul se foca no não-cliente e como oferecer valor para ele através de um pico na curva de valor. Veja o exemplo do vinho Yellow Tail, um grande sucesso pois atravessa a curva de valor.
Enquanto vinhos de alta qualidade e vinhos medianos oferecem tudo que se espera deles e atingem sempre o mesmo público, sem surpresas, o Yellow Tail oferece algo diferente, mira nos clientes que não consumiam vinho e se torna mais bem sucedido do que todos os outros vinhos. Isso é Oceano Azul.
É isso que acontecia no mercado de jogos, três consoles com pouquíssimos diferenciais visando conquistar mais público que o outro. Era uma corrida ao fundo do poço que levava para a destruição do mercado por desinteresse do público. Retire os números do Nintendo Wii da corrida e temos um encolhimento natural do mercado.
Para não mencionar o fato que o mercado não cresce desde os anos 80 com o NES / Nintendo 8 Bits, a taxa de penetração é a mesma, ficamos estagnados por mais de vinte anos acreditando que crescimento de vendas era crescimento de mercado, sem nunca considerar crescimento populacional.
O que aconteceu? O mercado entrou em crise quando houve decréscimo populacional no Japão, o que significa que o mercado não estava crescendo como se esperava. Ainda assim, no Japão, o Nintendo DS foi um enorme sucesso. Isso não vai se repetir com o Nintendo 3DS.
Vamos lembrar de uma máxima aqui. Software vende hardware. Os jogos que venderam o Nintendo Wii são Wii Sports, Wii Fit, New Super Mario Bros Wii, jogos que fizeram as pessoas pensarem: "Agora esse videogame vale a pena pra mim". New Super Mario Bros também foi um grande killer app do Nintendo DS, vendendo mais de 20 milhões.
Quando Reggie, Atual Presiente da Nintendo of America, disse que New Super Mario Bros Wii venderia mais do que Call of Duty: Modern Warfare, as pessoas riram dele, mas os números se comprovaram. Você imaginaria então que o Nintendo 3DS seria lançado com mais jogos como New Super Mario Bros Wii, mas não, ele vai ser lançado com mais jogos como Call of Duty.
Qual a lista de lançamentos do Nintendo 3DS? Temos jogos do Nintendo 64 portados, jogos que parecem ter saído diretamente do PlayStation 2 e com certeza podemos contar com a Capcom para portar tudo que eles tem em estoque.
Agora eu pergunto. Se o Nintendo DS vendeu mais do que todos os consoles da história, por que não seguir a mesma linha? Ao invés disso a Nintendo está colocando jogos de Nintendo 64 e jogos do estilo do GameCube no portátil. Aonde isso irá levá-la? A vendas de Nintendo 64 e GameCube.
Não bastasse o software ser inadequado, o próprio hardware tem falhas de conceito que apontam a direção que a Nintendo está tomando e isso não será possível reverter depois. Pra início de conversa, vamos analisar toda a obsessão da indústria com o efeito 3D.
Hollywood está em crise, há muito tempo. Ao invés de solucionarem sua crise, eles tiveram a mesma atitude que o exército americano na Guerra do Vietnã. Ao perceberem que não podiam vencer sob a ótica correta de vitória, eles inventam uma ilusão de vitória.
Na Guerra do Vietnã, como eles nunca poderiam vencer realmente, inventou-se a contagem de corpos, na qual o exército americano contava quantos vietcongs foram mortos e quantos deles foram mortos e um saldo positivo indicaria vitória. É surreal.
Mas o mercado faz a mesma coisa. Na incapacidade de vencer pela ótica correta, inventa-se uma nova. Não podendo atrair mais público, Hollywood começou a contar vitória por "arrecadação", uma ilusão conveniente que finge que o mercado está sempre em crescimento, quando na verdade está diminuindo e cada vez menos pessoas vão ao cinema.
Sem qualidade, precisam inventar algum truque pra que as pessoas ao menos vão lá e digam: "Oh, isso é novo", antes de rejeitarem de novo e irem embora. Entenda uma coisa, não-clientes normalmente estão boicotando a indústria por não tentar impressioná-los, eles são como uma namorada que não diz o que você fez de errado e se você não descobrir logo, vai continuar dormindo no sofá.
A teoria de que a Nintendo está querendo se vingar da Sony fica mais plausivel quando pensamos que ela veio com o Nintendo 3DS logo depois da Sony começar a se focar no 3D do PlayStation 3. O fato do Nintendo 3DS não usar óculos é muito legal e realmente arrasa com a estratégia da Sony, mas é irrelevante.
Você pode causar ruptura em qualquer produto, mas sem um mercado consumidor é irrelevante! É como se alguém inventasse um produto superior para competir com o N-Gage. Ninguém está comprando o N-Gage em primeiro lugar, que público você quer conquistar?
Assim como ninguém está interessado no 3D em jogos do PlayStation 3! O que está vendendo agora é o Nintendo Wii e seu Oceano Azul! Voltem pra lá! Sair de um mercado mais próspero para atacar seu concorrente é um movimento de uma estupidez fora do comum, a Nintendo está fazendo questão de sujar seus sapatos de lama só para chutar um cachorro morto.
Não bastasse o 3D por si só ser um movimento falho, ele ainda consegue destruir todos os movimentos válidos que a Nintendo fez até agora. Talvez ela ainda ache que o efeito 3D seja o que esteja faltando para o público saltar de vez para os jogos em 3D poligonal.
A Nintendo não entende que as pessoas não rejeitam Mario 3D porque ele é difícil, elas não gostam tanto de Mario 3D quanto de Mario 2D! Sabe por que? Porque são jogos diferentes! A única coisa em comum entre os dois é o personagem, mas toda a estrutura difere! Não adianta colocar um DVD com o jogo explicando como jogar, elas não querem jogar Mario 3D!
Então eles pegam o Nintendo DS e o que eles fazem? Primeiro, adicionam um analógico, para os maravilhosos jogos 3D que as pessoas não querem jogar. Segundo, colocam uma tela Widescreen, pois a indústria precisa de mais espaço para mostrar seus lindos jogos. Tornam essa tela mais cara com o efeito 3D, aumentando assim o custo de produção.
Colocam uma tela de toque, que se tornou inútil, pois agora a tela que recebe atenção é a superior, que exibe gráficos 3D, enquanto a tela de toque fica na de baixo, a qual não exibe gráficos 3D. Eles conseguiram minar seus próprios sucesso! O que aconteceu com "Touching is good?".
Nintendogs+Cats do Nintendo 3DS, sucessor de Nintendogs, um dos maiores sucessos do Nintendo DS, terá dificuldades por isso. Se antes você podia tocar no seu filhote, agora você toca em uma sombra na tela de baixo, destruindo completamente o contato.
Ele ainda vem acompanhado de um giroscópio, que significa que ele percebe sua posição em relação a si mesmo. Inclinar o portátil pode ter efeitos no jogo, etc. Essa é uma função bem legal e que também será vastamente ignorada pelas empresas.
Veja o Nintendo Wii e como a indústria deliberadamente escolhe ignorar as capacidades dele. A indústria não gosta do Wii e DS, mas não se incomoda em pisar neles para ganhar um dinheiro a mais.
Se o Nintendo Wii fosse lançado com o mesmo poderio gráfico do Xbox 360 e PlayStation 3, teria falhado miseravelmente, pois seria inundado com conversões de jogos da indústria que só semeiam o desinteresse dos não-clientes.
Veja que nunca foi uma questão de controles de movimento contra controles convencionais, mas de jogos feitos para conquistar novos clientes e jogos que visavam só tirar cada vez mais dinheiro dos clientes já existentes. Para a indústria, você não é um consumidor, você é uma carteira ambulante.
Por isso a indústria não consegue vencer no Wii, ela quer jogar pelas suas regras de Oceano Vermelho em um mundo onde as regras são de Oceano Azul. Satoru Iwata disse: "O jogo mudou, e a forma como o jogo é jogado tem que ser mudada". Mentes pequenas verão só uma declaração de controles de movimento contra controles convencionais.
Uma questão é definir as condições da falha. Para quem a Nintendo vai perder? Em primeiro lugar, para ela mesma. Tanto o Nintendo DS quanto o Nintendo Wii não tiveram estratégias perfeitas, apesar de muitas vezes brilhantes, cometendo erros grotescos durante sua trajetória.
Isso significa que um novo DS e Wii com estratégias otimizadas poderiam atingir um sucesso ainda maior do que os produtos atuais. Obviamente não considerando uma possível mancha na imagem da marca, já que os erros grotescos podem afastar futuros clientes de comprarem um novo produto da empresa acreditando que o produto original não atendeu sua demanda.
Logo em seguida vem os concorrentes. O iPhone pode se tornar um concorrente de respeito se não cair no Oceano Vermelho também, algo que já está acontecendo, mas não se pode prever se é um movimento estável ou uma moda passageira. Se nossa experiência com videogames valer, eles se afundarão em Oceano Vermelho, mas não sabemos se as pessoas por trás do iPhone são as mesmas por trás de videogames, então elas podem ter reações inesperadas e não cair nessa armadilha.
Da parte da Sony temos um possível PSP 2, que no caso seria um portátil mais potente que o Nintendo 3DS e com perfil de jogos de console. Tal portátil apanharia do DS assim como o PSP original, mas faria uma competição ferrenha pelo mesmo mercado do 3DS, complicando a vida da Nintendo em vender seu elefante branco.
Por outro lado temos uma incógnita, o PlayStation Phone. O público não gosta de mensagens misturadas. Você é um telefone ou um videogame? Decida-se! Por um lado, o público comum não quer videogames em seus telefones, mas por outro, jogadores de videogame podem querer telefones em seus videogames. Nesse caso ele pode ter mais sucesso que o Nintendo 3DS.
E então há sempre a possibilidade de um novo competidor. Não é o competidor que diz a hora certa de entrar no mercado, são as empresas sobre as quais ele quer causar uma ruptura. Com tantas mensagens confusas, falta de foco, preços caros, surge o espaço para um novo portátil tomar as rédeas do mercado com facilidade.
Algumas pessoas consideraram que o Nintendo 3DS iria falhar por causa do preço. Mas não é assim que funciona. O preço exorbitante é só a cereja no topo do bolo para transformar nosso querido portátil no sucessor espiritual do PlayStation 3.
Quando as pessoas estão convencidas que algo lhes oferece o valor que elas querem e o preço está dentro da sua realidade, elas compram. Por isso o Nintendo Wii continuava vendendo mais que o Xbox 360 e PlayStation 3 mesmo quando os preços se emparelharam, por isso o GameCube continuava vendendo menos que o PlayStation 2 mesmo quando oferecia um pacote muito mais completo e mais barato.
O Nintendo 3DS está fadado a falhar. Mas não é inevitável. Há possibilidades para salvação se tudo que vimos até agora for alguma espécie de mentira, enganação, um embuste talvez para enganar seus concorrentes e lançá-los na direção errada.
Digamos que de repente a Nintendo anuncie que as câmeras do 3DS permitam que você interaja diretamente com os objetos "fora da tela" em 3D utilizando a caneta Stylus, preparada com algum tipo de detector (há patentes suspeitas sobre isso).
Parece utópico? Não é muito. O sistema tendo uma câmera, sabendo o que procurar, poderia fazer uma triangulação com a posição dos objetos, a posição 3D, a qual é determinada por um botão regulável à direita da tela do console, e a posição da caneta Stylus. Esse é o tipo de valor de inovação que aliado a software adequado tornaria o produto Oceano Azul.
Nem mesmo é de todo improvável, já que até agora nenhum jogo foi mostrado para o Nintendo 3DS, somente demonstrações, algo muito estranho considerando vir da Nintendo. Até agora só o efeito 3D foi mostrado, sem qualquer porção de jogabilidade real, com exceção de um demo de Nintendogs+Cats da própria Nintendo.
Outra coisa que poderia salvá-lo, apesar de ser uma situação mais difícil para a Nintendo, seria se eles finalmente percebessem que estão no caminho errado e começassem a fazer os jogos certos para o público expandido. Independente do hardware não ter esse valor todo, se o software fosse bom, poderia vender.
Se nada parecido com isso acontecer, se não surgir alguma inovação que agregue valor a ele, o Nintendo 3DS irá falhar, porque o público não vê valor no efeito 3D e com certeza não vê valor nos jogos da indústria.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Jay joga Kirby Epic Yarn
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Eu vi: Tropa de Elite 2
Eu vi e me se amarei! /o/
Há pouco a dizer desse filme, mas isso só por causa que é muito difícil fazer justiça ao filme com meras palavras que não venha da boca do, agora, Tenente Coronel Roberto Nascimento em pessoa.
O primeiro filme foi muito bom, provou que o cinema brasileiro não é apenas filmes cheios de poesias, apologias à cultura nacional que só o povo brasileiro pode entender, mas que não quer fazer esforço nenhum pra o mesmo ou filmes dos Trapalhões. Tropa de Elite 1, provou que é possível se fazer um filme de ação, que demonstra a cultura brasileira sem ter que alisar a cabeça de bandido pra faze-lo paracer um heroi e que o heroi do filme também não é tão heroico assim.
E nesse segundo filme eles mais uma vez provaram que podemos produzir filmes excelentes, com muita ação e uma mensagem impactante, mesmo que para tal precise do apoio de umas 50 empresas diferentes. Sério, quase 2 minutos do inicio do filme são só para mostrar a logo dos pratrocinadores dos filmes. O melhor de tudo é que TE2 é muito melhor que o primeiro. MUITO MELHOR!
O filme se passa anos depois dos eventos do primeiro filme. Nascimento, apesar de conseguir achar um substituto, não saiu do BOPE e subiu à patente de Tenente Coronel e Andre Matias à de Capitão. Nesse tempo, uma rebelião se desenrola no Complexo Pemitenciário de Gericinó, Bangu I aonde um dos líderes do Comando Vermelho começa a eliminar a "concorrencia" do tráfico no Estado do Rio e nesse cenário o BOPE entra em ação para conter a chacina sob o comando do nosso querido Cel. Nascimento. Porém para evitar um segundo Carandirú, um dos representantes dos Direitos Humanos, Diogo Fraga, é chamado para negociar com o traficante. Tudo corre bem até dar uma merda e o BOPE elimina o meliante.
E é claro a mídia cai em cima.
O governador do Rio, o Cel. Nascimento e Matias são responsabilisados pela chacina e para livrar a pele do Matias dessa Nascimento descide tomar toda a responsabilidade pelo ocorrido perante ao Governador pessoalmente o qual quer destituir nosso "Homem do Saco" da Força por causa da repercusão na mídia que a operação do BOPE teve em Bangu I.
Porém companheiros, para população, bandido bom, é bandido morto.
Cel. Nascimento é ovacionado pela população quando ele tenta falar com o Governador. Vendo nisso uma oportunidade política, ao invez de exonerar Nascimento do cargo ele é promovido a Sub - Secretário de Segurança Publica do Estado do Rio de Janeiro (só o o nome do cargo dá quase uma frase XD). Nesse novo cargo nascimento viu a oportunidade de sua vida de lutar contra o sistema de dentro e fazer as mudança que já deveriam ser feitas a muito tempo.
O que ele não viu a tempo, foi quem eram os seus verdadeiros inimigos...
E assim o filme se desenrola, cheio de corrupção, violência desnecessária e luta contra o sistema corrupto que todos nós conhecemos bem, mas que por muitas vezes omitimos a nossa responsabilidade por ele.
Mais crítico e maduro que o primeiro filme, não tem como deixa de ver Tropa de Elite 2 nos cinemas. A atuação tá 10, a ação é constante com aquela dose de realismo que o cinema brasileiro gosta de mostrar, bandido ainda é bandido e o Nascimento ainda é o Nascimento, só um pouco mais velho. Vale a pena ver e dar suporte a esse tipo de filme para nossa ainda não muito expressiva indústria do cinema.
É faca na Caveira, manolos!
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Eu sempre estive ao teu lado
Eu sempre estive ao teu lado
Quando você teve dificuldades, eu estive ao teu lado
Quando você não teve forças para continuar, eu te emprestei as minhas
Quando você clamou pelo meu nome, eu vim em teu socorro
Quando você pediu por salvação, eu te curei
Quando você chegou ao fim da sua vida, eu dei a minha por você
Eu sou o Player 2, pega ali o pernil que você tá com menos energia =D
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
HTML5 vs Flash
Mas antes de mais nada, por que isso sequer é do meu interesse? Não poderia ligar menos para uma guerra de formatos da Web. Ah... mas essa é uma guerra que engloba o mercado de jogos na Web. Atualmente dominado pelo Flash, vamos estudar como está o mercado de jogos atualmente e como ele reagirá à entrada do HTML5.
Na verdade, vamos estudar como um tem potencial para ser destruído pelo outro. =)
Antes de mais nada, esta não é uma batalha técnica. É muito comum programadores acharem que um ou outro formato irá vencer porque apresenta melhorias sobre o outro. Muitos formatos superiores, em várias mídias, já foram derrotados por formatos inferiores por condições de mercado, dessa vez não será diferente.
Atualmente, Jogos online, jogos feitos no Flash, estão encrostados na cultura dos jogadores ditos "casuais". No Brasil são conhecidos ainda como "Joguinhos". Todas essas nomenclaturas que doem um pouco no âmago de um jogador tradicional, mas quando em Roma... faça como os casuais.
Qualquer um menos preparado já diria que se a mentalidade está encrostada, vai ficar lá, o Flash já venceu. Mas sabemos que não é assim. Constantemente culturas defasadas ficam propícias à ruptura e acabam por serem destruídas por novas culturas. Um dos exemplos mais recentes sendo como o Wii criou uma ruptura perante o Xbox 360 e o PlayStation 3 ou mais antigo, como o iPod criou uma ruptura sobre o Walkman.
Isso prova que a cultura atual do Flash não é indestrutível, mas só o fato de Aquiles ter um calcanhar sensível não conta a história toda. Ela pode ser vencida, fato. Ela está propícia a ser vencida? A resposta é um alarmante "Sim".
Há muito tempo eu venho conversando com patrocinadores de sites de jogos em Flash, tentando explicar a eles o fenômeno do "Overshooting", uma prática do inglês que eu não sei se tem equivalente ao português, mas que significa basicamente bombardear o usuário com mais do que ele realmente quer, a ponto de prejudicá-lo a obter o que quer.
Por exemplo, o PlayStation 2 tinha gráficos bem fracos, mesmo sendo lançado depois do Dreamcast, tinha elementos a menos que perdia pro console nada popular da Sega, mas isso não o afetou nem um pouco. O preço do PlayStation 2 também era agradável. No entanto, a Sony então lançou o PlayStation 3, a um preço exorbitante, com muito valor, é verdade, mas muito desse valor em coisas que os consumidores não queriam. Isso abriu espaço para a ruptura do Nintendo Wii.
Conforme a indústria de jogos em Flash foi evoluindo, os jogos foram evoluindo com ela. A transição da linguagem de programação Action Script 2.0 para o 3.0 permitiu jogos cada vez melhores, cada vez mais complexos. Ninguém está se questionando o que o jogador quer, estão simplesmente evoluindo.
"Jogos simples? Não queremos fazer jogos simples, já os fizemos, agora queremos evoluir". Esse é o pensamento que vem levando ao afunilamento dos jogos em Flash, cada vez mais complexos, cada vez deixando mais público para trás. Assim como "Joguinho" em Flash virou sinônimo de entretenimento, se tornará algo esquecido.
Grande parte do público dos jogos em Flash é de mulheres, assim como era na época, digamos, do Master System. Veja quantas jogam hoje em dia e se elas ainda acham que jogos são sinônimo de entretenimento.
Qual a principal novidade prometida pelas próximas versões do Flash Player? Gráficos em 3D. Se você está lendo até agora com atenção, já viu a oportunidade para a ruptura. Os jogos ficarão mais complexos, mais caros, com menos público, tudo em troca do ego dos desenvolvedores de estarem fazendo jogos cada vez "melhores".
É fácil ver que nem tocamos ainda no que o HTML5 vai oferecer, porque o Flash está pronto para sofrer uma crise. Praticamente qualquer concorrente a essa altura poderia tirá-lo do mercado, exceto um concorrente direto que cometesse os mesmos erros.
Temos então o HTML5 que oferecerá o que? Simplicidade. O palco está armado. O HTML5 não vem com uma grande estrutura, ele vem com algo simples pronto para ser utilizado com simplicidade.
É isso que acontece com os jogos, eles sempre voltam para a simplicidade. Quando os videogames ficaram muito avançados, um grupo se refugiou nos portáteis. Quando os portáteis ficaram muito avançados, surgiu um mercado de jogos nos telefones celulares. Quando os telefones celulares ficarem muito avançados, não se espante se surgir um novo aparelho no mercado. Talvez chaveiros com jogos, quem sabe?
Se todos os personagens dessa ópera continuarem os mesmos, o que também não é garantido, nos próximos anos teremos o HTML5 devorando o Flash. Eu até considero uma pena, porque o Flash já foi um porta bandeira de rebeldia contra a Internet quadrada, mas parece que esqueceu de quem era.
Será uma pena inclusive porque muitas empresas estão chegando agora, atrasadas, na festa do Flash e terão mais dificuldade para faturar nela, mesmo sendo até mais competentes do que as que estiveram no mercado até agora.
Caso daqui a alguns anos o HTML5 realmente vença e seus amigos programadores vierem tirar onda com você dizendo como era óbvio, pois ele era mais leve do que o Flash. Guarde esse texto e dê a eles um sabão de conhecimento de mercado.